Uma caminhonete encontrada incendiada pode acrescentar mais um capítulo à prisão do prefeito de Bela Vista do Toldo, no Planalto Norte de Santa Catarina. Adelmo Alberti (PSL) está preso desde terça-feira (6), depois de uma força-tarefa da operação Et Pater Filium na cidade.
Durante a operação na semana ada, uma caminhonete com número de chassi de um veículo com registro de roubo foi encontrada na casa do prefeito. Ele foi preso em flagrante por receptação e, embora já tenha pagado fiança pelo crime, segue detido por outras acusações.
Já na segunda-feira (12), uma caminhonete foi encontrada queimada no interior do município, onde uma retroescavadeira também estava escondida na mata. Segundo a Polícia Militar, as placas eram de outra caminhonete com as mesmas características, tratando-se de um veículo clonado.

O delegado Darci Nadal Junior informou que a equipe deve realizar perícia nos veículos para verificar a origem, a possibilidade de estar ligada a um crime antecedente e algum sinal de adulteração de identificação.
“No curso do inquérito policial será determinado se os veículos encontrados hoje possuem algum tipo de vinculação com a origem ilícita do automóvel localizado sob a posse do prefeito de Bela Vista do Toldo”, disse Nadal.
Ele afirma que a coleta de elementos do veículo encontrado na segunda, é possível que a situação evolua para descarte irregular de veículos, adulteração de sinal identificar, receptação e até prática de crime de organização criminosa.
Prefeito flagrado com dinheiro na cueca 5ts61
Além de ter sido preso por receptação, Adelmo Alberti é alvo de outras acusações. Segundo denúncia do Ministério Público, há suspeitas de que o prefeito comandasse 12 empresas em nome de laranjas para vencer processos licitatórios com valores de até R$ 6,5 milhões.
Um empresário aceitou a oferta de delação premiada e, conforme a denúncia, gravou a entrega de dinheiro de propina a Alberti, que guardou o envelope com R$ 10 mil dentro da cueca.

Além do prefeito, outras três pessoas foram presas na operação. O vereador Vilson Stelzner foi detido porque tem uma empresa que prestava serviços à prefeitura, o que é proibido, uma vez que agentes políticos não podem participar de processos licitatórios com entes públicos.
Já o empresário Joziel Dembinski foi preso porque estava com uma caminhonete clonada e com registro de furto ou roubo. Além disso, na propriedade dele foram encontrados um revólver e várias munições. Um aliado político de Alberti, que não foi identificado, também segue detido.
A defesa de Alberti disse que não vai se posicionar, pois o processo corre em segredo de Justiça. O ND+ não conseguiu contato com a defesa dos outros acusados.