Cacau Menezes

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Deputados querem mudar o nosso hino, mas não cantam nem o atual 4j14x

E depois, vem o quê? Mudar o brasão? A bandeira? O nome do Estado? Bravos deputados, há coisa muito mais importante merecendo a vossa atenção 2s2a2t

Nosso hino é imexível. Querem mudar o hino, mas não cantam nem o atual. Na próxima terça-feira (1), a Comissão de Constituição e Justiça da Alesc volta a discutir uma Proposta de Emenda Constitucional que pretende mudar o Hino de Santa Catarina.

A bandeira do Estado de Santa Catarina – Foto: Ricardo Wolffenbüttel/Divulgação/NDA bandeira do Estado de Santa Catarina – Foto: Ricardo Wolffenbüttel/Divulgação/ND

Aquele mesmo que quase ninguém canta, mas que traz em seus versos ecos da luta por liberdade e igualdade, como “quebrem-se férreas cadeias” e “rojam algemas no chão” – herança do contexto da abolição da escravatura.

Enquanto isso, no Rio de Janeiro, o hino que comemora a Proclamação da República virou até samba enredo: “Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós”. Não fala do pão de açúcar nem do biscoito Globo, nem das belezas naturais do Rio, mas emociona e representa.

Hino de Santa Catarina – Foto: Reprodução/InternetHino de Santa Catarina – Foto: Reprodução/Internet

Por aqui, parece que há quem prefira trocar valores históricos por uma melodia mais “turística”, quem sabe uma menção à Oktoberfest ou aquela guitarrinha da música do Beto Carrero? A tentativa de reescrever símbolos para agradar os ouvidos da moda é, no mínimo, perigosa. Afinal, tradição não se cria, nem se altera – se preserva.

Um hino é patrimônio histórico, cultural, simbólico e identitário – a alma de um povo em forma de música, carregando suas lutas, valores e ideais. O hino original carrega em essência valores universais e atemporais que moldaram a identidade do povo catarinense: a luta pela liberdade, a quebra da opressão e o clamor por Justiça.

Trocar o significado histórico por algo mais “bonitinho”, só que sem densidade simbólica, é como recusar uma herança por não gostar da caligrafia do testamento.

Já falei e repito, essa proposta pertence à mesma gaveta de “boas ideias” que guarda a mudança da Capital para Curitibanos e a derrubada da Ponte Hercílio Luz (porque “dá muita despesa”), ou seja, uma grande palhaçada.

E depois, vem o quê? Mudar o brasão? A bandeira? O nome do Estado? Bravos deputados, há coisas muito mais importantes merecendo a vossa atenção.

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