Dentre as conquistas científicas relacionadas à gravidez, podemos mencionar a FIV (Fertilização in Vitro), método de Reprodução Assistida que possibilita realizar o sonho de casais heteros ou casais homoafetivos masculinos que não podem gestar o filho no próprio ventre.
Para receber o embrião de um casal que não pode gestar, é necessária a participação do útero de uma outra pessoa. Apesar do caso ser conhecido popularmente como Barriga de Aluguel, a nomenclatura correta no Brasil é “Útero por Substituição” ou simplesmente “Barriga Solidária”.
A mulher que participará como Barriga Solidária deve ter parentesco consanguíneo de até 4ºgrau com uma das pessoas do casal – Foto: Freepik/Divulgação/ND
Segundo o CFM (Conselho Federal de Medicina), órgão que ampara a Reprodução Assistida Nacional, é legalmente proibido cobrar para “doar o útero”.
Ainda, o órgão afirma que a doação não deve implicar em nenhum vínculo comercial e deve prezar pelo ato de abnegação e altruísmo ao conceder o ventre.
Mas afinal, o que é Barriga Solidária? 3a2410
No processo de Fertilização in Vitro, alguns casais precisarão de um útero para gerar o feto. E é nesse momento que a Barriga Solidária entra em cena, pois a mulher escolhida pelo casal para gerar seu bebê, vai conceder o útero por nove meses para “guardar” o pequeno embrião, até que chegue a hora de conhecer os pais.
Segundo o CFM, a mulher que participará como Barriga Solidária deve ter parentesco consanguíneo de até 4º grau com um dos parceiros envolvidos no processo, podendo ser a mãe, irmã, avó, tia ou prima.
Porém, há exceções, visto que o casal pode escolher sua Barriga Solidária conforme a vontade mútua dos envolvidos (como uma amiga, por exemplo). Entretanto, neste caso, deve-se solicitar uma autorização do CFM local, para apresentar à clínica responsável pelo processo e submeter à avaliação.
O fato de uma mulher conceder o útero para gerar o bebê não a torna mãe da criança, visto que não há nenhuma correlação genética entre ambos para comprovar o grau de parentesco, já que não foram utilizados os gametas dessa doadora.
Quais os pré-requisitos para ser uma Barriga Solidária? 3u1x73
Para ser a Barriga Solidária é necessário ter menos de 50 anos, visto que à medida que a mulher envelhece suas chances de engravidar são reduzidas.
Apesar de não ser a mãe do bebê, a Barriga Solidária ará por uma verdadeira gravidez, ou seja, as chances de engravidar continuam sendo mais altas de acordo com sua juventude, e consequentemente, a taxa de sucesso no processo também é potencializada, além do bem-estar da mulher durante a gestação.
A mulher escolhida para ser a Barriga Solidária também deve ar por uma avaliação médica completa, que visa analisar se há qualquer possibilidade de doença pré-existente que coloque em risco a vida dela ou do bebê. Além disso, deve-se avaliar se as condições uterinas são propícias para gerar um bebê saudável.
Aproximadamente dez dias antes de dar início à FIV, a mulher a por uma preparação do útero, com o objetivo de torná-lo um ambiente ideal para a chegada do embrião, potencializando também as chances da concepção.
Essa preparação é feita por intermédio da ingestão de medicamentos via oral, e claro, sob orientação médica.
Especificidades 6042k
Caso a Barriga Solidária tenha o grau de parentesco recomendado, é necessário um comprovante que ateste a familiaridade. Ou a autorização do CFM liberando a concessão do útero por uma mulher não parente de um dos pais.
Além disso, existe o Termo de Consentimento, que deve ser assinado pelas partes envolvidas, afirmando a ciência e o compromisso com sua atuação no processo.
Outro ato importante é o acompanhamento psicológico, que é imprescindível para ambas as partes, tanto os pais, quanto a Barriga Solidária. O objetivo deste acompanhamento é avaliar o nível de conforto que todos estão com o processo que se iniciará, compreendendo se estão aptos e cientes de suas responsabilidades para com o processo. É importante que este o seja cumprido.
Quais são os riscos da Barriga Solidária? 5m6g4u
De modo geral, os riscos são os mesmos que de uma gravidez natural, já que a mulher estará exposta a praticamente as mesmas condições.
Neste caso, estamos falando de problemas como: má formação do feto ou aborto espontâneo; não necessariamente um dano à saúde da mulher.
A taxa de sucesso de uma FIV varia de acordo com os métodos adotados pela clínica. Entretanto, o sucesso no procedimento está atrelado à perfeita execução de todos os procedimentos mencionados anteriormente.
Por isso, e para manter a saúde da mulher e do bebê, é importante escolher uma boa clínica, além de fazer todo o acompanhamento instruído pelos médicos de forma correta.
