Sabatina Voto+: Candidato ao governo de SC Ralf Zimmer é o entrevistado nesta terça 366035

Conexão ND Especial recebe candidatos ao governo do Estado para sabatina 5o6l2f

O Conexão ND Especial recebe os candidatos ao governo de Santa Catarina para uma sabatina, entre os dias 5 e 14 de setembro, na Record News. Nesta terça-feira (6), os jornalistas do Grupo ND, Moacir Pereira e Luan Vosnhak, recebem Ralf Zimmer (Pros).

Com duração de 30 minutos, as entrevistas serão exibidas no horário do programa Conexão ND, às 22h30, e depois disponibilizadas em todas as plataformas do Grupo ND. As sabatinas são apresentadas por Moacir Pereira com a participação de jornalistas convidados.

Candidato ao governo de SC Ralf Zimmer éo entrevistado do Conexão ND Especial – Foto: Reprodução/NDTVCandidato ao governo de SC Ralf Zimmer éo entrevistado do Conexão ND Especial – Foto: Reprodução/NDTV

Moacir Pereira: Candidato, eu ouço muito frequentemente a seguinte indagação: o doutor Ralf tem um partido que sem capilaridade estadual, não é? Para disputar o governo do Estado. Não tem deputado na assembleia, não tem prefeito. O que o motiva a participar dessa disputa?

Ralf Zimmer: Moacir, é uma série de fatores na realidade, né? Essa candidatura é fruto de um convite de um grupo heterogêneo ligado ao agronegócio, ligado ao serviço público e que está clamando por uma gestão eficiente. Como eu tenho uma formação teórica e prática, né? Teórica com a pós-graduação em gestão pública avançada pela United, prática como ex-defensor geral do Estado, em que tive o prazer, com a equipe que muito me ajudou, fazer grandes entregas num período menor que dois anos, redução de custeio, mais que o dobro de ampliação de capilaridade com o mesmo corpo funcional, valorização dos servidores e o Estado está precisando disso, Moacir. Está precisando de transparência, de mais resultados e menos custo, até porque ano que vem, quem pegar o Governo do Estado vai ter 3,5 bilhões a menos de arrecadação, fruto direto que já deveria ter se programado em Santa Catarina, mas o governo atual foi imprudente, a meu ver, saiu gastando a rodo, e não fez as reservas necessárias, em virtude da medida provisória que reduziu o ICMS, notadamente nos combustíveis, né? Então é preciso gestão e eu estou preparado para isso.

Moacir Pereira: Onde que o senhor encontrou esse dado?

Ralf Zimmer: É a projeção para o ano que vem, eu recebi hoje vindo para cá da minha assessoria, não é? É a projeção por conta do ICMS que reduziu de 5 para 17% o combustível, comunicação, e que não é fruto da bondade do governador não, é a medida provisória do Governo Federal que diga-se muito ajudou os estados durante a pandemia, só que aqui fizeram aquele verdadeiro show do milhão, né? Com o Plano Mil na véspera de eleição e ano que vem vai faltar dinheiro em caixa. Bons prefeitos que estão assistindo, é bom se informar, porque independente de quem ganhar, haverá cortes profundos.

Luan Vosnhak: O senhor estaria preparado para assumir o governo com três R$ 3 bilhões a menos? Qual seria o estilo de gestão?

Ralf Zimmer: Estou preparado, até porque fiz muito na defensoria reduzindo custeio e a nossa batida já vem antes mesmo de iniciar o debate eleitoral, construir um plano de governo voltado para isso. Porque veja só, hoje o governo do Estado ele tem uma estrutura arcaica: a cada R$ 100 que entram, R$ 85 é despesa corrente líquida, pagar funcionalismo, pagar estrutura, locação de prédio com empresa terceirizada, que o cidadão ganha uma faxineira, um vigilante, ganha um salário mínimo na ponta, mas nas costas dele a empresa lucra aí três, quatro salários, né? Então quando a gente reduzir isso e a gente vai reduzir isso, né? Os proprietários de edifícios que vão procurar iniciativa privada, acho que vai levar a porta de entrada para o serviço público, para as escolas públicas estaduais, por quanto nas últimas décadas houve um decréscimo da taxa de natalidade e há espaço físico lá. Vamos equipar esse espaço físico com linha direta com os servidores que vão estar em teletrabalho, mas sendo monitorados e com a sua agenda e produtividade no sítio eletrônico em tempo real para a sociedade fiscalizar e ninguém ficar de várzea, como a gente diz no Oeste, vamos com isso reduzir o estrutural e muito. E com essa economia a gente vai poder fazer frente a essa queda de arrecadação, que é irreversível. Pela política nacional em relação ao ICMS, né?

