Florianópolis tem a maior incidência de casos de coronavírus entre as capitais do Sul 126i5f

São 18,8 pacientes contaminados notificados a cada 100 mil habitantes; Santa Catarina também tem taxa maior os estados da região 48m20

Florianópolis tem a maior taxa de incidência de casos do coronavírus (Covid-19) no Sul do país. Segundo dados divulgados nessa terça-feira (7) pelo Ministério da Saúde, a capital catarinense tem 18,8 infectados a cada 100 mil habitantes.

Florianópolis adotou medidas de isolamento social – Foto: Anderson Coelho/NDFlorianópolis adotou medidas de isolamento social – Foto: Anderson Coelho/ND

O coeficiente de incidência é uma métrica adotada para homogeneizar a comparação entre diferentes estados e municípios. Padronizando a comparação por 100 mil habitantes, o índice mostra, por exemplo, que Curitiba, a capital com maior população no Sul, tem 9,1 casos de infecção confirmados.

Em Porto Alegre, cidade com mais de 1 milhão de habitantes, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o coeficiente é de 17,3 casos por 100 mil habitantes.

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A Capital catarinense tem, de acordo com o último boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde nessa terça-feira, 124 casos confirmados e duas mortes em razão da Covid-19.

Isolamento social 5v948

Presidente da Associação Catarinense de Infectologia, o médico Fábio Gaudenzi, explica que a taxa de incidência não reflete necessariamente um descontrole da doença no Estado.

“Temos que levar em conta o número de UTIs disponíveis, pensar se, por ser uma capital, a cidade não concentra uma maior demanda de atendimentos e verificar se o isolamento social está sendo cumprido”, diz.

Desde a notificação do primeiro caso da doença em Florianópolis no dia 12 de março, foram adotadas medidas de combate ao vírus pela prefeitura e governo estadual.

Instituídas por meio de decreto estadual, foram proibidos eventos com aglomeração de pessoas, aulas em escolas e até mesmo o transporte intermunicipal foi parado.

O mais impactante foi a determinação de isolamento social, com a recomendação de saídas apenas em necessidade de urgência. Contudo, mercados, postos de gasolina e farmácias permaneceram abertos.

O modelo, popularizado como isolamento horizontal, é diferente do lockdown. O termo em inglês, se refere a uma medida em que restringe totalmente a circulação de pessoas. Nessa situação as entradas de cidades, estados e países são vigiadas por profissionais da segurança.

Florianópolis chegou a ter um decreto municipal que restringia uma gama maior de atividades econômicas. A circulação em praias e praças foi proibida e os locais aram a ter rondas da GMF (Guarda Municipal de Florianópolis).

O texto foi suprimido quando o governador Carlos Moisés (PSL) decidiu estender o isolamento em todo estado a partir do dia 1º de abril.

Circulação nas ruas 5v3a5x

Ao longo das semanas, novas atividades aram a ser permitidas como as obras de construção civil e a reabertura de lojas de material de construção no dia 2 de abril.

Profissionais autônomos também voltaram a trabalhar, cumprimento medidas sanitárias durante o turno de trabalho. A ação provocou um aumento na circulação de pessoas pelas ruas da Capital.

Um levantamento feito pela GMF mostrou que no dia 24 de março, quando vigoravam medidas mais restritivas, 23 mil veículos circularam pela avenida Beira-Mar Norte, umas das mais importantes da cidade.

Já com a retomada de diversos serviços econômicos, nessa terça-feira (7), 38 mil veículos aram pela mesma região. O aumento foi percebido também na avenida Mauro Ramos, nas ruas Esteves Júnior e Arno Hoeschel. Todas localizadas na região central.

Preocupação com os leitos de UTI 5c4f5x

Para o médico Fábio Gaudenzi a circulação do vírus deve fazer com que muitas pessoas sejam infectadas. O problema está no número de UTI equipadas que possam realizar o atendimento dos doentes.

