O Dia da Independência foi marcado por manifestações sociais em Florianópolis. Dois atos reuniram na manhã desta quarta-feira (7) favoráveis e contrários ao governo do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL).

Os bolsonaristas começaram por volta das 9h30 a se reunir em frente ao trapiche da avenida Beira-Mar Norte. Depois, vestidos com roupas e diferentes apetrechos em verde-amarelo, como bandeiras, perucas e chapéus, eles percorreram a via até a sede da Polícia Federal.
A caminhada, inicialmente prevista para começar às 11h30, atrasou cerca de dez minutos pois um Fiat Uno preto bloqueava a saída. Manifestantes chamarem o proprietário pelo megafone, mas não adiantou. Os manifestantes se apertaram no canteiro da pista para permitir a saída dos carros.
Dois caminhões guiaram o público até o local. O primeiro, que abria a manifestação, era ocupado por candidatos do PL (Partido Liberal) – sigla do presidente Jair Bolsonaro.
Críticas ao PT (Partido dos Trabalhadores), ao ex-presidente Lula e o “combate ao comunismo” eram as principais bandeiras dos participantes.

A Polícia Militar estima aproximadamente 9 mil pessoas a pé presentes. Levando em conta o número de ante e o desfile cívico-militar, o número deve chegar a até 14 mil, segundo o comandante do 4º BPM (Batalhão da Polícia Militar) Dhiogo Cidral.
“Somou-se ao evento a contagem de 128 caminhões e diversos veículos de eio em carreata que seguiu a caminhada”, conclui a nota. Daniel Carvalho, um dos organizadores da manifestação, afirma que 60 mil pessoas compareceram às ruas.
Pelo fim da fome, dos cortes na educação e pela mudança 14e1r
A chuva e o frio também não espantaram os manifestantes que compareceram ao ato Grito dos Excluídos, no Centro de Florianópolis, neste Dia da Independência. Bandeiras de entidades estudantis, de partidos políticos, de sindicatos e de movimentos sociais coloriram a concentração no Terminal Cidade de Florianópolis. De lá, por volta das 11h, o grupo partiu com destino à rua 13 de Maio.

Um público majoritariamente jovem, sobretudo de estudantes, carregou faixas e cartazes a favor da educação, da democracia e segurança, e entoou gritos de “fora, Bolsonaro”.
A expectativa era de que 500 pessoas particiem do evento. Segundo a PM, responsável por garantir a segurança do ato, 300 manifestantes partiram da concentração e da caminhada pelo Centro da Capital.
Amanda Cardoso Venceslau, estudante do IFSC e integrante da Fenet (Federação Nacional dos Estudantes em Ensino Técnico), participou da organização do evento: “A gente tá construindo o Grito dos Excluídos por entender o protagonismo dos estudantes nessa luta também. Os estudantes estão na rua hoje pela educação, mas também pela democracia no nosso país.”

O tradutor Diego Sturdze também participou do evento. Para ele, “a gente vive uma situação terrível no país de aumento do desemprego, da miséria, de preço, a carestia, a inflação e ao mesmo tempo o aumento da violência. A gente vê coisas horríveis, como parte da população em fila em busca de ossos. A única saída para isso tá na mobilização dos trabalhadores, dos setores populares para lutar contra isso”.
Segundo a organização do evento em Florianópolis, o Grito dos Excluídos já é realizado desde 7 de setembro de 1995. A mobilização teve origem na CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) para propor discussões em torno dos problemas sociais do país.
“Esse ato vem sendo visto como uma forma de mostrar para o Brasil a população que a por diversos problemas de carência. Falta de comida, falta de moradia, falta de terra e isso fez com que os partidos de esquerda, que entendem os direitos sociais como uma luta fundamental, engrossarem as fileiras da luta que trouxe a CNBB”, relembrou a antropóloga Marta Magda Antunes, que estava na manifestação na Capital.