Em continuidade à série de entrevistas com os postulantes ao governo de Santa Catarina no ND Notícias, na NDTV Record TV, o entrevistado pelo comentarista e articulista Paulo Alceu na noite desta quarta-feira (21) foi o candidato do PDT, Jorge Boeira.

O empresário e ex-deputado federal disse que o Estado está abandonado desde a infraestrutura até educação. Ele pregou a redução do ree do duodécimo e pôs em questão a falta de transparência na renúncia fiscal de empresas.
Afastado da política desde quando encerrou seu mandato de deputado federal há quatro anos, Boeira disse que retornou por perceber um estado de abandono em Santa Catarina, que seria percebido na queda na produção econômica.
“Nós construímos um Estado com uma produção diversificada e distribuída por todo o nosso território. O esforço de todos os catarinenses, os ascendentes, os atuais, e construímos esse Estado com inteligência. Agora parece que o catarinense não consegue mais progredir, melhorar de vida. E o Estado não está fazendo a sua a sua tarefa”, reclamou.
Segundo Boeira, a indústria, comércio e agricultura têm feito sua parte, porém o Estado não tem colaborado. O pedetista disse que os pontos principais para o crescimento são a qualificação profissional e o investimento na educação.
Para ele, o Estado precisa acolher as crianças desde as creches, mas principalmente investir na grande preocupação hoje no Estado de Santa Catarina, que é o jovem do ensino médio, já que no ano ado, por exemplo, 66 mil jovens abandonaram a escola.
“Isso significa que um em cada quatro alunos abandonou a escola, são 25% dos nossos jovens do ensino médio”, comentou Boeira, ao lembrar que iniciou essa discussão com os reitores das instituições de ensino federais e estaduais e do sistema Acafe (Associação Catarinense das Fundações Educacionais).
Redução do Duodécimo 1a14u
Boeira avisou no ND Notícias que, se eleito, vai garantir uma renda mínima para manter os alunos do ensino médio nas escolas. Questionado de onde vai retirar recursos para garantir esses investimentos robustos na educação, o candidato disse que uma das alternativas seria a redução do ree do duodécimo – fatia da receita corrente líquida reada para os poderes legislativo, judiciário e órgãos autônomos – que é de 21,88%.
“Hoje no estado de Santa Catarina é 21,88% da arrecadação, no Paraná é 18,6% e no Rio Grande do Sul é 10%. Eu não quero fazer essa discussão aqui de forma açodada. A partir do momento que a gente assumir o governo vou chamar os deputados estaduais porque cabe aos deputados estaduais essa decisão anualmente”, destacou.
Campanha sem o Fundão j343r
Boeira disse no ND Notícias que votou contra e não usa o Fundo Eleitoral e nem o fundo partidário na campanha. “Eu estou fazendo a campanha sem dinheiro do Fundão, faço uma campanha franciscana. O meu motorista é o meu genro, nós não temos uma grande estrutura de campanha, embora eu corra todo o Estado”, garantiu.

“ Aquilo que eu tenho na vida eu ganhei trabalhando com as minhas empresas, não tenho nada que desabone a minha conduta durante a vida inteira”, afirmou o candidato do PDT.
Candidato garante que abdicou de regalias parlamentares 30673e
Boeira foi questionado por Paulo Alceu sobre a evolução do seu patrimônio, já que, quando foi eleito pela primeira vez, declarou cerca de R$ 600 mil e agora, como candidato ao governo do Estado, fez declaração de bens de aproximadamente R$ 6 milhões.
“Eu sou empresário do ramo metalomecânico. Comecei muito pequeno, microempresário, e com o apoio da minha esposa, da minha família ao longo desses 44 anos enquanto empresário, nós gerimos essas empresas com o apoio de mais de mil apoiadores. Então eu venho da indústria, meu local é fábrica, eu não sou político profissional”, respondeu.
Ele lembrou que ao longo de 16 anos de mandato como deputado federal, decidiu abdicar de regalias oferecidas aos parlamentares como aluguel de carro e refeição, além do auxílio mudança.
“Aprendi com a minha mãe que dizia: ‘meu filho nunca leve pra lugar nenhum e nunca traga para casa aquilo que não te pertence’”, afirmou, ao reforçar que renunciou à aposentadoria parlamentar.
Transparência na renúncia fiscal 4a1gi
O candidato do PDT ao governo do Estado disse não ser contra o incentivo fiscal às empresas, no entanto questiona a transparência. Segundo ele, em um orçamento de R$ 45 bilhões, 33% dele, ou seja, R$ 15 bilhões, é de renúncia fiscal.

Boeira propõe um projeto que cria indicadores para empresas. Caso uma determinada empresa não atingir os indicadores durante dois anos consecutivos ou três anos alternados, ela perderá o benefício.
De acordo com Boeira, existe um problema muito maior em relação à renúncia fiscal, que é a falta de transparência.
“Atualmente essa renúncia fiscal não tem nenhuma transparência, quem ganha mais, quem ganha menos. A única fonte que eu consegui estudando todo o orçamento do Estado é que 80% desse valor vai para 2% das empresas. Quem é, que não é e quem recebe, quem não recebe. Aliás, o orçamento da união eu consigo saber. Aqui no orçamento do Estado eu não consigo”, pontuou.
Do partido do presidenciável Ciro Gomes, Boeira retrucou a possibilidade de um segundo turno entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). “O Ciro vai chegar no segundo turno.”