O Projeto de Lei 0032/2023, que permite a mudança no hino de Santa Catarina, segue repercutindo no estado. Nesta terça-feira (15), uma audiência pública foi realizada no Plenarinho da Alesc (Assembleia Legislativa de Santa Catarina) para ouvir parlamentares, artistas, especialistas em música erudita e representantes da cultura catarinense. A discussão foi mobilizada pela Comissão de Educação, Cultura e Desporto.
Agora, uma comissão especial deve ser criada para pensar nas regras da elaboração de um concurso público, aberto ao setor cultural, para selecionar canções que podem se tornar o novo hino de Santa Catarina.

Hino deve ser mais representativo, diz autor do projeto 276j30
A proposta que já tramita na Alesc é de autoria do deputado estadual Ivan Naatz (PL) e divide opiniões. O parlamentar defende que o hino atual, adotado em 1895, há 128 anos, não é representativo e nem popular. Segundo Naatz, a população catarinense desconhece o canto.
“Quem defende a mudança reconhece que o hino é uma poesia e foi um presente histórico. Mas, retrata um momento nacional. E não há nada de características catarinenses, ou seja, não é representativo. A letra precisa falar do potencial turístico, histórico, geográfico, econômico e cultural das diversas regiões do estado”, explica.
Novo hino enfrenta resistências 3k3e6a
Durante a audiência pública, especialistas do setor artístico e cultural também apresentaram contra-argumentos. Para o presidente do Conselho Estadual de Cultural, Luiz Moukarzel, trocar a canção de 128 anos é um erro.
“Somos contra porque quando você suprime uma questão histórico-cultural, mesmo que a intenção não seja essa, você faz um apagamento histórico-cultural para as próximas gerações”.
A Academia Catarinense de Letras, representada por Artêmio Zanon, também se posicionou contrária à mudança.
Expectativa para mudança 6zb3h
Ainda que enfrente resistências, de acordo com Naatz, o resultado da audiência foi positivo. “A discussão foi muito produtiva, principalmente para um tema sensível que não é uma unanimidade.”
O cronograma de trabalho apresentado pelo deputado é de 30 meses. Até agora, seis já se aram. A expectativa é que o projeto continue avançando a fim de que que as canções escolhidas em concurso público cheguem até os parlamentares da Alesc para decidirem se o hino catarinense será, de fato, alterado.