A fama emagrecedora dos chás conquistou uma legião de fãs, mas também trouxe riscos a saúde e provocou até mesmo mortes. Há cerca de dois meses, uma enfermeira de São Paulo morreu após ter sido diagnosticada com uma hepatite fulminante. Tudo isso em função do consumo de um “chá de emagrecimento”.

Uma das alternativas usadas com frequência para a perda de peso é o chá verde. Ao contrário do que muitos acreditam, ele não se trata de uma solução milagrosa. A bebida despertou a atenção de profissionais da saúde e dúvidas sobre o uso prático. “Nenhum alimento ou substância isolada é capaz de promover perda de peso apenas por seu efeito”, comenta a nutricionista Paula Caroline de Fabio, do Hospital Edmundo Vasconcelos, em São Paulo.
Segundo Vasconcelos, o chá verde ajuda na queima de gordura corporal quando aliado a uma alimentação equilibrada e atividade física regular. “O uso em doses concentradas ou prolongadas pode causar inúmeras consequências ao organismo”, explica a profissional.
Os potenciais problemas decorrentes do consumo excessivo da bebida variam e podem ir de irritações na mucosa do estômago à insônia e irritabilidade. Doses concentradas, como as que aparecem em cápsulas, podem acarretar em problemas ainda maiores.
“Tudo em excesso gera riscos, inclusive produtos naturais”, afirma Vasconcelos. De acordo com a nutricionista, o consumo por períodos longos ainda pode provocar reações inflamatórias, interrupção no fluxo da vesícula e acúmulo de gordura no fígado e necrose. “Os chás não são capazes de fazer milagres e precisam ser usados com cautela”, destaca.
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A dica da nutricionista é respeitar a quantidade máxima de consumo diário, que é de dois copos de chá solúvel ou cerca de 10g de erva preparados em 200 ml de água. Também é importante saber a procedência do produto, garantindo que as substâncias tenham armazenamento adequado e um processo de extração correto. Dessa forma, é possível evitar o desenvolvimento de fatores tóxicos no fígado.
Além disso, pessoas com doenças e alterações no fígado, como hepatites, cirroses e esteatose hepática, que abusam de bebidas alcoólicas e usam medicamentos hepatóxicos, não devem consumir o chá verde.A indicação da nutricionista também é de que idosos, crianças e gestantes não consumam esta opção.