Na próxima terça-feira, o Progressistas vai reunir lideranças de todo o país para discutir uma federação – que funciona como uma coligação, mas obriga os partidos a permanecerem juntos por quatro anos e a atuarem em conjunto em todos os Estados e municípios nesse período, que vale por duas eleições.

O presidente nacional do Progressistas, senador Ciro Nogueira (PP-PI), convocou os deputados federais, senadores e presidentes dos diretórios da legenda para um encontro na próxima terça-feira, dia 18 de março, na Câmara dos Deputados. Segundo ele, “será fundamental para discutirmos a possível federação com o partido União Brasil”.Ciro Nogueira diz que no encontro serão esclarecidos “os termos dessa formação” e serão definidos “os próximos os em relação à proposta”. De Santa Catarina, participam o senador Esperidião Amin e o presidente estadual Leodegar Tiskoski. O Progressistas não elegeu deputados federais em Santa Catarina nas eleições de 2022 – fato inédito em sua história.
Na última eleição, o PP elegeu 47 deputados federais, enquanto o União Brasil conquistou 59 cadeiras, incluindo a do catarinense Fábio Schiochet, que também é presidente estadual do partido. Somados, com 106 parlamentares eleitos, a possível federação superaria os 99 eleitos do PL e os 81 da federação que reúne PT, PCdoB e PV.
Entre os pontos em debate, além das relações de ambas as legendas nos Estados, está o rumo a ser seguido em 2026. Ciro Nogueira foi ministro do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e defende a unidade dos principais partidos de direita em uma única candidatura, como aconteceu em 2022.
PP e União Brasil ganhariam ‘musculatura’ em relação às demais legendas com federação 4w6k34

O União Brasil vem trabalhando a pré-candidatura presidencial do governador goiano Ronaldo Caiado e a possível filiação do cantor Gusttavo Lima como pretendente ao mesmo posto – opções que não contam com o aval de Bolsonaro.
Em Santa Catarina, a federação faria União Brasil e Progressistas ganharem musculatura em relação às demais legendas, especialmente nos cargos eletivos estaduais. Com seis deputados estaduais (três de cada), a federação se tornaria a segunda maior bancada na Assembleia Legislativa, empatando com o MDB.

Nos municípios, o avanço seria maior. O PP hoje tem 53 prefeitos e já é o segundo partido no ranking, atrás do PL. Consolidaria a posição com nove prefeitos do União.
Em vice-prefeitos, no entanto, a soma dos 44 progressistas com os 26 do União faria do bloco o líder nesse cargo – hoje ocupam o quarto e o quinto lugar. Em vereadores, com 604 na soma, a federação perderia apenas para o MDB.
A cola para manter essas lideranças agrupadas se chama de tempo de televisão e fundo eleitoral. A federação entre PP e União Brasil teria o direito às maiores fatias em 2026.