O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) participou na manhã deste sábado (7) de uma motociata na cidade de Florianópolis. O evento durou quase três horas e foi encerrado com um discurso na Beira-Mar Continental, onde o presidente voltou a defender o voto impresso e fez provocações ao ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Quem decide eleições são vocês, não são meia dúzia dentro de uma sala secreta que vai contar e decidir quem ganhou as eleições. Nem vai ser uma ou dois ministros do STF que vão decidir o destino de uma nação”, disse Bolsonaro, em cima de um minitrio, arrancando aplausos de milhares de apoiadores que se concentraram na avenida Beira Mar Continental.
Durante o discurso, que durou cerca de 18 minutos, Bolsonaro estava acompanhado da vice-governadora Daniela Reinehr (sem partido), do senador catarinense Jorginho Mello (PL), do deputado federal Daniel Freitas (PSL) e da deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) e de outras autoridades e apoiadores políticos do presidente.

Sem citar diretamente o nome do ex-presidente Lula, Bolsonaro falou: “Não pense o ladrão de nove dedos que seus amigos é que vão contar os votos dentro de uma sala secreta”, uma referência à perda de um membro da mão do petista e à sua condenação por corrupção iva e lavagem de dinheiro. O petista ficou 580 dias preso, e depois, o STF anulou as sentenças por vícios formais.
Bolsonaro frisou ainda, no discurso no encerramento da motociata, que quem tem legitimidade, além dele, é o Congresso Nacional, e foi acompanhado por um coro dos seguidores repetindo a frase “eu autorizo, eu autorizo”, uma alusão comumente usada pelos bolsonaristas para dizer que dão aval ao presidente para suas ações.
Em mais uma referência ao presidente do STF, Bolsonaro criticou o ministro Barroso. “Quem não quer eleições limpas e contagem pública dos votos pode ser tudo, mas não é democrata. E quem não é democrata não tem espaço no nosso Brasil”, afirmou ele.

O presidente reforçou que ao contrário de “outros poucos acham que são donos do mundo” continuará jogando dentro das quatro linhas da Constituição, diferente do “outro lado não raramente sai bem fora dessas quatro linhas para nos atingir.”
Lutaremos com todas as armas 1b495p
Ao fazer críticas à situação política e econômica da Venezuela, Bolsonaro mandou um aviso: “Nós não queremos isso para o Brasil, mas lutaremos com todas as armas disponíveis, para que isso não aconteça em nossa pátria”, disse o presidente acompanhado pelos gritos de “mito” e aplausos dos presentes.
Ainda na Beira-Mar Continental, Bolsonaro ganhou de presente do artesão Adauto Ferreira, uma motocicleta, de tamanho natural, feita em madeira.
Antes de retornar a Brasília, Bolsonaro participou de um encontro evangélico, em um hotel na Capital catarinense, com a participação de 300 pastores, segundo a organização. O presidente brasileiro fez um discurso rápido e, em seguida, se deslocou ao Aeroporto Hercílio Luz e retornou à Capital federal.
A motociata 2d343w
Bolsonaro chegou a Via Expressa Sul na Capital catarinense, por volta das 10h20 onde foi marcado o ponto de concentração dos participantes do eio. Minutos depois, seguiram pelas vias da cidade até o Norte da Ilha. Segundo a Polícia Militar de Santa Catarina, cerca de 25 mil motocicletas fizeram o trajeto por cerca de duas horas. Ao longo do percurso, ele parou para conversar e cumprimentar iradores.

Desde maio deste ano, Bolsonaro tem comparecido em encontros de motos com seus apoiadores em diferentes cidades do país. O último tinha ocorrido em 31 de julho, em Presidente Prudente (SP).
Protesto 66264i
Na região onde ocorreu a concentração da motociata, índios – que estão alojados no Tisac (Terminal de Integração do Saco dos Limões) e alguns militantes petistas, estenderam faixas de protesto pedindo a saída de Bolsonaro.
O presidente não viu as manifestações, mas houve discussões e provocações entre o grupo e os apoiadores bolsonaristas, porém sem registro de agressões físicas.
Em alguns apartamentos nos prédios da região do bairro Saco dos Limões, moradores bateram as antes e na chegada do presidente Bolsonaro a motociata.