O ND Notícias, da NDTV, iniciou nesta terça-feira (20) uma série de entrevistas com os candidatos ao governo de Santa Catarina. O primeiro entrevistado pelo comentarista e articulista Paulo Alceu foi o candidato do partido Novo, Odair Tramontin.

O ex-promotor de Justiça fez duras críticas ao uso do Fundo Eleitoral, disse que se for eleito não adotará o “toma lá dá cá” com a Alesc (Assembleia Legislativa de Santa Catarina) e condenou as situações da infraestrutura e saúde do Estado.
Tramontin ainda opinou para qual lado deve seguir em um provável segundo turno entre os presidenciáveis Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Tramontin disse no ND Notícias que é possível fazer campanha eleitoral sem usar o dinheiro público. “Nós do partido Novo elegemos o governador Romeu Zema (MG) sem usar um centavo do dinheiro público. Elegemos o prefeito da maior cidade de Santa Catarina, ville, sem usar um centavo de dinheiro público”, afirmou.

“Então essa conversa de que o fundão é para a democracia não convence ninguém. É uma demonstração inequívoca de que é um assalto ao dinheiro público, ao dinheiro dos impostos e o brasileiro precisa reagir. O pedido que eu faço é que se reaja nas urnas”, reforçou.
Sobre o relacionamento com a Alesc, no caso de assumir o governo do Estado, Tramontin foi contundente. “O partido Novo não faz ‘toma lá dá cá’. Eu não aceito ser governador se não for pra ter liberdade pra compor a minha equipe de governo”, disse ele, ao lembrar que o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, só tem dois deputados e foi um dos primeiros governadores a aprovar a reforma da previdência.
“A gente dialoga, conversa, calça sandália da humildade, para mostrar ao parlamentar de que aquela demanda não é do governador, é da sociedade”.
Questionado por Paulo Alceu sobre como será a ação referente à segurança pública, o candidato disse que será um somatório de mais prevenção, repressão e educação. “Segurança pública se faz com educação em primeiro lugar, gerando oportunidade para os nossos jovens”, salientou.
Tramontin pediu mudanças na legislação penal do país e afirmou que isso começa a partir da escolha dos novos deputados federais e senadores. Segundo ele, os bandidos são tratados com muita tolerância e há a necessidade de uma legislação mais dura.
“Não adianta o governador aumentar efetivo, criar outras estruturas para polícia se não tiver uma retaguarda legislativa que permita esse enfrentamento”, pontuou.
Críticas ao governo e combate à corrupção 3a3h
O candidato do Novo também fez críticas ao atual governo por indicações de pessoas em alguns cargos e destacou que o combate à corrupção será prioridade.

“Não vamos aceitar a composição de equipe como se faz hoje, com gente com ficha suja. Nós temos que separar o joio do trigo, o atual governador estava nomeando uma pessoa condenada a dez anos de prisão por crimes contra a istração pública para ser secretário da Agricultura”.
Tramontin disse ainda que a contratação dos secretários, dos cargos comissionados em seu possível governo será por currículo, por trajetória profissional e não por indicação política. O candidato rebateu as afirmações de que o partido Novo é contra o funcionário público.
“O partido Novo é o que mais valoriza o servidor público, tanto que em ville 65% de cargos comissionados estão sendo ou foram preenchidos por servidores de carreira. Isso permite uma qualificação e uma continuidade do serviço público, permite uma garantia de que o cidadão não estará sendo istrado por partilhamento de cargos”, rechaçou.
Concessões de rodovias não estão descartadas 1a3i22
Segundo Tramontin, no caso de ele assumir o governo do Estado, não estão descartadas as concessões de rodovias em Santa Catarina, principalmente as BR-280, BR-470 e BR-282, que são de responsabilidades do governo federal.
“O catarinense precisa dessas estradas. Se nós esperarmos investimentos do governo federal nós nunca teremos”.

O candidato também não hesitou ao afirmar que, se preciso for, privatizará a Casan (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento) que, segundo ele, não está prestando serviços adequados.
Sobre a situação da saúde no Estado, Tramontin destacou que o primeiro ponto é não fazer politicagem, o cerne do problema.
“Essa é a grande causa de nós termos hoje mais de 100 mil pessoas em fila de espera. Nós vamos investir em especial nos hospitais filantrópicos. Que são os grandes prestadores de serviço da saúde que tem condições de resolver esse gargalo e nós vamos enfrentar isso com determinação colocando pessoas certas no lugar certo uma gestão profissional”, opinou.

Questionado qual lado apoiaria em um eventual segundo turno entre os candidatos à Presidência da República, Jair Bolsonaro e Lula da Silva, Tramontin respondeu:
“Eu sou promotor, eu não só desgosto, eu odeio ladrão. Então se tiver algum ladrão no segundo turno, eu evidentemente serei contra. Em especial, nós olharemos as ideias. Nós não itimos ideias que sejam contra a liberdade, que prestigiem a corrupção”, finalizou.