Técnicos da CGU (Controladoria-Geral da União) estão na Corregedoria da Ufsc (Universidade Federal de Santa Catarina), desde a manhã desta quarta-feira (21), onde realizam uma inspeção correcional extraordinária. Os servidores vieram de Brasília e irão analisar processos e encaminhamentos de investigações realizados pelo órgão nos últimos cinco anos. Eles não têm data para concluir o trabalho. Logo após, um relatório deve ser produzido para subsidiar eventuais apontamentos no setor correcional da universidade.

Segundo informou a CGU, apesar de se debruçar também sobre o período em que o corregedor Rodolfo Hickel do Prado esteve no comando do órgão de correção da Ufsc, a inspeção não não como foco as questões relacionadas ao mandato do corregedor, que acabou exonerado no último dia 7 de fevereiro pelo atual reitor pro tempore, Ubaldo Cesar Balthazar no último dia 7 de fevereiro.
Rodolfo Hickel do Prado foi um dos responsáveis pela investigação que resultou na Operação Ouvidos Moucos, que investiga desvio de bolsas no curso de Ensino a Distância. Dois novos corregedores foram nomeados no mesmo dia. O afastamento teria como motivação a falta de confiança entre reitor e corregedor. Além do argumento de que Hickel seria alvo de uma denúncia feita por professores.
A exoneração foi comunicada à CGU em Brasília, por meio de ofício. O órgão, por sua vez, informou que o ato de exoneração foi uma atitude “unilateral” da universidade e que os corregedores têm mandato de dois anos. Segundo o órgão, o ofício encaminhado pela Ufsc comunicando a exoneração do corregedor ainda continua sob análise
O chefe de gabinete do reitor, Áureo de Moraes, defendeu o ato e explicou que o afsatamento de Rodolfo não o tira da universidade como foi divulgado inicialmente. “O corregedor foi afastado apenas da função de chefe da Corregedoria, mas permanece lotado na universidade e atualmente realiza funções de casa. O afastamento dele é prerrogativa do reitor. Nós informamos a CGU, eles ainda não se manifestaram, mas não dependemos de autorização para um ato desse”, afirmou.
Inspeção foi pedida por professora Alacoque enquanto reitora 4z4f1m
O pedido de inspeção da CGU na Corregedoria da Ufsc foi feito pela vice-reitora Alacoque Lorenzini Erdmann, em novembro de 2017, período em que ocupou o posto de reitora pro tempore, dias antes de pedir licença médica.
Na época, Alacoque chegou a anular ato de afastamento do corregedor Rodolfo Hickel do Prado, assinado pelo chefe de gabinete, contrariando o que pedia boa parte do Conselho Universitário.
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O ato gerou desmobilização do gabinete e alguns pró-reitores e o chefe de gabinete Áureo de Moraes pediram exoneração de seus cargos. Dias depois, Alacoque pediu licença médica e o Conselho elegeu novo reitor pro tempore para seu lugar.