Raiva transmitida por morcegos hematófagos causa morte em rebanhos bovinos em Florianópolis s3e2s

Nove animais já morreram em Ratones, Rio Vermelho e Vargem Pequena, e Centro de Zoonoses de Florianópolis orienta para vacinação em massa também dos cachorros domésticos d3zv

Uma vaca holandesa PO (pura de origem), boa de leite e avaliada em R$ 7 mil, pertencente ao produtor rural e inseminador Nivaldo Silva, 57 anos, de Ratones, é um dos nove bovinos mortos nos últimos três meses no Norte da Ilha. A causa, confirmada depois de testes laboratoriais na Cidasc (Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina) é o surto de raiva que atinge rebanhos do Norte da Ilha, com focos confirmados também no Rio Vermelho e na Vargem Pequena.

Daniel Queiroz/ND

Os casos suspeitos são monitorados

Dos nove animais mortos, em dois casos os testes laboratoriais comprovaram a contaminação pela raiva, de acordo com a Cidasc. Outros três animais “estão caídos”, segundo Silva, todos com os sintomas característicos da doença transmitida pela mordedura de morcegos hematófagos (que se alimentam de sangue e atuam como portadores, reservatórios e transmissores do vírus).

A Cidasc, que já notificou o Centro Municipal de Zoonoses, monitora os casos suspeitos e capturou exemplares de morcegos para controle das colônias. “É esfregada uma pasta anticoagulante no dorso dos animais, que morrem ao lamberem a substância na caverna onde se escondem durante o dia”, explica Silva, que acompanha técnicos da Cidasc no monitoramento do rebanho no Norte da Ilha.

Segundo levantamento da Cidasc, são pelo menos 8.000 cabeças de bovinos em Florianópolis, além de grande número de cavalos, cabras e ovelhas e porcos. A vacinação anual do rebanho é responsabilidade do criador, que pode comprar as vacinas em qualquer farmácia veterinária a preço ível: R$ 3 a dose. “Os animais imunizados pela primeira vez devem receber duas doses, com 30 dias de diferença uma da outra”, ensina o criador.

O diretor do Centro de Zoonoses de Florianópolis, veterinário Fabio Melo, 30, garante que a situação está sob controle, apesar da ameaça aos cachorros. “A Cidasc monitora os rebanhos de gado, orienta os produtores e coordena a vacinação. Os cães domésticos devem ser vacinados individualmente,  já que o município não dispõe do serviço”, explica. Para animais de pequeno porte, segundo Melo, Santa Catarina tem certificação de área livre da raiva sem vacinação.

Pessoas infectadas devem ser vacinadas

O cão é o principal transmissor da raiva em regiões urbanas. A contaminação ocorre mais frequentemente em agosto, conhecido como “mês do cachorro louco”, provavelmente pelo intenso ciclo do cio das cadelas neste período. No caso do homem, somente é indicada a vacinação como medida terapêutica, depois de mordeduras ou contato com animais contaminados.

Em Florianópolis, os casos suspeitos devem ser imediatamente comunicados à Cidasc, postos de saúde e Centro de Controle de Zoonoses. Pessoas contaminadas devem ser vacinadas no Hospital Nereu Ramos, na Agronômica, e no Lacen (Laboratório Central) da Secretaria de Estado de Saúde, na esquina da avenida Rio Branco com a rua Felipe Schmidt, Centro. Em Santa Catarina, o último caso de raiva humana ocorreu em 1981, no Vale do Itajaí.

No homem, o primeiro sintoma é febre inicialmente pouco intensa (38 graus centígrados) acompanhada de dor de cabeça e depressão nervosa. Em seguida, a temperatura aumenta atingindo 40 a 42 graus, quando a vítima fica inquieta e agitada, com espasmos dolorosos na laringe e faringe e a a respirar e engolir com dificuldade.

Os espasmos estendem-se aos músculos do tronco e das extremidades dos membros, com tremores generalizados, taquicardia e parada respiratória. Esse período de extrema excitação dura cerca de três dias, seguida de paralisia, mais rápida e menos comum nos homens do que nos animais. Ocorre, então, paralisia flácida da face, da língua, dos músculos da deglutição, dos oculares e das extremidades dos membros.

Mais tarde, a condição pode atingir todo o corpo. Às vezes, a moléstia pode manifestar evolução diferente: surge com a paralisia progressiva das extremidades e logo se generaliza. Mas, seja qual for o tipo, a raiva sempre apresenta uma evolução fatal para o paciente.

ALERTA NO NORTE DA ILHA
Cuidados com o rebanho

Ações para controle

Captura dos morcegos em redes e equipamentos apropriados específicos para a atividade

Após serem presos, os morcegos hematófagos recebem nas costas uma pasta com anticoagulante,  são soltos e voltam ao abrigo. Por terem o hábito de se lamber, a pasta dá início à hemorragia que os leva à morte

Morcegos hematófagos moram em cavernas, montanhas, furnas, bueiros – locais de difícil o

Recomendações

Comunicar o fato imediatamente à Cidasc e ao Centro de Zoonoses sobre a presença de morcegos hematófagos na propriedade

Isolar o animal do restante do rebanho e não manejá-lo

Não sacrificar o animal

Não colocar a mão na boca do animal que parecer engasgado

Não colocar medicamentos na ferida provocada pelo morcego, pois ele perceberá e morderá outro animal

Lavar a ferida com água e sabão, e procurar rapidamente o posto médico, caso seja mordido por morcegos

Causa

A raiva é causada por um vírus que ataca o sistema nervoso de bois, cabritos, porcos, cavalos, ovelhas, gatos e cães

Na maioria das vezes é pela mordida dos morcegos hematófagos no pescoço, lombo e garupa que os animais são contaminados.

Os morcegos hematófagos transmitem a raiva pela saliva no momento da mordida e não precisam apresentar os sintomas da doença, basta estarem infectados.

Sintomas

Isolamento do restante do rebanho; tristeza; tremores musculares; perda de peso; salivação intensa; falta de coordenação – dificuldade de permanecer em pé, andar cambaleante, quedas e dificuldade para levantar-se; paralisia dos membros posteriores

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