O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), afirmou a apoiadores na manhã desta segunda-feira (6), que trabalhará para revogar, por meio de MP (Medida Provisória), trecho da lei de combate à pandemia da Covid-19 que diz respeito à vacinação compulsória no País.

Bolsonaro disse que tentará revogar a legislação após ser abordado por uma apoiadora na entrada do Palácio da Alvorada que se dizia “preocupada” com a exigência de “aporte da vacina” em algumas cidades, como São Paulo.
Segundo a regra, as pessoas deverão apresentar o comprovante de imunização para entrada em estabelecimentos da cidade. A legislação foi proposta pelo próprio governo federal e sancionada por Bolsonaro em fevereiro do ano ado.
O presidente argumentou que a lei que obriga a vacinação deveria ter vigência apenas até o fim de 2020, mas acabou sendo prorrogada pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
“Quem prorrogou a lei foi o Supremo, era até 2020, que nem vacina tinha. Vamos ver se eu consigo por MP revogar esse dispositivo da vacina aí”, completou, em referência à intenção de tirar a obrigatoriedade da vacinação contra Covid-19 no País.
De acordo com a lei, assinada pelo próprio presidente em fevereiro de 2020, unidades federadas podem adotar a vacinação compulsória como uma das medidas istrativas para enfrentamento da pandemia. Mesmo tendo sancionado a lei, Bolsonaro sempre foi contra o dispositivo. Desde o começo da pandemia, ao adotar um tom crítico aos imunizantes, o presidente já declarava que a vacinação no País não seria obrigatória.
Ao jogar a responsabilidade sobre a legislação ao Supremo, instituição que vem sendo alvo de ataques do presidente, apoiadores do presidente subiram um coro de críticas à Corte na conversa com o chefe do Planalto na manhã desta segunda-feira.
A lei que prevê a obrigatoriedade da vacinação foi iniciativa do próprio governo federal e sancionada em fevereiro, ainda na época em que Luiz Henrique Mandetta era o ministro da Saúde.
Mandetta foi demitido em abril do ano ado, após contrariar o presidente na defesa do isolamento social na pandemia, medida recomendada por autoridades sanitárias, e não defender tratamento precoce com medicamentos sem eficácia comprovada.
Além da vacinação, a legislação aprovada no ano ado também autoriza autoridades sanitárias a adotar outras providências de forma compulsória, como o isolamento de pessoas infectadas e a realização de exames.
Após conversar com apoiadores na Alvorada, Bolsonaro posou para fotos em cima do Rolls Royce presidencial.