O Projeto de Lei que determina a revogação do desconto de 14% de servidores aposentados, voltou ao debate na Alesc (Assembleia Legislativa de Santa Catarina) na manhã desta terça-feira (3). O texto é de autoria do deputado estadual Fabiano da Luz (PT) e tramita na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).
Apesar da retomada na discussão, a votação, que já contava com cinco pareceres favoráveis, foi adiada mais uma vez após um pedido de vista do deputado Ivan Naatz (PL), líder do governo na Casa.

Agora, o relator do Projeto, deputado Pepê Collaço (PP), tem até seis reuniões (cerca de seis semanas) para retomar o assunto. A discussão ocorre na CCJ, que é composta por nove deputados.
Na manhã desta terça, cinco deles já se manifestaram favoráveis ao texto, incluindo o próprio relator. Além dele, também votaram a favor o autor do projeto, Fabiano da Luz, o deputado Sérgio Guimarães (União Brasil), o deputado Zé Caramori (PSD) e o presidente da CCJ, Camilo Martins (Podemos).
“Hoje nós demos um o importante, que é o voto favorável do relator, Pepê Collaço (PP), ao nosso projeto. Nós caminhamos de os firmes e largos na luta pela revogação desse desconto de 14%”, afirmou o autor do projeto, Fabiano da Luz.
O PL e o desconto dos aposentados p5w45
O texto revoga o desconto para servidores inativos que ganham menos do que o teto do INSS – cerca de R$ 7,5 mil. Esse contingente, segundo estudos do IPREV (Instituto de Previdência do Estado de Santa Catarina), representa 64% do total de aposentados atualmente.
Eles eram isentos da cobrança até a reforma da previdência, em 2021, quando o governo de Carlos Moisés propôs a cobrança de 14%.
A proposta do petista é assinada por outros 13 parlamentares, incluído deputados do partido e da base do governo.
“Todos os servidores que ganham abaixo do teto do INSS (R$ 7.507) tiveram um desconto do dia para a noite. Mesmo tendo contribuído e trabalhado a vida toda, dezenas de categorias, como os professores, tiveram que arcar com um rombo que não foi feito por eles”, destaca o parlamentar.
Segundo pedido de vista 4z2s2a
Esse é o segundo pedido de vista do projeto protocolado pelo deputado Ivan Naatz (PL). Em 1º de agosto, o líder do governo na Alesc já tinha solicitado explicações de 14 entidades, como pastas do governo, como a Casa Civil e a Fazenda, e de sindicatos ligados aos servidores.
Como o artigo 142 do regimento interno da Alesc prevê suspensão de seis reuniões, o prazo acabou na penúltima semana de setembro e o projeto voltou à discussão nesta terça-feira, mas agora emperra novamente.
O que propõe o governo 5z5151
Em contrapartida, o governo estadual, por meio do IPREV, tem seu próprio projeto, que deverá ser encaminhado à Alesc ainda neste mês de outubro.
Segundo a pasta, um grupo de estudos com vários setores da istração vem, desde o início do ano, estudando uma forma de “suavizar a contribuição previdenciária de aposentados e pensionistas do IPREV”.
Para o governo, com o atual cenário previdenciário que projeta uma insuficiência financeira de R$ 6,1 bilhões para 2023, seria difícil abrir mão das receitas geradas com o desconto.
Por isso, o IPREV propõe manter o desconto de 14%, mas escalonar o teto de isenção até 2026. A proposta é que a partir de 2024 a faixa de isenção que hoje é de 1 salário mínimo, e para 2 salários mínimos. Em 2025, para 2,5, e em 2026 para 3 salários mínimos.

“Para o Estado, a intenção é fazer sobrar um pouco mais de dinheiro no bolso dos aposentados e pensionistas, ou seja, uma sobra mensal de R$ 213 durante o ano de 2024, R$ 313 por mês em 2025 e R$ 412 em 2026”, afirma o IPREV.