Moacir Pereira: Candidato, vamos repetir a mesma pergunta que fizemos para os seus concorrentes aqui ao governo de Santa Catarina durante o Conexão ND. Nas andanças por Santa Catarina, o que se ouve mais dos eleitores, dos seus correligionários em relação às necessidades, prioridades e aspirações da população em relação ao governo do Estado.

Ralf Zimmer: Olha Moacir, duas coisas têm andado juntas, né? Uma é a saúde, uma reclamação muito grande, né? Um governo tão rico, um Estado tão rico quanto o nosso, o próprio Hospital Joana Gusmão, na frente da residência oficial do governador, onde morreram crianças pela falta de UTI pediátricas, vocês mesmo aqui da ND, outros grupos de mídia noticiaram, né? Isso é muito triste. E a questão da infraestrutura, né? Nossas estradas estão petição de miséria, principalmente na região Oeste um verdadeiro queijo suíço, e a gente precisa melhorar essas estradas, evidentemente, mas como pavimento no Brasil tem uma vida útil de quatro anos e meio, a gente precisa investir pesado em parceria com União, parceria público-privada, para ter a rede ferroviária, então, essas são as duas principais queixas, já vindo em seguida ali questão da educação, né? Há vagas de emprego, setor produtivo reclama que tem vaga, mas não tem mão de obra qualificada, também é uma é uma grande demanda e quem produz está cansado de ver o Estado mergulhado em escândalos, um atrás do outro, uma tributação alta para quem produz, né? E a gente precisa rever esse modelo como um todo de Estado.

Moacir Pereira: Retomando a questão que o Luan colocou com R$ 3,5 bilhões de déficit. Como o senhor vai resolver o problema das estradas? Exige recursos financeiros bilionários. Como?

Ralf Zimmer: As BRs têm que melhorar a interlocução com o governo federal, que tinha tudo para ter uma interlocução boa, já que o atual governador foi eleito no número, né, nas costas de Jair Bolsonaro e vocês sabem que ele virou as costas, enfim, e trouxe prejuízos nessa relação, então tem que azeitar essa relação para trazer mais verbas da União para cá, ao menos para as BRs. O próprio Programa Nacional de Ferrovia não ia um centavo dos Estados. Parcerias públicos-privadas com a União e com a iniciativa privada.

Moacir Pereira: As estaduais, como recuperar?

Ralf Zimmer: As estaduais, vai ter que fazer muito corte aí para sobrar, para recuperar, e abrir licitação competitiva. Foram desertos, diversas licitações, não apareceu um concorrente, então isso tem que ser revisto.

Luan Vosnhak: Além de infraestrutura, o senhor tocou no ponto da saúde, os hospitais filantrópicos respondem por 75% dos atendimentos aqui em Santa Catarina, mas muitos estão enfrentando momentos difíceis financeiramente. Como o senhor ia resolver isso?

Ralf Zimmer: Eu acredito que a questão da saúde a também por dois pilares, o primeiro é fortalecer a saúde de base, né? Em todas as regiões, as políticas preventivas, e o segundo é reduzir, aliás, nós queremos zerar em quatro anos a fila das cirurgias eletivas. Como a gente pretende fazer isso? Com mutirões, é o primeiro o, e também com parcerias público-privadas, né? Nós já temos um projeto de lei pronto no nosso plano de governo que desafeta a casa da Agronômica, se a assembleia aprovar, porque aquele terreno tem dois terços da área residencial agora do Rei Charles III, do Palácio de Buckinghamr, e a gente pretende entrar com uma concessão do terreno com iniciativa privada, preservar o casarão histórico ao redor, aproveitar o heliponto, aproveitar a dinâmica que tem da Capital, que tem o aeroporto internacional, não só para trazer os pacientes do interior, mas para trazer cirurgiões que moram em Curitiba, Porto Alegre, a gente não consegue hoje fazer um programa de levar um cirurgião, infelizmente, viver na sua Campo Erê, Luan Eles não querem, os profissionais estão nos grandes centros, então a gente tem que equipar Florianópolis e não fazer proselitismo. Há décadas, o hospital aqui o Nereu Ramos tem ambulancioterapia. A gente não quer fazer ambulancioterapia. A gente quer fazer o helicóptero. O avião terapia.

