Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, foi criticado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na terça-feira (18). As críticas pela manutenção da taxa básica de juros em dois dígitos acontecem na semana em que o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC decide sobre o futuro da Selic.

Segundo Lula, Roberto Campos Neto não demonstra “autonomia”, tem “lado político” e trabalha para “prejudicar” o país.
“Nós só temos uma coisa desajustada no Brasil nesse instante: o comportamento do Banco Central. Essa é uma coisa desajustada. Um presidente que não demonstra nenhuma capacidade de autonomia, que tem lado político e, na minha opinião, trabalha muito mais para prejudicar o país do que para ajudar o país. Não tem explicação a taxa de juros do jeito que está”, afirmou Lula.
A declaração foi dada durante uma entrevista para uma rádio. Lula disse, também, que “o Brasil não pode continuar com a taxa de juros proibitiva de investimentos no setor produtivo”.
“Como vai convencer um empresário de fazer investimento se ele tem que pagar uma taxa de juros absurda? Então é preciso abaixar a taxa de juros, compatível com a inflação. A inflação está totalmente controlada. E [é preciso] que o Banco Central se comporte na perspectiva de ajudar esse país, e não atrapalhar o crescimento do país”, acrescentou.
Quem é Roberto Campos Neto* 5g3k3d
Roberto Campos Neto é neto de outro personagem relevante na istração pública, Roberto Campos, responsável por promover uma série de reformas econômicas e propor a autonomia do Banco Central do Brasil ainda na criação da instituição.
Mas a ida do neto e atual presidente do Banco Central para a istração pública só ocorreu após uma longa experiência no mercado financeiro.
Roberto Campos Neto fez faculdade e mestrado nos Estados Unidos, onde ficou brevemente na academia antes de entrar no mercado financeiro.
Neto de um dos principais liberais do país, Campos Neto tem esse pensamento fortemente atrelado à sua atuação no Banco Central.
Ainda na posse, o atual presidente do BC defendeu que o governo precisa abrir espaço para a iniciativa privada atuar. Segundo ele, com uma menor necessidade de financiar a dívida pública, o mercado de capitais pode se desenvolver.
*Com informações da InfoMoney