A partir do dia 15 de abril, o deputado federal catarinense, Fábio Schiochet (União Brasil), assume a presidência do Conselho de ética da Câmara, um dos órgãos mais importantes do legislativo nacional. O colegiado, composto por 21 membros, é encarregado do procedimento disciplinar destinado à aplicação de penalidades aos parlamentares. Atualmente, há mais de 40 processos de cassação tramitando no Conselho.

Entre 2022 e 2023, Schiochet foi presidente da Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados. Em 2024, ou a presidir a Comissão de Defesa do Consumidor, cargo que ocupou até março de 2025. O catarinense, natural da Jaraguá do Sul, ficará no comando do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar até janeiro de 2026.
Deputado catarinense promete pulso firme com regramento interno 185u6b
Em entrevista ao ND Mais, o parlamentar não escondeu o entusiasmo ao assumir a presidência do colegiado. Schiochet foi cotado para assumir a presidência da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), mas após algumas negociações político-partidárias, acabou no Conselho de Ética.
“Eu fui membro do Conselho de Ética entre 2019 e 2020, no primeiro biênio de quando eu entrei na Câmara dos Deputados. É um pouquinho mais complicado, tem que ter um traquejo um pouquinho maior, querendo ou não, tu acabas lidando com a cassação de deputados, isso é sempre um tema complexo, né?! Mas não tive essa experiência ainda e como já presidi duas comissões temáticas, o meu coração batia para ir para o Conselho de Ética”, disse à reportagem.

O parlamentar promete seguir a mesma linha do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), ao dizer que não vai mais “tolerar baixaria” na Câmara dos Deputados. “A quebra de decoro funciona desde a [obrigatoriedade de] gravata, quando tu entras em plenário, até uma ação criminal. Então, eu acho que esse ano vai ser um ano bem complicado e de muito trabalho para o Conselho de Ética de uma maneira geral, inclusive para os membros”, destacou Schiochet.
“Suspensões serão frequentes”, diz futuro presidente do Conselho de Ética 606v1o
O catarinense promete pulso firme e cobranças com o cumprimento do que diz o regimento interno. Quem não se cumprir o regramento está sujeito às sanções impostas pelo legislativo porquê, segundo ele, a Câmara “vai ter ordem”. “Nós vamos seguir na risca. Na última das hipóteses, é que nós vamos falar em cassação de deputado, mas que vai começar a ser frequente é três, quatro, cinco meses de suspensão, isso aí sim”, enfatizou o parlamentar.
Schiochet tem mantido diálogo constante com o atual presidente do órgão, deputado Leur Lomanto Júnior (União Brasil-PB). Na pauta, processos de cassação que já tramitam na Câmara dos Deputados, são mais de 40. Dentre eles, o do deputado Glauber Braga (Psol-RJ), acusado de quebra de decoro por expulsar da Câmara, no dia 16 de abril de 204, com empurrões e chutes, o integrante do MBL (Movimento Brasil Livre), Gabriel Costenaro.

“Já tive uma longa conversa com presidente Leur sobre todos os trâmites que estão em andamento, todos os processos que estão no Conselho de Ética eu já aprofundei, estou fazendo o dever de casa e até trouxe esses documentos para Santa Catarina para estudar. Assim que eu tomar posse, poderei falar com propriedade”, afirmou ao ND Mais.
O que faz o Conselho de Ética? 5i45z
Conforme disposto no portal da Câmara dos Deputados, cabe ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, “zelar pela observância dos preceitos éticos, cuidando da preservação da dignidade parlamentar, e, também, responder às consultas da Mesa, de comissões e de deputados sobre matéria de sua competência”.
O colegiado atua sempre que provocado pela Mesa Diretora da Câmara para instauração de processos disciplinares. Deputados, Comissões e cidadãos em geral podem requerer representação em face qualquer deputado federal à Mesa Diretora. Partidos políticos com representação no Congresso Nacional também podem encaminhar representação à Mesa Diretora, que a enviará diretamente ao Conselho de Ética.
Os trabalhos do Conselho são regidos por regulamento próprio, que dispõe de procedimentos a serem observados no processo disciplinar, conforme disposto no Código de Ética e no Regimento Interno da Câmara dos Deputados.