A fim de abocanhar a fatia do eleitorado jovem em Santa Catarina, alguns pré-candidatos ao governo do Estado já aderiram à rede social Tik Tok, sucesso entre a nova geração.

Dados provisórios – há grande quantidade de solicitações a serem processadas – reados pelo TRE-SC (Tribunal Regional Eleitoral) de SC apontam que nas eleições municipais de 2020 foram 22.452 adolescentes aptos a votar, número que agora saltou para 77.386, um aumento de 244%. Com esses dados, a participação dos eleitores de 16 e 17 anos representará 1,46% dos eleitores no Estado.
Pelo menos quatro dos nove pré-candidatos já estão no aplicativo. São eles: Antídio Lunelli (MDB), Jorginho Mello (PL), Gean Loureiro (União Brasil) e o governador Carlos Moisés (Republicanos). Os últimos três, no entanto, usam a rede social para divulgar conquistas de seus cargos eletivos, claro que visando também o próximo pleito eleitoral.
Jorginho, com 6831 seguidores, explora as leis que conseguiu aprovar, recursos trazidos para o Estado e encontro com lideranças políticas e comunitárias.

O prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, com 10,2 mil seguidores, abusa de postagens descontraídas usando recursos técnicos. Faz brincadeiras, mas transmite a mensagem de suas realizações.

O governador Moisés, com 656 seguidores, conversa bastante com o público por meio da rede e usa muito a música no fundo de suas postagens. Apresenta as obras, as visitas nos município e fala muito da mudança que diz ter promovido.

Já Antídio Lunelli (MDB), com 83 seguidores, que deixou o cargo de prefeito de Jaraguá do Sul, no Norte de SC, para concorrer à cadeira de governador, tem usado o Tik Tok para contar sua história, soltar o verbo (no caso de Jean Willys criticando a Schützenfest) e até dançar “Desenrola, bate e joga de ladinho”.
O emedebista entrou recentemente na onda do Tik Tok, tudo para conquistar, com um pouco de descontração, o eleitor, especialmente o mais jovem que está na rede.

Veja vídeo da dancinha do candidato: 1e6q1u
Vídeo: “Quando você tem jovens na equipe!” anuncia a postagem pré-candidato
Os demais postulantes Dário Berger (PSB), Décio Lima (PT), Esperidião Amin (Progressistas), Odair Tramontin (Novo) e Ralf Zimmer Júnior (Pros) responderam que ainda não estão no Tik Tok, mas que em breve estarão.
“Vemos a força que têm as redes sociais. Crescemos muito no Instagram desde o início desta pré-campanha. Agora vamos aderir a outras plataformas e o TikTok é uma delas”, respondeu a assessoria de Odair Tramontin.
“A ideia é o senador aderir sim. Mas ainda não colocamos em prática”, comentou a assessoria de Esperidião Amin.
“Teremos após oficializar a pré-candidatura ao governo do Estado, no sábado”, respondeu a assessoria de Décio Lima.
“As mídias digitais da pré-campanha ainda não foram deflagradas. O assunto já está sendo tratado com a presidência do partido estadual com a presidência nacional”, destacou Ralf Zimmer Júnior.
Dário ainda não aderiu.
“Quanto mais presente, mais chance” 4n375b
A reportagem do Portal ND+ conversou com Daniel Pinheiro, professor de istração Pública, coordenador do Programa de Pós-graduação Acadêmico em istração e do Programa de Extensão Educação e Cultura Política da Udesc.
Segundo ele, o candidato deve sim usar de todas as linguagem possíveis para chegar no eleitorado, uma vez que há toda uma diversidade a ser explorada.
O próprio marketing político trabalha muito isso: quanto mais presente, mais chance. Isto não significa, no entanto, que o candidato terá resultado desejado, mas com certeza terá mais oportunidade de conversar com aquele público, ensina Daniel Pinheiro.
Claro que, como toda mensagem, é preciso saber o que se quer ar para não se transformar “num tiro no pé”.
“O Tik Tok, ao menos tempo que é uma possibilidade de comunicação, acelera muito as reações e logo pode viralizar. Então uma mensagem errada pode ter um efeito negativo muito rápido diferente de outras mensagens que não reverberaram tanto”, explica o professor.
Se o candidato quer se aventurar nessa rede social, mas não tem muita familiaridade, a orientação de Daniel Pinheiro é de que ele busque um e profissional para trabalhar na imagem que quer ar. Agora, se o candidato não tiver recursos financeiros para isso, mas dominar a técnica, pode tentar fazer sozinho, mas o risco será maior. Isto, claro, do ponto de vista do candidato.
Já do ponto de vista do eleitor, o professor frisa que buscar informações sobre o candidato somente pelas redes sociais não é suficiente para definir o voto. É preciso pesquisar também em outros meios sobre a trajetória política, experiência, projetos, realizações…