Com caneta, documentos e cola de candidatos na mão, os eleitores do tradicional Colégio Catarinense, localizado no Centro de Florianópolis, se preparavam para votar neste 1º turno das Eleições 2022.
Entre eles, os candidatos Gean Loureiro (União), Afrânio Boppré (PSOL) e o atual prefeito da Capital, Topázio Neto (PSD), também votaram na manhã deste domingo (2), na instituição de ensino.

Com quase 8 mil eleitores, o Colégio Catarinense, um dos principais locais de votação de Florianópolis, abriu as portas para o 1º turno das Eleições às 7h de domingo. Nas primeiras horas da manhã, o fluxo era tranquilo e o tempo de espera curto, com uma média de 7 minutos na fila.
Os eleitores que chegaram pela manhã encontraram uma grande movimentação nas ruas próximas ao colégio. Quem se deslocou até o local de carro, não encontrou vagas próximo da instituição.

Lucia Maria Vilela, de 77 anos, conta que pensou em ir de carro, mas depois agradeceu por ter mudado de ideia antes de sair de casa. “Foi ótima a experiência, muito rápido. Só a questão do carro realmente, porque não estão deixando entrar no estacionamento, mas eu moro pertinho e vim caminhando”, relata.
Dona Lúcia, como muitos outros, aproveitou o horário da manhã para ir votar e logo após comparecer à missa, com começou às 9h30, na Igreja Santa Catarina de Alexandria, localizada nas dependências do colégio.

Próximo das 9h, o atual prefeito de Florianópolis, Topázio Neto, chegou acompanhado da assessoria de imprensa. Muitas câmeras e cidadãos ao redor do prefeito, cumprimentando e agradecendo por seu mandato. Em fala, ele ressalta a importância do cidadão em “reforçar a democracia” e exercer o direito ao voto.
“A gente vê as pessoas se preparando, colocando a melhor roupa, vindo exercer o direito ao voto e garantir o futuro do Estado. Estou muito feliz em ver o movimento das pessoas”, diz.

Pronta para ir visitar a cunhada, a eleitora Silene Juttel levou até seu cãozinho Kiko para o local de votação. “Ele veio comigo hoje. Não pôde entrar [na seção] mas um homem simpático cuidou dele no corredor. Estou preparada para o que der e vier”, confessa.

O delegado de prédio, Bruno Luiz Pedro, avisou que a entrada de cachorros é permitida dentro das dependências do edifício, porém, na seção eleitoral, fica “a critério do presidente, liberar ou não”.
Ainda segundo o delegado, a estrutura abriga 20 seções de votação, com quatro auxiliares por sala, um presidente, dois mesários e o responsável pela organização da fila. Totalizando 80 auxiliares durante o 1º turno das Eleições 2022.
As seções não possuíam fila preferencial, porém, o responsável pela organização deu prioridade aos eleitores mais velhos. Como foi o caso de Leandro Vogher, de 86 anos, que mesmo não fazendo parte do grupo do voto obrigatório, fez questão de marcar presença.
“Eu respeito muito o nosso país. Desde os 18 anos, até hoje, nunca faltei uma votação. Todas as eleições estou presente e até morrer quero seguir assim, em respeito ao meu país e a democracia”, declara.

O candidato do PSOL, Afrânio Boppré, aproveitou o horário da manhã para exercer o direito ao voto. Por volta das 10h, o candidato a senador acompanhou o filho Gabriel. Os dois votaram na seção 282, do Colégio Catarinense.
Boppré falou à reportagem do ND+ sobre a expectativa para o primeiro turno das eleições. “Primeiro, que ocorra tudo muito dentro da normalidade, tranquilidade e que não se aceite provocações. A minha expectativa é a eleição do Lula no primeiro turno”.
Em âmbito estadual, Boppré projetou que a eleição seja decidida em dois turnos. “Em Santa Catarina é inevitável. Teremos dois turnos. Vamos aguardar o resultado das urnas. A democracia é algo que não se negocia”, finaliza.

Como Boppré, muitos eleitores estavam acompanhados de seus familiares, seja os mais velhos pelos filhos ou os mais novos pelos pais. Rodrigo Altair Bianco levou suas duas meninas, Maria Luiza, de 7 anos, e Bárbara, de 5 anos, para a votação neste domingo.
“Elas têm que aprender o poder do voto. Que conseguimos mudar o país através dele”. Bianco conta que na hora de explicar às filhas, ele tenta usar exemplos entendíveis para as crianças. “Eu falo para elas que, como tem uma pessoa que coordena o nosso prédio, tem uma pessoa que coordena o país”, diz.
As meninas estavam enérgicas por ser a primeira vez acompanhando o pai na votação. O tempo da fila foi curto para a quantidade de novidades testemunhadas pelas garotas. “É a minha primeira vez. Eu nunca vim com o papai, apesar de morarmos perto. Estou gostando, tem bastante gente”, relata a mais velha.

Conforme as horas foram ando, mais pessoas chegavam ao local e o tempo de espera das filas, antes de uma média de 7 minutos, chegou a atingir os 40. Estela Mansur, que estava acompanhada da filha, conta que ou mais de uma hora ao lado de fora da seção, por conta de um problema na urna.
“A fila está gigante. Eu fiquei um tempão na fila errada e só nessa estou mais de 40 minutos. Ainda tem os prioritários para entrar, mas acho que ficou desorganizado essa questão da preferência. A gente não tem compromissos, mas e quem tem? Os nervos já estão à flor da pele”, conta.

Outro que também ficou na fila por quase 1 hora, foi o candidato ao governo estadual Gean Loureiro (União Brasil), que chegou por volta das 10h40 no Colégio Catarinense. Ele estava acompanhado da mulher, Cintia Loureiro, e também do atual prefeito da cidade, Topázio Neto.
Em contato com a reportagem do ND+. Gean, avaliou a campanha eleitoral e espera disputar o segundo turno. “Foi uma campanha que estadualizou o meu nome, foi crescente e fica a torcida para chegar ao segundo turno e vencer a eleição”.
O candidato do União Brasil falou sobre as chances dele na disputa no segundo turno. “Acho que todos têm chance, estão apresentando empate técnico. Nos últimos dias sempre têm mudanças, então é torcer para chegar entre os dois primeiros e fazer uma grande vitória no final de outubro”, disse.
Em um possível segundo turno, Loureiro falou sobre o mote da campanha. “Será o mesmo de até agora. De muito trabalho, de apresentação de propostas e demonstrar que nós temos a melhor proposta para governar Santa Catarina”, finalizou.

Até as 11h, o clima estava apaziguador. Nas ruas, nenhum santinho nas calçadas e muito respeito entre os eleitores, inclusive entre os fiscais de partidos opostos. “Tudo tranquilo. Nos cumprimentamos com respeito. É um dia de paz”, deseja o fiscal.