Luan Vosnhak: Mas isso não ia aumentar o custo, Ralf?

Ralf Zimmer: Parcerias público-privadas, né? O Estado tem muita área. Acho que é entrar com área e trazer iniciativa privada para construir, explorar o pedaço do prédio para ter o seu retorno e outra parte da construção ficar para o Estado. Não tem como o Estado resolver sozinho essa questão.

Moacir Pereira: Candidato, outra questão política que está sendo comentada durante esse início de campanha eleitoral de Santa Catarina. A sua estratégia tem como dois alvos: o governador Carlos Moisés e o ex-prefeito Gean Loureiro do União Brasil/PSD. Por quê?

Ralf Zimmer: Não é nada pessoal, mas vamos lá. Vamos aos fatos, né? As duas candidaturas nacionais mais fortes são Jair Bolsonaro de um lado e Luiz Inácio Lula da Silva de outro, são dois grupos que tem representantes de Santa Catarina, o Jair Bolsonaro 22 dele, aqui quem responde é o Jorginho Mello, a rigor. Aí vem o resto que quer se agarrar, mas na realidade é essa. PT do Lula, tem o Décio Lima, né? São as duas maiores forças, quem está buscando voto do perfil do eleitor, que não necessariamente quer votar casado nacional e aqui, é o próprio Gean Loureiro, que a Soraya que é do partido dele tá 1%, né? E o partido dele, é bom que se diga, que o telespectador sabe, é fruto de uma traição-mor a Jair Bolsonaro. Bivar, que comanda o União Brasil, foi o traidor de primeira hora de Jair Bolsonaro, né? Então essa história que o João Rodrigues, meu amigo de Chapecó, quer colar o Bolsonaro do Gean, não cola. Quem dá um Google aí quem é o Bivar quem é 44 sabe quem traiu o Bolsonaro. De outro lado, Carlos Moisés também se afastou do bolsonarismo, virou as costas, é só ver que hoje ele é fruto do MDB, né? Toda base que se elegeu com ele, à exceção do coronel Mocellin migrou, se manteve na realidade, né? Apoiando o Jair Bolsonaro e agora estão com o Jorginho Mello, ele está com o PMDB, e outra coisa, né, Moacir? Os dois dão munição. O governador Moisés fala que não quer conversar comigo políticas públicas e com o Gean, enquanto eu respondo uma Maria da Penha e o Gean fez um acordo com o Ministério Público, né? Pagou R$ 27 mil num acordo na forma da lei. Uma ação, dum procedimento que era de improbidade por ter feito sexo no horário de serviço, com uma comissionada casada na prefeitura, problema dele resolvido, a população julgue como quiser, como me julgue como quiser por eu estar respondendo minha Maria da Penha, mas o Moisés, vamos voltar ao governador Moisés. Ele quer falar de gestão, o número dele é 10, eu não sei se é homenagem aos dez anos de prisão que o Tribunal de Justiça de Santa Catarina sentenciou o deputado Titon, semana retrasada todos veículos de comunicação, estavam colocando que o Moisés estava convidando um condenado por corrupção para Secretaria de Agricultura. Ele fala mal do governo anterior que é do MDB, só que ele empregou Eduardo Pinho Moreira, hoje delatado na Operação Hemorragia, evidente, vai produzir o seu direito de defesa, mas uma operação que investiga superfaturamento de contratos e o Moisés acusa o governo anterior, o que ele faz? Ele pega o governador delatado, põe no BRDE um salário de R$ 60 mil por mês, então ele fica chateado quando a gente traz isso para a população, mas a população precisa saber com quem está lidando, né? Então, na realidade é o perfil do voto, né? Não é o eleitor caba a rabo 22 ou 13, até porque o Gean é 44, Moisés é 10, e eu sou 90. Eu nado na mesma raia que eles e por ser também os dois dão a poder discutir qual é a melhor opção, e eu me vejo melhor que os dois juntos.

Moacir Pereira: Não é justo que o senhor está, digamos, fazendo essas críticas a uma nomeação que não aconteceu. O deputado não foi nomeado.

