
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou, nesta quarta-feira (21), que Israel “provavelmente” matou Muhammed Sinwar, líder do Hamas em Gaza.
“Eliminamos dezenas de milhares de terroristas”, afirmou Netanyahu em uma coletiva de imprensa. Sinwar foi o principal alvo de uma série de ataques aéreos ao Hospital Europeu em Khan Younis, ao sul de Gaza, na semana ada.
A ação israelense matou 28 palestinos e feriu mais de 50, segundo informou o Ministério da Saúde daquele país após a ofensiva. “Eliminamos os líderes dos assassinos Deif, Haniyeh, Yahya Sinwar e provavelmente Muhammed Sinwar.”
Quem é o líder do Hamas morto em Gaza 1l4d3y
Conhecido pelo codinome “A Sombra”, Muhammed emergiu como líder do Hamas em Gaza após a morte de seu irmão Yahya Sinwar, ex-líder da organização extremista, que foi assassinado em outubro do ano ado.

Considerado mais discreto, porém tão ou mais letal, o líder do Hamas é apontado como o cérebro por trás da reconstrução do grupo após meses de ofensiva israelense. Desde então, tornou-se o principal comandante militar da organização, ganhando crescente influência em todas as decisões estratégicas do Hamas.
Nascido em 1975 no campo de refugiados de Khan Younis, Muhammed ingressou no Hamas ainda jovem, inspirado por Yahya e pelo líder espiritual Ahmed Yassin. O líder do Hamas foi preso pela primeira vez em 1991, aos 16 anos, sob suspeita de atividades terroristas, e ou um total de três anos detido ao longo da década de 1990. Desde cedo cultivou laços com nomes históricos da ala militar do grupo terrorista Hamas, como Mohammed Deif e Hassan Salameh.
Sinwar liderava organização desde 2006 4r5q2y
Muhammed consolidou sua importância no movimento ao liderar, em 2006, o sequestro do soldado israelense Gilad Shalit, operação que resultou na libertação de mais de mil prisioneiros palestinos, incluindo seu irmão. Também é apontado como coautor do ataque de 7 de outubro de 2023, considerado o maior massacre contra civis israelenses desde a fundação do país, com mais de 1.200 mortos e 251 reféns.
Após o assassinato de Deif e outros comandantes militares, o líder do Hamas assumiu o controle das operações no terreno, embora sua nomeação formal não tenha ocorrido para evitar críticas internas sobre um suposto domínio da família Sinwar dentro do Hamas. Mesmo nos bastidores, ele ou a comandar brigadas, coordenar alianças com outros grupos armados e supervisionar negociações com intermediários internacionais.

Sua notoriedade também se deve à frieza operacional: é acusado de interrogar e executar palestinos suspeitos de colaborar com Israel para entender melhor os métodos de espionagem e inteligência israelenses. Ex-agentes afirmam que Sinwar possui conhecimento técnico incomum entre líderes do grupo extremista, como identificar aeronaves apenas pelo som e manipular redes de agentes.
Fontes militares israelenses relatam que, mesmo com milhares de combatentes mortos, Muhammed tem conseguido reconstituir a força do Hamas em ritmo superior ao da ofensiva israelense. Para isso, usa promessas de comida e assistência médica para atrair novos recrutas em meio à crise humanitária em Gaza, inclusive em funerais, como forma de ampliar o apoio popular.
A morte do líder do Hamas representaria um duro golpe aos extremistas do Hamas em meio a intensas negociações por um cessar-fogo e troca de reféns. A operação, no entanto, também pode comprometer possíveis avanços diplomáticos, já que Sinwar é tido como peça-chave nas tratativas intermediadas pelo Catar e pelos Estados Unidos.

Segundo analistas, a ausência de Sinwar abriria caminho para novas lideranças ou para um realinhamento entre o braço político, sediado no Catar, e os combatentes locais. Enquanto isso, a guerra entra em seu 16º mês, com mais de 47 mil mortos na região, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, governado pelo próprio Hamas.
Netanyahu prevê domínio de Gaza e fim da guerra 4h3g43
De acordo com o jornal Times of Israel, Netanyahu reiterou que há um plano “muito organizado” para alcançar objetivos de guerra na Faixa de Gaza e insistiu que o propósito é “claro e justificado”. Netanyahu prometeu retornar todos os reféns para Israel e confirmou que 20 deles estão vivos. O premiê afirmou que outros 38, levados pelos terroristas, foram mortos.
De acordo com a mídia israelense, Netanyahu disse estar disposto a aceitar um cessar-fogo temporário desde que atenda a requisitos claros que garantam a segurança de Israel, com o desarmamento da Faixa de Gaza e fim do controle da região pelo Hamas, além da libertação de todos os reféns.
*Com informações do R7.