Foi com surpresa que li a notícia no ND sobre a decisão da Justiça condenando a Celesc a pagar R$ 5 milhões para consumidores por causa de prejuízos causados pelo apagão que deixou a Ilha de Santa Catarina sem energia por 55 horas no final de outubro de 2003. Curiosamente, a decisão saiu perto do ocorrido completar dez anos e traz não só o apagão e suas circunstâncias ao noticiário, mas que também mexe com as lembranças de quem encarou aquela situação completamente fora do comum.
O apagão foi provocado por um incêndio, no dia 29 de outubro, durante o trabalho de funcionários da Celesc em cabos do sistema de transmissão de energia Continente-Ilha que avam por uma galeria na Ponte Colombo Salles. Apesar das promessas dos técnicos da companhia, a energia não voltou logo em seguida. O tamanho do problema era maior do que o inicialmente imaginado.
E aí, no meio daquela confusão, cada um que ou por aquilo tem uma história para contar. E é esse o exercício de memória que proponho para os leitores do ND: onde você estava e o que fazia no momento do apagão? Compartilhe suas lembranças nos comentários deste post. Se quiser enviar fotos e vídeos, use a ferramenta Eu Sou o Repórter do portal RIC Mais.
Eu começo:
No momento em que houve a queda de energia, por volta das 13h30min do dia 29 de outubro, eu tinha acabado de sair do elevador do bloco C do Ceisa Center, no centro de Florianópolis, onde trabalhava na época.
Escapei por questão de minutos de ficar preso no elevador, sorte que um colega de trabalho não teve: quando saí, ele entrou no elevador, que parou logo em seguida.
Outra lembrança do apagão é que Aventura Arqueológica na Ilha de Santa Catarina, livro que eu e meu amigo Victor Carlson lançamos em dezembro de 2003, estava sendo finalizado justamente naqueles dias sem energia para ser enviado para impressão. A última revisão do livro foi feita à luz de velas e à luz de emergência e o fechamento do arquivo exigiu uma “operação de guerra”, levando computadores para a casa de amigos na parte Continental e iluminada de Florianópolis.
O apagão inspirou filme, o curta-metragem “Blackouts”, do diretor Marcos Stroisch. Assista e divirta-se.
Sobre a coluna
Nesta estreia da coluna Mirante, uma rápida apresentação. Nascido e criado em Florianópolis, sou jornalista, formado na UFSC, com uns 20 anos de profissão. Atualmente, sou gerente de produtos de internet do Grupo RIC em Santa Catarina e esta coluna online nasce com o objetivo de compartilhar as coisas que penso e vejo sobre a cidade, além de propor exercícios de memória, como este do apagão, e, modestamente, provocar a reflexão sobre como andam as coisas por aqui.
