Um encontro realizado em Rio do Sul na manhã desta segunda-feira (23) discutiu a mitigação de cheias na região do Médio e Alto Vale do Itajaí e apresentou os planos de ação do projeto Jica, da Agência de Cooperação Internacional do Japão.

Promovido pela Amavi (Associação dos Municípios do Alto Vale do Itajaí), o evento reuniu prefeitos, vereadores, deputados e representantes da Defesa Civil dos municípios atingidos pelas cheias no mês de outubro.
Ao todo, três associações de municípios do Alto e Médio Vale da Foz do Rio Itajaí-Açu se reuniram para discutir ações de contenção de cheias, a fim de evitar futuras catástrofes.
Cerca de 200 pessoas estiveram presentes no Núcleo de Práticas Jurídicas da Unidavi para acompanhar a discussão.
Encontro discutiu ações para a região 105mk
A reunião foi coordenada pelo ex-secretário de Defesa Civil de Santa Catarina, Rodrigo Moratelli, que acompanhou o episódio de cheias das últimas semanas no Alto Vale.
Em entrevista para a NDTV, Moratelli falou sobre projetos antigos que tiveram andamento e ressaltou a importância de dar continuidade ao que ainda não saiu do papel.
“Na verdade, nós estamos traçando dois paralelos, um que é do município, que é reestabelecimento e reconstrução, e um segundo paralelo que é as ações que a gente pode fazer daqui em diante, reativando todo o projeto que nós temos em mitigação de cheias no Vale do Itajaí”.
Ele também comentou que há processos para deslizamentos e outras demandas que estão previstas para a Defesa Civil, que visa melhorias do monitoramento climático de Santa Catarina, radares, emissão de alerta via SMS e WhatsApp, assim como o mapeamento de risco hidrológico e geológico da bacia e do estado como um todo.
“Temos obras que foram feitas já no ado, em 2015 e 2016, que reduziram o nível do rio nas cidades do Alto Vale. O objetivo aqui é a Associação dos Municípios do Vale como um todo, da bacia do Rio Itajaí-Açu, que é a Amavi, a Amve (Associação de Municípios do Vale Europeu) e Amfri (Associação dos Municípios da Região da Foz do Rio Itajaí), se mobilizando para acompanhar as ações que estão sendo desenvolvidas pelo Estado e cobrar a efetivação delas”, destacou o ex-secretário.
Entretanto, ele destaca que as ações não estarão prontas no ano que vem, pois são ações que vão demorar talvez dois PPA’s (Planos Plurianual), ou seja, oito anos.
“Mas elas precisam ter continuidade e ao final desse processo, a gente vai medindo os resultados que vão acontecer com certeza na redução dos níveis de inundação e da recorrência nos municípios”.
Projeto Jica 3q6i6w
A ideia da reunião promovida pela Amavi foi unir esforços das três associações de municípios para colher junto ao governo do estado e federal, recursos para as obras do projeto Jica.
O projeto envolve obras das barragens já existentes, construções de novas mini barragens, desassoreamento do rio, canal extravasor e uma série de ações pontuadas para evitar novas catástrofes na região.
O presidente da Amavi e prefeito de Rio do Sul, José Thomé, falou sobre a importância de dar continuidade ao projeto.
“Agora, nós estamos em uma fase em que se discute o plano plurianual, que é o orçamento público federal e estadual para os próximos quatro anos e é imprescindível que esses projetos estejam detalhados no PPA, para que a gente comece a ver efetivamente ações saindo do papel, concretizando, sendo executadas e protegendo vidas, que é o que verdadeiramente importa”.
O prefeito de Blumenau, Mário Hildebrandt, também participou do encontro e comentou sobre a importância da união de forças entre os municípios.
“A nossa discussão aqui trata de debater uma ação que é em conjunto de todos os municípios do Alto Vale até a Foz, que é a revitalização e fortalecimento do projeto Jica. Essa é a visão que nós entendemos ter a necessidade de várias barragens, canais extravasores e uma série de ações que vão minimizar o impacto de enchentes não para uma cidade, mas para toda uma região que precisa desse apoio e parceria em conjunto”.