Conhecido no Sul por sua habilidade na construção política, o atual prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro, pode ter feito uma grande jogada estratégica para 2026, usando para isso a eleição de 2022. Na política é assim, não se planta na mesma eleição o que se colhe. Alguns disputam algumas eleições até se cacifarem à disputar. Mesmo que este lapso de tempo parece estar diminuindo, a construção que ele vem fazendo agora deve render posição estratégica daqui a quatro anos.

Apesar de já ter feito alguns movimentos para se tornar conhecido, especialmente “lacrando” na internet o perfil de gestor austero e corajoso no enfrentamento de momentos delicados, foi nos últimos dias que melhor se divulgou à política.
Ele foi personagem principal naquela construção da tão aguardada candidatura de Luciano Hang ao Senado. Os movimentos remeteram esta possibilidade com a condicionante de que isso só aconteceria se João Rodrigues (prefeito de Chapecó) e Clesio Salvaro (prefeito de Criciúma) fosse candidatos na tríplice composição majoritária. Salvaro foi o primeiro a recuar. Os outros dois recuaram.

Na última semana, na condição de articulador nomeado pelo PSDB para negociar candidatura recebeu a visita de personagens como o senador Esperidião Amin (PP) e do ex-governador Raimundo Colombo (PSD) em seu gabinete em Criciúma. Tudo isso deve contribuir para marcar Clésio nos noticiários e elevá-lo à condição de opinião importante no jogo político. Como está fora da eleição deste ano, por não ter renunciado a prefeitura, os frutos devem ser colhidos apenas em 2026.
Tão categórico quanto foi em dizer que não renunciaria para disputar a eleição de 2022, Clésio Salvaro tem dito que assim que concluir o atual mandato de prefeito, sem chances de concorrer a um novo mandato, vai dedicar-se a estudar sobre gestão pública e percorrer o Estado a fim de falar do que ele garante vai ser a melhor gestão municipal de que se tem notícia, a de Criciúma. Assim, em 2026 considera estar habilitado para entrar no jogo de uma chapa majoritária.
Se política não se faz com pressa, o atual prefeito de Criciúma, que começou como vereador da pequena cidade de Siderópolis (1988), reeleito quatro anos mais tarde. Depois ficou na suplência da Assembleia Legislativa em duas oportunidades (1994 e 1998) elegendo-se dono de uma cadeira em 2002 e em 2006. Na prefeitura de Criciúma perdeu em 2004, mas venceu em 2008 e de lá para cá tornou-se no maior fenômeno política da atualidade no sul de Santa Catarina.