A reitora em exercício da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Alacoque Lorenzini Erdmann, decidiu encaminhar o processo de sindicância que investiga desvios de conduta do corregedor-geral da instituição, Rodolfo Hickel Prado, para análise da CGU (Corregedoria-Geral da União). A informação foi apresentada na tarde desta quinta-feira (26), durante reunião extraordinária do Conselho Universitário. A crise institucional, que abala a instituição desde que foi deflagrada a Operação Ouvidos Moucos, no último dia 14 de setembro, já soma uma exoneração, do chefe de gabinete Aureo Moraes, e outros seis pedidos de pró-reitores, secretário e assessores.
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Na última terça-feira, Alacoque anulou o afastamento do corregedor-geral, que havia sido publicado quatro dias antes por Moraes. Segundo Alacoque aos conselheiros, a decisão se deu após reunião com superintendência da CGU e seguindo pareceres da procuradoria jurídica da UFSC. A revogação culminou no pedido de exoneração de Moraes, que alegou ter informado a reitora sobre sua decisão e que seu ato tinha embasamento jurídico.
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Alacoque, no entanto, informou que esse não foi entendimento da procuradoria da UFSC, que orientou que o processo fosse encaminhado à CGU. A reitora, no entanto não esclareceu se havia concordado com o ato do chefe de gabinete quando ele decidiu publicar a portaria afastando o corregedor por 60 dias.
“Eu revoguei porque estamos vivendo uma instabilidade política. Atendi a recomendação da CGU e do Ministério Público Federal com o intuito de revogar, mas para procurar uma solução institucional para isso obedecendo a orientação da nossa procuradora Alessandra Rezende”, disse a reitora.
Além da exoneração de Moraes, a reitora ainda informou que recebeu outros seis pedidos de exoneração do gabinete que conta com 19 cargos de livre nomeação da reitora. No entanto, esses pedidos ainda não foram despachados.

Corregedor é pivô de investigação 1e2rt
O afastamento pelo chefe de gabinete do corregedor-geral foi entendido pela comunidade acadêmica como um ato político. Rodolfo Hickel do Prado foi o responsável por abrir as investigações no âmbito da corregedoria para apurar possíveis desvios de bolsas de Ensino a Distância que culminou na Operação Ouvidos Moucos.
Áureo informou que a portaria de afastamento do corregedor tinha como motivação denuncias sobre sua conduta dentro da Universidade e que o caso não tinha relação direta com as investigações em andamento.