“É um privilégio ter um pedacinho de terra com o meu nome”. Há quase 50 anos, a pequena Daniela, então com quatro anos, foi homenageada pelo avô, que batizou o loteamento que surgia no Norte da Ilha de Balneário Daniela.

A reportagem do nd+ que destrincha a origem do nome da praia da Daniela chegou até a própria. Em um bate-papo por telefone, a empresária do ramo moteleiro Daniela Amorim Corrêa, hoje com 51 anos, compartilhou a experiência de ter uma “praia para chamar de sua”.
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Daniela conta que o avô, o empresário e empreendedor João Prudência de Amorim, se mudou com a família de Rio do Sul para o município de Biguaçu, na Grande Florianópolis, no final da década de 1950. Amorim e a esposa montaram uma churrascaria que logo se tornaria ponto de referência da região.
No início dos anos 1970, o empresário e o genro Edison Corrêa, pai de Daniela, que já lidavam com a compra de terrenos em Biguaçu, iniciaram a construção de um loteamento na praia do Pontal de Jurerê, nome oficial conforme a lei municipal nº 5847/2001. O projeto teve a autorização da prefeitura de Florianópolis em março de 1972.
A homenageada conta que a primeira casa construída na região pertencia aos Amorim/Corrêa. A casa pioneira não está mais na família, no entanto, atualmente, Daniela, a mãe e as outras três irmãs possuem terrenos no bairro.
Daniela, a neta mais velha 5x4u2w
Como neta mais velha de João Prudêncio de Amorim, Daniela conta que era a xodó do avô. A mãe dela, Sônia Amorim Corrêa era a filha mais velha do empreendedor. Isso teria o levado a batizar o loteamento de Balneário Daniela.

“Sinto muito orgulho pela homenagem que o meu avô e meu pai fizeram. Os dois não estão mais aqui. Por isso, penso ser um privilégio ter uma praia com o meu nome”, diz.
O pai de Daniela morreu em 2010 e o avô, em 2016.
Apesar do orgulho que sente pela homenagem, Daniela diz que evitou falar sobre o assunto na época da escola.
A descrença fez ainda com que ela recusasse convites para entrevistas mesmo após adulta.
“Ninguém acreditava quando eu falava que a praia tinha esse nome por causa de mim. Achavam que a ‘Daniela’ devia ter 200 ou 300 anos, como é o caso dos nomes de outros lugares, que homenageiam figuras histórias. Isso me levou a evitar falar sobre isso”, relembra.
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Daniela contou ao nd+ como foi crescer na praia que leva o seu nome. Ela relatou que a casa de veraneio da família na região possuía cinco quartos com 15 camas ao todo. O barulho e a correria de crianças eram comuns.
“A casa vivia cheia de gente. Eram primos, tios e outros familiares. A casa não ficava vazia de jeito nenhum. ávamos o dia inteiro brincando na praia. Quando criança, eu e meus primos adorávamos brincar de boia de pneu de trator. Era nossa diversão no mar”, conta.

A paixão pelo mar acompanha Daniela até hoje. A moradora do bairro Coqueiros, na região Continental de Florianópolis, diz que sempre que tem um tempo livre aproveita para ir à praia, seja no verão ou no inverno.
Os dois filhos, Felipe e João Vitor, de 25 e 22 anos, respectivamente, compartilham do mesmo gosto. Eles sentem orgulho da homenagem e frequentam a praia que leva o nome da mãe.
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Daniela não foi a única neta do empreendedor João Prudêncio de Amorim que foi homenageada. No início dos anos 1970, Amorim adquiriu também cerca de 350 mil metros quadrados de terra no bairro Morro da Bina, em Biguaçu.
O loteamento recebeu o nome de Sueli, em homenagem a uma das filhas do empresário, tia de Daniela. Ele ainda batizou outra porção de terrenos com o nome de Fabiana, sua neta e uma das irmãs de Daniela.
Em outubro de 1996, a lei municipal nº 1103, denominou de bairro Jardim Janaína o território do perímetro urbano de Biguaçu, que compreendia, entre outros, o loteamento Sueli e o Fabiana. A “Janaína”, que dá nome ao bairro, é irmã de Daniela e neta de João Prudência de Amorim.