Ralf Zimmer: Não foi graças, e eu garanto aqui, graças a mim não foi nomeado. Porque gravei vídeo e mandei para toda a base MDBista, pré-minutamos que iríamos enviar, aliás, está no pedido do impeachment do doutor Leandro, não fui eu, essa questão de quebra de decoro, de convidar alguém sabidamente condenado. Foi noticiado que isso iria ao Ministério Público por ato impossível improbidade de quem nomeasse, mas o convite houve, o convite houve, é porque a nossa reação foi forte e amarelaram. Amarelou Moisés e amarelou Sopelsa, os dois amarelaram, em homenagem a eles aqui com o amarelo da camisa.

Luan Vosnhak: Candidato, na sua fala o senhor destacou que responde a um processo de lei Maria da Penha. Como a mulher que nos acompanha vai acreditar numa proposta que combata a violência doméstica?

Ralf Zimmer: Olha, eu quero dizer o seguinte, quando pega um cidadão que responde qualquer fato tem a presunção de inocência, tem que olhar a vida dele como um todo. Vamos lá, vamos pegar o cidadão Ralf que responde por Maria da Penha. É um fato isolado. Se eu fosse um notório agressor, faz sete anos que tramite esse processo, tal qual aconteceu com João de Deus e havia uma enxurrada de denúncias. Quando tu pega alguém no imbróglio. O Moisés tem cinco desembargadores que o condenaram, embora quatro deputados absolveram, pelo escândalo dos ventiladores. Só que aí tem acusações de outras irregularidades. Então, o Rosário. Eu não tenho esse rosário. Eu tenho um fato isolado, fruto de uma relação anterior que está se na Justiça por sete anos, a minha esposa, Camila Zimmer, está disponível na rede social para dizer o marido que eu sou, e digo mais, eu mesmo respondendo um processo dessa magnitude, eu fui o primeiro defensor público geral do Brasil a promover uma revisão de processo em presídio feminino, antes só se fazia em masculino, tanto com a minha ação aqui em Santa Catarina foi com base para aplicar, o mesmo entendimento que aplicaram para esposa do então governador Cabral, né, que mandaram ela para casa, o STJ, porque ela tinha os filhos para cuidar naquele escândalo de corrupção. Eu pedi isso para a mulher pobre aqui, e tomou tal proporção o que foi feito aqui, que a Nadep [Núcleo Especializado de Assistência e Defesa ao Preso] entrou no Supremo e o Supremo julgou procedente uma ação coletiva para dar o mesmo entendimento para mulher pobre que se tem para mulher rica. Então, eu tenho uma história de luta pelas mulheres. Nessa ação, enquanto defensor geral, assinei um protocolo de cooperação com a Assembleia Legislativa, à época uma bancada feminina capitaneada pela deputada Luciana Carminatti. Eu quando defensor geral saí antes do prazo, saí no dia oito de março em homenagem às mulheres. 2018 renunciei em favor da primeira mulher defensora pública-geral de Santa Catarina. A minha família é matriarcal, eu tenho um fato isolado que eu respondo e não escondo de ninguém, ao contrário do Moisés que esconde  com quem ele voou, no avião- ambulância que é pública. E eu desafio ele trazer aqui. Eu trago o meu processo impresso, onde vocês quiserem entrego, com a minha tese de defesa, e a Justiça que me julga e o cidadão também.  O que não dá é para estar num cargo público, esconder essas questões esconder diário de bordo, como se voa, fala mal do governo anterior e bota o governador anterior a ganhar R$ 60 mil no BNDR como fez o Carlos Moisés, né? Como o Gean falou no debate, disse que o vídeo era montagem. Como que o vídeo é montagem? Se ele mesmo se contradiz, ele diz que pediu desculpa para a esposa dele, eu acho que devia desculpa usar essa mulher porque transou, né?

Moacir Pereira: Mas esse assunto, honestamente, acha que eleva a política Santa Catarina?

Ralf Zimmer: Olha, não é que eleva a política, só que o eu acredito o seguinte, Moacir, um eleitor tem que conhecer o candidato de cabo a rabo. Todos sem exceção. Se o eleitor entender, olha, o Ralf não merece o meu voto enquanto responde Maria da Penha tem que respeitar. O Gean não merece o meu voto porque transou no horário de serviço da repartição pública com uma mulher casada, comissionada dele, tem que respeitar, se entender, olha, o Moisés, cinco desembargadores condenaram pelo desvio do ventilador tem que respeitar, e do contrário, da mesma forma, o que não dá é para candidato esconder sua história. Eu sou um livro aberto para sociedade, por que quem se coloca nessa condição, assim deve ser.