Florianópolis conta com um hospital de referência para o atendimento de doentes pelo vírus. Localizado no bairro Estreito, no Continente, o hospital que leva o nome da cidade tem 14 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Segundo a istração, nesta quarta-feira (8) 15 pessoas estavam internadas no local. 12 delas com suspeitas e três casos confirmados.

Leitos de UTI são preocupação em Florianópolis – Foto: Valter Campanato/Agência BrasilLeitos de UTI são preocupação em Florianópolis – Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Na próxima semana outros 16 leitos de UTI devem ser disponibilizados no hospital que atende exclusivamente paciente com à Covid-19.

Sem hospitais de campanha, a cidade conta com as UBS (Unidades Básicas de Saúde) e hospitais filantrópicos. O Imperial Hospital de Caridade, onde uma campanha de doações pede até mesmo termômetros, tem dez leitos de UTI.

Outra unidade que atende pacientes é o HU (Hospital Universitário Polydoro Ernani de São Thiago). O local conta com 20 leitos de UTI e tem 10 deles dedicados apenas a pacientes com à Covid-19.

Hospitais privados também atendem pacientes com a doença na cidade. No Baía Sul, no Centro, 6 pacientes foram atendidos com a doença.

Questionada pela reportagem do nd+, a prefeitura não soube dizer o número total de leitos de UTI na cidade.

Em levantamento feito nessa terça-feira (7) a Secretaria de Estado da Saúde afirmou que o Estado conta com 1.037 leitos de UTI, entre neonatais, adultos e pediátricos.

Testes rápidos 4s5k68

Outra questão apontada pelo infectologista Gaudenzi são as testagens. Segundo ele, por ser a capital, Florianópolis pode ter um número maior de testes realizados.

Os teste são feitos pelo Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública), que analisa amostras da mucosa. O teste PCR, que tem, em condições normais, o resultado disponível em até 48h, tem um tempo de espera de uma semana.

São testados em Santa Catarina apenas pacientes graves, profissionais da saúde e segurança pública, gestantes e recém-nascidos filhos de mães com diagnóstico positivo.

Para agilizar o processo, a prefeitura de Florianópolis comprou testes rápidos, que tem o resultado em até 15 minutos. O município ainda não recebeu a remessa de testes, que tem previsão de chegada para a próxima semana.

Em um primeiro momento, apenas profissionais de saúde devem ser testados. O objetivo é que com os testes rápidos o maior número de pessoas possa ser testada, caso semelhante ao que foi feito na Coreia do Sul.

A testagem massiva pode elevar o número de casos confirmados da doença, explica Gaudenzi, mas garante que a infecção possa ser controlada de uma forma mais segura.

“Identificado os doentes é possível isolá-los e evitar que mais pessoas sejam infectadas ainda na fase assintomática da doença”, diz o médico.

Santa Catarina também tem maior coeficiente do Sul 57341t

Santa Catarina também tem o maior coeficiente de incidência entre os estados do Sul. São 5,2 casos por 100 mil habitantes. Mesmo abaixo da média nacional, o número preocupa pela crescimento acelerado.

No Rio Grande do Sul são 4,2 casos e no Paraná 4 notificações a cada 100 mil habitantes. O coeficiente nacional é de 5,7.

Um estudo comparativo entre Santa Catarina e São Paulo mostra que a velocidade de avanço da pandemia após a confirmação do primeiro caso é maior em solo catarinense.

A pesquisa é conduzida pelo professor e pesquisador do curso de Engenharia Química e do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Processos da Univille (Universidade da Região de ville), André Lourenço Nogueira.

Os dados usados na análise são da Secretaria de Estado da Saúde dos dois estados. A pesquisa alerta, ainda, que mesmo com as medidas de isolamento instituídas primeiro em Santa Catarina, seu fim é preocupante. Sem o isolamento, aponta a pesquisa, o número de casos deve crescer de forma rápida.

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