Cerca de 200 lideranças do PSDB de Santa Catarina acompanharam a visita do governador de São Paulo, João Doria Jr., ao estado no último sábado (14).
Até 21 de novembro, os tucanos realizam eleições prévias para definir seu candidato à Presidência em 2022, por isso, Doria veio a Florianópolis, onde concedeu coletiva à imprensa e pediu apoio aos tucanos catarinenses durante encontro partidário à tarde no CentroSul. Mais cedo, almoçou com o governador Carlos Moisés (sem partido).

O próprio Doria, na coletiva, apresentou seus concorrentes tucanos: “O jovem governador Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul; Tasso Jereissati, senador da República, pelo Ceará; Arthur Virgílio, ex-senador pelo Amazonas (…) As prévias vão fortalecer não a terceira via, mas a melhor via”, enfatizou Doria.
“Governador, o senhor é o pai da vacina, é o governador da vida”, disse o prefeito de Araquari e presidente da FECAM (Federação Catarinense dos Municípios), Clenilton Pereira, dirigindo-se à Doria com a militância. O termo também apareceu em cartazes e foi usado pelo mestre de cerimônia ao chamar Doria para o palanque.

Depois de São Paulo, Santa Catarina é onde o partido tem mais filiados: mais de 100 mil. Enquanto o Rio Grande do Sul deve apoiar Leite e o Paraná acaba de escolher Doria, os pré-candidatos tucanos buscam apoio em Santa Catarina. Eduardo Leite visitou o estado em julho. Jereissati e Virgílio ainda não vieram.
Os recados de Doria 64t2i
Para a militância, o tucano falou cerca de 30 minutos. Recorreu aos grandes temas: Economia, Relações Internacionais, Educação e, sobre Saúde, destacou seu trabalho em prol das vacinas para Covid-19:
“Se não tivéssemos viabilizado a CoronaVac, o Brasil não teria iniciado a sua vacinação, que começou no dia 17 de janeiro”. Outro trunfo para captar a militância foi repetir nome e origem da esposa, Bia Doria, catarinense de Pinhalzinho.

Boa parte do tempo, o governador de São Paulo criticou Lula e Bolsonaro: “Nem horror nem terror, o Brasil precisa de um bom gestor”, repetiu algumas vezes, antecipando possível slogan da corrida presidencial em 22.
“Não me venham lulistas, petistas, extremistas da esquerda dizer que esse homem salvou o Brasil. Não salvou! Produziu um dos maiores assaltos de dinheiro público da história deste país”, falou sobre Lula.
Em relação a Bolsonaro, disse que errou ao apoiar o presidente em 2018. Antecipando o clima de confronto que deve marcar a eleição, Doria atacou Bolsonaro de forma severa: “Facínora, fascista, negacionista. Metade dos brasileiros que se foram, poderiam estar vivos se tivéssemos um presidente com compaixão e que tivesse comprado vacinas, em vez de cloroquina”.

No encerramento, Doria pediu coragem à militância: “Serão as eleições mais duras da história, no enfrentamento com a extrema esquerda e a extrema direita. Essa não é uma campanha para os bonzinhos, com todo respeito aos bonzinhos, é uma campanha para quem tem garra e quer liderar o PSDB para voltar a vencer”.
Apoio dos pré-candidatos ao governo catarinense 1n2y60
Os assessores do PSDB catarinense só falam em Gelson Merisio ao serem questionados sobre o nome tucano ao governo do Estado. O ex-deputado e presidente da Alesc, entretanto, prefere a cautela.
“Não estou trabalhando para isso, mas o fato de ter disputado a eleição ada, me torna o nome possível e natural (…) Gostaria de ser governador, como disse no ado, mas vou respeitar a construção de um projeto que pense no estado”, disse Merisio ao ND+.

Presente na visita de Doria a Florianópolis, Merisio disse que apoia Eduardo Leite na prévia do partido: “Gosto muito do estilo do governador do Rio Grande do Sul, meu voto é dele para presidente (…) Entendo o belo trabalho que faz o governador de São Paulo, mas sua forma de fazer política, neste momento, afasta aqueles descontentes dos dois polos majoritários”, pontuou Merisio.
Questionado sobre a candidatura tucana para o governo de Santa Catarina, o ex-senador Paulo Bauer disse que o assunto não entrou na pauta: “É necessário que a gente avalie muito bem o cenário político para decidir quem será o candidato e se deveremos ter candidato”. Bauer lembrou que o PSDB só disputou o governo catarinense duas vezes: Dirceu Carneiro, em 1990, e ele mesmo em 2014.

Gelson Merisio não vai trabalhar por Doria em Santa Catarina, mas Vinicius Lummertz, sim. Depois disso, pretende colocar-se como candidato ao governo:
“Merisio se colocou como tal, está fazendo uma caminhada, mas também me coloco à disposição”, disse Lummertz, que é Secretário de Turismo no governo Doria, em São Paulo. Ele acompanhou o governador até o Floripa Airport, no retorno de Doria ao seu estado, ainda no sábado.

Estiveram com Doria, em Florianópolis, diversos prefeitos do PSDB catarinense, como Clésio Salvaro, de Criciúma; o secretário de Cultura, Esporte e Juventude em Florianópolis, Ed Pereira; o ex-vice-prefeito da Capital, João Batista Nunes; o ex-senador Dalírio Beber; o presidente da Fundação Catarinense de Cultura, Edinho Lemos, cerca de 50 vereadores, entre eles, Renato Geske, da Capital, e a presidente do PSDB Mulher e vereadora por Itajaí, Anna Carolina Martins, além do vice-presidente do partido em Santa Catarina, Rogério Pacheco.

A atual presidente estadual, Geovania de Sá, participou de forma virtual. Ela está com a filha, que acaba de ganhar um bebê, em Criciúma. O deputado estadual Marcos Vieira também não recepcionou Doria em Florianópolis.