Ralf Zimmer apontou que há corrupção no governo de Santa Catarina  – Foto: Reprodução/NDTVRalf Zimmer apontou que há corrupção no governo de Santa Catarina  – Foto: Reprodução/NDTV

Luan Vosnhak: No seu plano de governo, o senhor destaca muito o combate à corrupção. Considera que há corrupção atualmente existente aqui em Santa Catarina?

Ralf Zimmer: Não, sou eu que estou dizendo. Quem está dizendo é o Ministério Público Federal. Né? Quem está dizendo é o próprio governador Carlos Moisés. Ele disse que revisou contratos, que tinha programa de corrupção. Quero crer que também se não revisasse ia para a cadeia. Porque a turma que fez esse contrato andava de tornozeleira eletrônica até bem pouco tempo. Tiveram operações que levaram para cadeia o secretário de istração anterior, MDB. O adjunto do secretário anterior, PSD. Grupos umbilicais a Eduardo Moreira, Júlio Garcia, leia-se Carlos Moisés e Gean Loureiro. Ministério Público está investigando isso. Vocês estão noticiando? Não é? É essa a realidade. E o próprio governador Moisés também está dizendo isso. Que reduziu não sei quantos milhões, teve que reduzir porque teve desvios. Então, são informações que me chegam. Eu não investiguei dentro do governo esse tipo de questão. Mas eu acredito que tem que ter um governo mais transparente, por que o que eu fiz? O Pros foi, por exemplo, ao Tribunal de Contas, que nos deu razão, que é para ir para o Portal da Transparência e não foi ainda, os contratos-convênios com os municípios em relação ao Plano Mil. Então, o que acontece? É uma caixa preta de gastos do governo que precisa ser aberta. Até para sociedade saber para onde vai o seu tributo. Dinheiro do governo não é o dinheiro do governador. Ele é o dinheiro de quem está nos assistindo.

Moacir Pereira: Candidato, o que se sabe é que na área da segurança pública houve uma queda de vários índices positivamente aqui em Santa Catarina. Pelas suas andanças, pelas suas viagens, contato com seus correligionários e com o eleitorado, há sensação de segurança em Santa Catarina? Está havendo alguma carência na sua avaliação?

Ralf Zimmer: Longe disso. Em Santa Catarina, primeiro o seguinte, teve uma queda de número nacionalmente, seja pela política do governo federal, que teve maior eficiência com as fronteiras, seja pela questão da pandemia, de é uma regra físico-química, né? Uma molécula, quanto menos se move menor, a probabilidade de chocar. Então, foi um fenômeno nacional a redução de índices de violência. Aumentou o feminicídio, no campo não há segurança. Santa Catarina é o Estado que tem menos policial por número de habitantes. E a gente tem um outro problema. Muito sério aqui. Que é a autonomia das polícias. E a inteligência. Eu trabalho na ponte como defensor público, faço audiência custódia que um cidadão que vem do Rio Grande do Sul, Paraná, senta na frente do juiz, a gente não consegue, no momento de a audiência ter uma coisa que é simples, uma integração de informações para saber se o sujeito está com mandado do aberto em outro Estado ou não. Então, o que que acontece? A inteligência da Polícia Civil aqui foi sucateada, não tem inteligência, essa é a verdade, né? Faltam policiais no campo, faltam policiais, faltam nas cidades, por isso tá disparado o índice de feminicídio, né? E em que pese, a legislação cada vez precisa endurecer mais, mas não tá chegando na ponta porque falta gente. Então, o pouco de melhora que se teve aqui se deu por um fenômeno nacional, combinado da política da União que melhorou em relação às fronteiras, e com a redução de mobilidade na pandemia.

Moacir Pereira: E como aumentar o efetivo das Polícias Militar, principalmente, mas também Civil?

Ralf Zimmer: Concurso público. Não tem outro meio, não é? Tem que aumentar o concurso.

Moacir Pereira: Tem dinheiro para isso?

