Mudar o título da notícia não muda o caminho do dinheiro. A contextualização feita pelo blog sobre o pagamento de respiradores pulmonares para a China antes da formalização contratual foi contestada pela Procuradoria-Geral do Estado. O entendimento é que “o título da publicação não corresponde à verdade ou ao que foi afirmado”, conforme a assessoria de imprensa.
Ao fim e ao cabo, é dinheiro público de Santa Catarina que foi enviado para a China, como está escrito no título, que o jornalista se reserva no direito de manter.

Os 200 respiradores foram comprados por R$ 33 milhões. As máquinas não foram usadas no combate ao coronavírus e o dinheiro está em fase de recuperação, parte depositada em conta judicial.
“O Estado, como é público e notório, pagou, no Brasil, à Veigamed. Tudo que está sendo apurado pela PGE-SC diz respeito ao que ocorreu depois desse pagamento, para saber a quem a Veigamed reou o dinheiro e como as empresas envolvidas enviaram depois recursos à China”.
Conforme a assessoria da PGE-SC “o correto seria, então, afirmar no título que ‘empresa mandou dinheiro à China antes de fechar negócio’, que é o que dissemos”.
No release – jargão jornalístico para texto de divulgação – encaminhado pela PGE não há esse nível de esclarecimento. Posteriormente, ao solicitar a correção, a assessoria informou o caminho do dinheiro.
Como é público e notório, o governo do Estado pagou antecipadamente à Veigamed pelos 200 respiradores pulmonares.
O que se sabe agora é que a Veigamed contratou uma empresa chamada TS Eletronic. A TS, por sua vez, mandou o dinheiro para a China.
É neste ponto que a PGE-SC questiona a coluna: não foi o governo de Santa Catarina que mandou dinheiro para a China, mas sim uma empresa contratada pela Veigamed que, por sua vez, foi contratada pelo Estado.