As vias tortas 2o611g

Ficar com Eduardo Leite escancara o golpe contra Dória, o vencedor da prévia do partido 51n33

Dória desistiu mas não resolveu o enigma tucano. O PSDB continua em cima do muro, agora balançando entre Simone Tebet e Eduardo Leite. Adiou a decisão para a próxima semana.

Ficar com Eduardo Leite escancara o golpe contra Dória, o vencedor da prévia do partido; ir para Tebet mostra a carência de nomes tucanos, ao adotar a candidata do MDB.

Senadora Simone Tebet é a escolha dos MDB, PSDB e Cidadania para a terceira via – Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil/NDSenadora Simone Tebet é a escolha dos MDB, PSDB e Cidadania para a terceira via – Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil/ND

Nessa segunda ele chegou ao encontro com seus correligionários já decidido, de discurso pronto e acompanhado da mulher, dona Bia, e do irmão Raul. Lançou uma frase destinada a ser lapidada “Me retiro da disputa com o coração ferido mas com a alma leve.”

Afinal, fora rezar em Goiânia na véspera. O choro, depois, nos braços de Bia, fez lembrar a Pietà – e pareceu tão sincero quando o recolhimento com as mãos postas, em oração.

E ainda fez uma frase de marketing, projetando seus 2%: “Agradeço aos seis milhões de brasileiros que manifestaram a intenção de votar em meu nome para presidente.” Dória sendo Dória. PSDB sendo PSDB.

O episódio faz parte de um problema mais amplo: a ausência de nomes conhecidos e populares em grandes partidos. O MDB e o Cidadania (novo nome do PCB) se reúnem para apontar candidato e, perguntar não ofende, será que vão mesmo convergir para Simone Tebet?

A senadora ex-prefeita de Três Lagoas (MS) se tornou conhecida na patética I da Covid, mas não muito. Além das divisas do seu Estado, vai ser difícil conquistar eleitores.

No próprio MDB há divergências – e até aparece o nome de Temer como candidato. Como já se viu num jantar em Brasília entre senadores do MDB e Lula, a preferência do partido no Nordeste é pelo ex-presidente. De Minas para o sul, as preferências são aderir a Bolsonaro.

O Cidadania vai a reboque e o União Brasil já caiu fora, com o candidato auto-escolhido, o presidente do partido Luciano Bivar, outro quase desconhecido, a não ser pelos iniciados em política. Imagino o quanto o DEM esteja se lamentando de ter-se juntado ao PSL para formar o União Brasil. E também imagino que a via dos eleitores do DEM e PSL leva a Bolsonaro.

Nem mesmo o PT está seguro de sua escolha. As trocas de comunicadores e marqueteiros mostram isso. E até há petista sonhando com Ciro Gomes, que teria menos rejeição que Lula, cujo ado o condena. Também há petistas tentando atrair Ciro, mas Ciro está convicto de que é alternativa a Lula. Tanto que faz críticas a Lula e parece esquecer Bolsonaro.

O presidente que busca a reeleição, por sua vez, está aceitando todos os convites para eventos elevando seus ministros para apresentar pelo Brasil resultados de obras todas as semanas. As multidões que atrai servem como água fria sobre as pesquisas que põem Lula na frente, o candidato que evita as ruas. Uma via de meia-volta foi vista na Justiça.

A corte foi unânime em recusar ação do ex-presidente do PT deputado Rui Falcão e de Fernando Haddad, para obrigar o presidente da Câmara a despachar pedidos de impeachment do partido.

E agora Alexandre de Moraes volta atrás e revoga sua liminar que proibia o presidente da Câmara de convocar eleição para substituir os membros da Mesa Diretora, inclusive o vice Marcelo Ramos, ferrenho crítico de Bolsonaro.

Lira já convocou eleição para esta quarta. Parece que o Supremo deu uma relida no segundo artigo da Constituição sobre poderes independente se harmônicos. A via da Constituição não comporta contramão.

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