Ralf Zimmer: Vai ter que ter, né? Se a gente cortar, por exemplo, o governador Carlos Moisés, o Ciasc, que é uma empresa pública, desenvolveu, ganhou um prêmio nacional, o Prêmio Boa Vista. Porque desenvolveu um big data. O governo do Estado, a Secretaria de istração, mandou um ofício para comprar um big data, da Oráculo, de R$ 35 milhões. O Ciasc que disse não precisa, temos a big data aqui desenvolvida, premiada. O que o governo do Estado fez? Dispensou a licitação, comprou da Oráculo por R$ 35 milhões. É 35 para cá, é 33 para lá. Se cortar a torneira dessa má gestão da coisa pública, vai sobrar. Não tenha dúvida que vai.

Luan Vosnhak: Candidato a respeito da educação, a evasão escolar, especialmente, no ensino médio cresceu muito durante a pandemia aqui em Santa Catarina. Como resolver esse problema?

Ralf Zimmer: Olha, muito boa essa tua pergunta porque eu vejo na escola, no nosso plano de governo, inclusive está isso, a escola é um epicentro da sociedade. O que a gente quer levar para a escola? Além de ter tido um decréscimo da natalidade e ter um espaço físico sobrando nas escolas, de querer levar os pais para lá, para ser uma porta para o teleatendimento para os mais variados serviços públicos, Procon, defensoria, delegacia. A gente quer enriquecer o cardápio, por assim dizer, de oportunidade para os estudantes para ter prazer de ficar na escola. A criança que está na escola não está na rua, não está aprendendo bobagem na rua. Ela está num local para ser cuidado. Então, a gente quer trazer isso para a escola no nosso plano, faço até uma homenagem ao grande educador, falecido, desembargador, Ungaretti, amigo nosso, doutor, Moacir, escreveu, está no meu plano de governo, instituo a medalha Norberto Ulysséa Ungaretti para competição: língua portuguesa, matemática, entre os alunos. A gente tem que sair também daquele papo da extrema-esquerda, aquele papo furado, que não dá para competir, se não tu vai formar uma geração de moloide. A vida é competição, tem quem chega em primeiro, segundo, terceiro e assim sempre vai ser, desde que mundo é mundo. Então, a gente tem que tornar isso saudável, né? Então, no nosso plano de governo a gente traz de volta as gincanas, concurso de oratória. Quanto tempo que a gente não vê um concurso de oratória em Santa Catarina? O jovem tem que ter prazer pelo estudo e saber a aplicação prática e nada melhor que estimular competições sadias com a medalha Norberto Ulysséa Ungaretti. A gente quer levar para toda Santa Catarina, para o aluno ar o dia na escola estudando para fazer uma argumentação no concurso de oratória, estudando para participar de uma olimpíada de matemática, praticando seu esporte. É isso que a gente precisa, o aluno ter prazer de estar lá.

Moacir Pereira: Candidato, na área da educação em Santa Catarina, eu conheço ville, Blumenau e outras cidades também, por iniciativa das entidades empresariais, como o SESI, na verdade SENAI, no seguinte sentido, resolver o problema do desemprego, a equação que precisa ser resolvida, e a falta de mão de obra. O senhor tem alguma forma para isso?

Ralf Zimmer: Eu acredito que essa parceria com o Sistema S tem que ser bem firme mesmo até para eles apontarem a necessidade deles para que a gente possa equipar de competência as escolas, para formar o pessoal para trabalhar, mas não só aqui no Sistema S. Hoje o emprego é globalizado, entra num aplicativo e se candidata para uma vaga lá na Noruega, e alguém que está lá se candidatou por uma vaga aqui. Então, nós temos que tornar mais atrativo, mais dinâmico, mais moderno o ensino na ponta. É tecnologia 5G, é robótica, é oratória, né? A gente tem que trazer o aluno para o século 21 em Santa Catarina a reboque. Santa Catarina ainda está na era analógica e nós já estamos vivendo a era digital. E isso a por todo o modelo de gestão que vai fechar diversos prédios que não servem para quase nada, para que tenhamos foco na escola, atendimento lá, uso compartilhado, coworking e alguns espaços teletrabalho e essa inteligência chegue na sala de aula também para que tenha a sincronia do estudo e das vagas de emprego.

