Abril Vermelho x Abril Amarelo: entenda a briga que a direita catarinense trava contra o MST 5h1u

O mês de abril marca um período de intensificação das ocupações do MST em Santa Catarina, impulsionando uma reação contrária da direita catarinense, liderada pelo governador Jorginho Mello (PL) 2k4h3n

‘Abril vermelho’ e ‘abril amarelo’ marcam a ‘guerra de cores’ em Santa Catarina no quarto mês do ano – Foto: MST/@jorginhomello/Instagram/Reprodução/ND‘Abril vermelho’ e ‘abril amarelo’ marcam a ‘guerra de cores’ em Santa Catarina no quarto mês do ano – Foto: MST/@jorginhomello/Instagram/Reprodução/ND

O mês de abril tornou-se um período de “guerra de cores” em Santa Catarina. A razão está em uma disputa entre o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra), no lado vermelho com apoio da esquerda, e o governador Jorginho Mello (PL), apoiado pela direita no lado amarelo.

O “abril vermelho” é uma iniciativa do MST que busca intensificar as ocupações de terras rurais em todo o Brasil no quarto mês do ano, marcando o aniversário do massacre de Eldorado dos Carajás (PA), quando 21 sem-terra foram mortos em 1996. Como resposta, Jorginho Mello instituiu o “abril amarelo”, em que promove ações de defesa da propriedade privada em Santa Catarina.

‘Abril vermelho’: MST intensifica ocupações no mês que marca o massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará 4q2m6m

Segundo o MST, a iniciativa busca sinalizar ao governo a necessidade de tomar medidas mais urgentes e abrangentes para atender as reivindicações da pauta pela terra. Entre elas, “adotar ações concretas para viabilizar a agricultura camponesa, como parte de um projeto de desenvolvimento e de superação das misérias e desigualdades no país”.

Oficialmente, as atividades são chamadas pelo MST de “Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária”. Segundo o próprio movimento, o termo “abril vermelho” foi criado pela imprensa para se referir às atividades.

Os sem-terra escolheram o mês em referência ao dia 17 de abril de 1996, quando tropas da Polícia Militar do Pará abriram fogo contra uma marcha do MST em Eldorado dos Carajás, a 600 km de Belém. O objetivo dos manifestantes era caminhar até a capital paraense para reivindicar a desapropriação de terras para a reforma agrária.

No episódio, 19 sem-terra morreram no local do confronto. Outros dois morreram posteriormente no hospital, totalizando 21 fatalidades.

Ocupações de sem-terra são intensificadas no 'abril vermelho' que vai do dia 1º ao dia 17 - Foto: MST/Reprodução/NDOcupações de sem-terra são intensificadas no ‘abril vermelho’, que vai do dia 1º ao dia 17 – Foto: MST/Reprodução/ND

O abril vermelho começou no dia 1º e segue até o dia 17. Em Santa Catarina, nenhuma ocupação foi registrada nos dez primeiros dias do movimento. Nesse período, em todo o Brasil foram registradas 23 ocupações em dez estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Sergipe, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Pará.

‘Abril amarelo’: Jorginho Mello diz que ‘bambu vai roncar’ como reação às ações do MST em Santa Catarina 6j3u1j

O abril amarelo foi proposto pelo deputado Oscar Gutz (PL) e sancionado por Jorginho Mello na lei nº 19.226/2025, assinada no dia 15 de janeiro deste ano. A lei institui abril como “o mês dedicado a ações de conscientização sobre a importância da defesa da propriedade privada”. A iniciativa está incluída no Calendário Oficial de Santa Catarina.

No dia 6 de abril, o governador catarinense usou suas redes sociais para promover a iniciativa. Ele afirmou que não irá tolerar as ocupações feitas pelo MST em Santa Catarina, contando com apoio das forças de segurança e do judiciário. “A Justiça autoriza rápido e a nossa polícia põe para fora. Quer terra? Conquista com o suor do seu rosto”, pontuou em vídeo publicado.

A publicação também destacou a criação de um movimento antagônico ao MST no Oeste de Santa Catarina, região onde os sem-terra possuem forte atuação. “Aqui é o MCT, Movimento dos Trabalhadores com Terra. Esse é um acampamento no Oeste catarinense, uma região que era alvo do MST. Os donos da terra aqui estão dominando o seu território. Se eles vierem, o bambu vai roncar”, disparou Jorginho.

No ‘abril amarelo’, Jorginho Mello prometeu reação contundente ao ‘abril vermelho’ em Santa Catarina – Vídeo: Jorginho Mello/@jorginhomello/Instagram

Confusão entre os ‘abris amarelos’ 204s5i

“Abril amarelo” também é o nome da campanha de saúde que chama a atenção para a conscientização e prevenção do câncer ósseo, promovido pela SBOC (Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica). O termo não deve ser confundido com a lei catarinense.

Contrário à iniciativa do governo catarinense, o deputado estadual Padre Pedro Baldissera (PT) declarou, em artigo publicado no site do MST, que o abril amarelo de Jorginho “vulgariza a ideia que atribui sentido às campanhas relacionadas à saúde que já conhecemos e que denominam cores para cada mês do ano”.

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