Depois de 13 dias de espera, parentes e amigos dos seis brasileiros mortos após inalarem monóxido de carbono no Chile prestam as últimas homenagens às vítimas nesta terça-feira (4). O velório coletivo da família, aberto ao público às 8h30, será realizado até as 15h30, no Ginásio de Esportes da Univali, em Biguaçu.

O velório começou por volta das 6h, com uma cerimônia fechada para a família e os amigos. Às 7h30 os caixões já estavam posicionados no ginásio, lado a lado. Alguns familiares homenagearam os entes queridos utilizando camisetas brancas com seus nomes e fotos.
Os corpos dos seis turistas chegaram ao aeroporto Hercílio Luz, em Florianópolis, na noite desta segunda-feira (3). Fabiano de Souza (41), Débora Muniz Nascimento de Souza (38), os filhos Felipe Nascimento de Souza (13) e Karoliny Nascimento de Souza (14); além de Jonathas Nascimento (30) e Adriane Kruger (27) chegaram em dois voos da Latam, com origem em Guarulhos (SP), por volta das 18h30.
Comoção entre amigos e familiares 1l5fz
Entre os presentes que chegaram por volta das 9h30 estavam vizinhos e membros da comunidade. Colegas de Karoliny, da escola Professor José Brasilício, prestaram homenagens pela manhã. A unidade escolar, inclusive, suspendeu as aulas no período da tarde. Uma equipe do Samu está no local e, pela manhã, atendeu algumas pessoas que aram mal.

“Esses dias, antes dos corpos chegarem, foram um sufoco, mas agora podemos dar um enterro digno a eles”, disse Alexandre de Souza, irmão mais velho de Fabiano, uma das vítimas. O irmão destacou o espírito trabalhador de Fabiano, que, além de pescador, também fazia serviços de servente.
Isabele Cristina, de 14 anos, conhecia os filhos de Fabiano e Débora da escola. “O Felipe era uma pessoa fantástica, que animava todos. Eu nunca vi ele triste ou reclamando da vida”, disse. “Eu só estudei um ano com a Karol, mas ela vai fazer muita falta, porque ela era uma amigona”, afirmou.
Segundo Isabele, os estudantes ficaram de luto por dois dias e o clima na escola deixou de ser o mesmo. “Depois que a gente ficou sabendo da morte deles, a escola ficou vazia. Quem conseguiu ir, chorou demais e não conseguiu se concentrar nas aulas”, afirmou.
O aposentado Ari Orlando da Costa, primo da mãe de Fabiano, lembrou como as vítimas formavam uma família do bem. “Ninguém esperava uma coisa dessas acontecer”, disse, emocionado.
Moradora de Antônio Carlos, Nila Cândida Pereira não conhecia as vítimas, mas ficou tocada com a história e decidiu prestar solidariedade à família. “Biguaçu está de luto, é muita tristeza”, afirmou a aposentada.
“Era uma família muito do bem, muita trabalhadora, todos estão sentindo muito a perda”, contou uma amiga da família, Maria Paulina Guilherme, moradora de Biguaçu.
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A partir das 14h, haverá uma celebração feita pelo padre da paróquia local e por um pastor da Igreja Adventista. O enterro das vítimas está marcado para as 16h, no Cemitério São Miguel, em Biguaçu.

As vítimas foram embarcadas em Santiago durante a manhã de segunda e chegaram a São Paulo à tarde, onde foi feito o transporte para a Ilha de Santa Catarina. Seis carros funerários saíram do aeroporto às 20h escoltados por dois carros da Polícia Rodoviária Federal.
Enquanto isso, a polícia do Chile continua investigando a motivação do vazamento de monóxido de carbono. A polícia de Santiago assumiu que houve demora no atendimento às famílias, que chegou a pedir ajuda policial durante a intoxicação.
