Os pesquisadores da Weill Cornell Medicine identificaram recentemente um circuito cerebral que, quando ativado, é capaz de reduzir a ansiedade sem prejudicar a memória. A descoberta, publicada na revista Neuron, abre caminho para tratamentos eficazes contra transtornos de ansiedade sem efeitos colaterais cognitivos comuns em medicamentos tradicionais.

Receptor no cérebro para reduzir a ansiedade 15z5c
A pesquisa analisou o funcionamento do receptor de glutamato metabotrópico 2 (mGluR2), uma proteína que está presente em vários circuitos cerebrais.
Os pesquisadores descobriram que, quando se ativa esse receptor em uma via específica, que leva à BLA (amígdala basolateral), isso ajuda a reduzir a ansiedade sem afetar negativamente a memória.
Os tratamentos para transtornos de ansiedade costumam atuar em diversos receptores cerebrais e causam efeitos colaterais indesejados, como comprometimento da cognição. Entretanto, essa pesquisa demonstrou que estimular o circuito correto pode evitar essas consequências.
Detalhes do estudo 4a512b
A equipe de pesquisadores utilizou uma abordagem inovadora chamada fotofarmacologia, que permite ativar receptores específicos com luz. Isso possibilitou identificar dois circuitos que se conectam à amígdala e estão envolvidos na regulação da ansiedade.

Circuito Córtex Pré-Frontal Ventromedial – BLA 6q1j1p
A ativação desse receptor no circuito reduziu comportamentos ansiosos, mas levou ao comprometimento da memória de trabalho.
Circuito Ínsula – BLA 1d264h
A ativação do mesmo receptor nesse circuito reduziu a esse transtorno sem afetar a memória, normalizando comportamentos sociais e alimentares.
Implicações para o tratamento 25314
A descoberta do circuito Ínsula – BLA como possível tratamento desse transtorno representa um grande avanço. Atualmente medicamentos como benzodiazepínicos e antidepressivos podem causar sedação, dependência e prejuízos cognitivos.
O estudo sugere que ao desenvolver tratamentos mais seletivos para esse circuito, pode-se obter um alívio desse transtorno sem efeitos colaterais comuns.
Próximos os na pesquisa 3b6f2d
O próximo o da pesquisa é buscar desenvolver medicamentos que atuem exclusivamente no circuito Ínsula – BLA, sem afetar outras regiões cerebrais onde o receptor mGluR2 está presente.
A equipe ainda pretende utilizar a tecnologia para estudar outras classes de medicamentos, como o opioides e antidepressivos, e assim buscar entender melhor seus impactos nos circuitos cerebrais.