Luan Vosnhak: O senhor citou a chegada do 5G, uma tecnologia que vem para revolucionar, mas ainda hoje o campo, muitas regiões estão desconectadas, e além da questão digital, temos também a escassez hídrica, que afetou diversos municípios. O senhor é do Oeste do Estado deve conhecer muito bem como o campo sofreu nos últimos efeitos climáticos dos últimos anos. Como resolver isso, Ralf?

Ralf Zimmer: É, nós temos lá no Oeste um pedaço da maior reserva de água potável do mundo, que é o aquífero Guarani. Ela pega não só Santa Catarina, pega o pedaço do Paraná, creio que do Rio Grande do Sul, Paraguai, né? Precisa uma regulamentação, um tesouro mundial é aquela reserva. A questão é como levar esse manancial, né? O parque dele, de forma sustentável para poder irrigar o nosso Oeste. Eu sou do tempo que se furava muito poço artesiano, na conversa afiada lá para pegar dinheiro para política. Né? Tanto que tiveram já operações. Só dar um Google: Operação Fundo do Poço, que vai ver quem o governador Moisés andou convidando para ser seu secretário. Condenado pelo Tribunal de Justiça, não foi eu que o condenei, Moacir, foram os desembargadores. Ta? Inclusive com o voto do atual presidente Blasi, por dez anos de prisão, o deputado Titon, que é Operação Fundo do Poço, que era para levar poço para pegar água. Pelo jeito não levou, né? E aí o Moisés, há duas semanas convidando para secretário de agricultura. O que tem que ter é que se for furar posto tem que vim água. Né? E não corrupção.

Ralf Zimmer defende atendimento de qualidade na saúde – Foto: Reprodução/NDTVRalf Zimmer defende atendimento de qualidade na saúde – Foto: Reprodução/NDTV

Moacir Pereira: Candidato Ralf, temos agora um rápido bate-bola, questões bem objetivas, sim ou não, a favor ou contra. Saidinha nas prisões.

Ralf Zimmer: Matéria de competência federal. Governador que te fala isso é estelionatário. Tem que resolver lá em cima o Congresso Nacional.

Moacir Pereira: Qual é sua opinião?

Ralf Zimmer: A minha opinião eu tenho que resolver lá em cima, eu não sou candidato a deputado federal, sou candidato a governador.

Moacir Pereira: Pode dizer sua posição, a favor ou contra.

Ralf Zimmer: Eu estou posicionado pelas questões de Estado que eu posso resolver. O que eu não posso resolver não vou me posicionar.

Luan Vosnhak: Mas a respeito, redução da maioridade penal, embora não competência, qual a sua avaliação.

Ralf Zimmer: Contra, contra, uma coisa que ninguém sabe. A pena por um jovem adolescente, por vezes em regime fechado, é maior do que o maior infrator. O que tem é que tem que equipar para ter a reeducação e a pena, que se tenha uma pena de internamento de cinco anos, que não tem saidinha, que não tenha nada. Cinco anos a fio, né? Para o adolescente, entre 16 e 18, essa pena tem, então sou contra a menor idade, entre sai esse debate. Se o Bolsonaro não fez em quatro anos, com a onda que ele teve, nem ele, nem o Lula vão fazer na próxima, tem que equipar melhor.

Moacir Pereira: Prisão em segunda instância,

Ralf Zimmer: Prisão de segunda instância é uma balela, tem desde a parte processual, prisão cautelar tem a qualquer momento, né? A prisão, a constituição é clara, após trânsito em julgado, trânsito julgado enquanto acaba os recursos. Antes prisão cautelar, não precisa nem chegar na segunda instância, pode ser na primeira.

Moacir Pereira: Desculpa, mas rico nunca vai para prisão. Ele faz recurso, recurso, recurso.

Ralf Zimmer: Não é verdade isso. O rico vai para prisão. João de Deus não está preso? Não é milionário? Os três ex-governadores do Rio de Janeiro não estão presos, não são milionários, não roubaram de carro?

Moacir Pereira: Só tem um preso. Só o Sérgio Cabral.

Ralf Zimmer: Então tá, só o Sérgio está preso. Teve segundo grau.

Moacir Pereira: Então, o senhor é favorável a não é favorável?

Ralf Zimmer: Sou favorável à Constituição da República. A não ser uma nova constituição.

Luan Vosnhak: Mudança no pacto federativo.

