O presidente da Fiesc, Mário Cezar de Aguiar, afirmou hoje que a invasão da Ucrânia pela Rússia exige análise cautelosa e acompanhamento sobre os desdobramentos. Ele entende que há um risco iminente de elevação dos custos logísticos e de frete, impactando o comércio exterior de Santa Catarina e do Brasil, especialmente para insumos industriais importados dos dois países.
Em nota da assessoria da Federação há outras observações do presidente: “Se o conflito recrudescer, a logística ficará comprometida. O espaço aéreo já está fechado, os navios não vão poder parar nos portos da Ucrânia e, por isso, vão ter que desviar para outros países”.
E prossegue: “Apesar do comércio de Santa Catarina com a Rússia e com a Ucrânia não representar uma grande fatia no total das exportações e das importações do estado, a volatilidade que o conflito desencadeia mexe com a economia mundial. “Impacta os mercados, a confiança dos investidores e as transações em dólar. Além disso, países que estão diretamente ligados a esse conflito, como Estados Unidos e os do continente europeu, são grandes compradores de produtos catarinenses, principalmente aqueles de maior valor agregado. Então, o momento é mesmo de preocupação e devemos acompanhar atentamente todos os desdobramentos”, ressalta Aguiar. Outro ponto negativo dessa tensão geopolítica é a escalada nos preços do petróleo. A Rússia está entre os maiores produtores e exportadores da commodity, e sua elevação tem impactos na sociedade como um todo, especialmente na inflação, que já está elevada tanto no Brasil quanto no exterior. Além disso, o conflito tende a afetar a economia de outras formas, provocando, por exemplo, a queda das bolsas de valores, o que pode prejudicar empresas e investidores.”
Em 2021, a Ucrânia representou 0,06% das exportações e 0,11% das importações catarinenses. Enquanto as exportações recuaram de US$ 7,8 milhões em 2020 para US$ 5,8 milhões em 2021, as importações saltaram de US$ 4,72 milhões para US$ 27,2 milhões em 2021.
No mesmo período, SC exportou US$ 101,1 milhões para a Rússia e comprou US$ 194,3 milhões do país. Os embarques para a Rússia representaram 0,98% das exportações catarinenses em 2021, enquanto que as importações russas representaram 0,78% das compras catarinenses no exterior no ano ado.