O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou que não é justo afirmar que ele “atacou a democracia”. A fala foi durante um evento do partido nesta segunda-feira (26), na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), um dia antes do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) retomar o julgamento que pode tornar Bolsonaro inelegível.

A acusação de ataque a democracia é por conta do episódio em que o ex-presidente reuniu embaixadores em Brasília para deslegitimar o processo eleitoral brasileiro.
“Sabemos o que está acontecendo. É justo cassar os direitos políticos de alguém que se reuniu com embaixadores? Não é justo falar ‘atacou a democracia’”, afirmou Bolsonaro aos parlamentares que participaram do encontro.
O ex-presidente também disse que não se considera insubstituível, mas afirmou que é o nome com mais apelo popular no partido.
“Tem gente aqui que é mais competente do que eu, mas não tem quem tenha mais conhecimento nacional do que eu. Graças a Deus, tenho o carinho de boa parte da população”, completou Bolsonaro.
A reunião faz parte da estratégia do PL de atrair filiados para o partido, mirando as eleições municipais de 2024. De acordo com o R7, participaram da conversa 19 deputados estaduais e 17 deputados federais, além do presidente do partido, Valdemar da Costa Neto.
O julgamento de Bolsonaro 2f4d3i
A ação no TSE avalia o suposto desvio de finalidade da reunião que Bolsonaro teve com embaixadores de países estrangeiros, no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência.
No encontro, ele teria atacado a integridade do processo eleitoral, especialmente disseminando “desordem informacional” relativa ao sistema eletrônico de votação.
O MPE (Ministério Público Eleitoral) já defendeu a inelegibilidade de Bolsonaro pela conduta dele no encontro com os diplomatas. Segundo o órgão, o discurso de desconfiança sobre as eleições feito pelo ex-presidente foi capaz de afetar a convicção de parte da população brasileira a respeito da legitimidade dos resultados das urnas.