Ralf Zimmer: Mudou esse pacto federativo? Sou favorável, mas sou realista. O que a gente precisa é uma conexão maior com Brasília para poder trazer mais recursos. Vejo que enquanto a gente tem que pensar nisso, o Nordeste tem nove estados, e esse pacto federativo está bom para o Norte, para o Nordeste, e o Sudeste que é a área produtiva. O Sul vai ficar para trás, infelizmente.

Moacir Pereira: Fim da reeleição.

Ralf Zimmer: Favorável.

Moacir Pereira: Aí faz o quê? Uma eleição só a cada cinco anos, é isso?

Ralf Zimmer: Uma eleição só, pode ser até a cada quatro, mas a reeleição para o Executivo tem que acabar.

Moacir Pereira: Privatização de estatais de Santa Catarina, tem 18.

Ralf Zimmer: Caso a caso, né? De antemão, não vejo nenhuma com necessidade de privatizar.

Moacir Pereira: Fim do fundo partidário, do fundo eleitoral principalmente.

Ralf Zimmer: Favorável. Parece extinguir totalmente.

Moacir Pereira: O senhor está usando fundo?

Ralf Zimmer: Estou usando fundo.

Luan Vosnhak: STF age com excesso?

Ralf Zimmer: Ah, na minha visão tem um inquérito que tem um excesso, que é o inquérito do fim do mundo, porque é uma violação do sistema acusatório. Eu penso que não pode quem julga ser ao mesmo tempo vítima, conduzir um inquérito e julgador, que é como está acontecendo, com todo respeito capitaneado pelo Alexandre de Moraes. Ali deveria essa competência estar com a Polícia Federal ou com o Ministério Público Federal e quem tivesse, determinando medidas probatórias, que é o caso que o Alexandre de Moraes faz, ele deveria estar impedido, no meu humilde sentido, de julgar, de participar do plenário para julgar as medidas que ele mesmo promove. A gente está tendo um delegado, uma pessoa com duas funções. Delegado e um julgador na mesma pessoa, isso é contra o sistema acusatório desde que mundo é mundo. Não só um excesso ali, como uma conivência, da OAB, né? Eu vejo a OAB muito voltada em todos os âmbitos, com todo respeito e carinho que tenho pela OAB, em ter uma boa relação com o judiciário, não sei se é por conta de com quinto constitucional ou não, mas é uma relação que já virou no, meu humilde sentido, quase que um rebaixamento. Eu acho que tinha que ter uma combatividade maior da OAB pelo devido processo legal. Não é a favor de Lula, não é a favor do Bolsonaro, não é a favor de Ralf, não é nada disso. Favor do devido processo legal. Quem acusa não pode julgar. Senão a gente vai voltar à Idade Média, à inquisição.

Moacir Pereira: Fim do ponto facultativo, a favor ou contra?

Ralf Zimmer: A favor.

Luan Vosnhak: Legalização do aborto.

Ralf Zimmer: Contra.

Moacir Pereira: Ideologia de gênero nas escolas para as crianças.

Ralf Zimmer: Contra e quero fazer um parêntese. A ideologia de gênero, quando surgiu a primeira questão gramatical dela foi na Suécia, as línguas germânicas têm realmente o gênero neutro. Pega o alemão. Quando faz essa importação gramatical para língua portuguesa, a gente não encontra isso aqui porque nós temos o gênero feminino e masculino e a nossa linguagem, o nosso idioma está na Constituição da República. Ele provém de tratado internacional, incorporado pelo Brasil e é lei. Então, não é uma questão ideológica minha, é uma questão constitucional. Eu sou a favor da Constituição da República, logo a gramática e da língua portuguesa.

Moacir Pereira: 40 segundos para a sua despedida.

Ralf Zimmer: Com todo carinho, todo respeito, investigue a fundo a vida dos seus candidatos, dê um Google lá em tudo que um acusa o outro, vocês merecem e têm o dever de saber quem é cada um e vejam o plano de governo de cada qual e votem consciente. Se eu for a melhor escolha tenho a agradecer, se eu não for eu peço que a sua escolha seja consciente, que é isso que mais interessa para uma democracia de verdade, nós precisamos fortalecer a democracia, Moacir, e votar com consciência. É esse meu apelo, um beijo carinhoso a toda Santa Catarina e a você meu amigo, Moacir, que que não é de hoje que tenho uma iração profunda, um carinho pelo amigo.

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