Como falar sobre sexualidade com as crianças? 4t382a

É importante frisar que sexo e sexualidade não são a mesma coisa e que a educação sexual não erotiza as crianças, mas as tornam mais responsáveis, protegidas e cientes de seus direitos 5e6914

A educação para a sexualidade começa a partir das atitudes de pais e mães no momento em que decidem ter filhos. E sim, é necessário que pais e mães tenham alguma compreensão do processo de desenvolvimento psicossexual da infância para guiar de forma compreensiva, científica e dentro dos valores familiares e sociais.

O desenvolvimento psicossexual, bem como o motor e o cognitivo, evolui naturalmente em todas as crianças desde o útero. Você ensina mesmo quando permanece em silêncio.

Professora Shirlei Silva, de Blumenau, viralizou na internet com aula sobre o combate ao abuso sexual infantil – Foto: Reprodução/NDProfessora Shirlei Silva, de Blumenau, viralizou na internet com aula sobre o combate ao abuso sexual infantil – Foto: Reprodução/ND

Parte da dificuldade em pensar e abordar a sexualidade na infância está ligada ao que o adulto entende quando ouve perguntas ou vê situações sobre sexualidade. Se o que vem à cabeça é o ato sexual em si ou as vivências eróticas que pertencem ao mundo dos adultos, claro que é inapropriado abordar o tema na infância. Por isso é essencial ressaltar que sexo e sexualidade NÃO são sinônimos, embora muitas pessoas ainda confundam os dois conceitos.

Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), a sexualidade “é expressa em pensamentos, fantasias, desejos, crenças, atitudes, valores, comportamentos, práticas, papéis e relacionamentos.

Embora a sexualidade possa incluir todas estas dimensões, nem todas são sempre vivenciadas ou expressas. A sexualidade é influenciada pela interação de fatores biológicos, psicológicos, sociais, econômicos, políticos, culturais, éticos, legais, históricos, religiosos e espirituais”.

Sexo pode ser definido enquanto sinônimo de coito/transa, ou seja, o ato em si ou ainda e como questões biológicas, cromossômicas e corporais (genitais). Ou seja, sexo é um dos temas dentro da amplitude que é a  sexualidade.

Foi pega ou pego de surpresa, não sabe como  e nem o que responder caso a criança faça alguma pergunta ligada ao tema, diga que você também não sabe e que vai descobrir para poderem conversar sobre a dúvida. Para ela já é uma resposta inicial. É importante você realmente voltar com a resposta. Especialistas em educação para a sexualidade podem te ajudar neste momento.

Enquanto também educadora sexual, em meus atendimentos pelo portal Sexo sem Dúvida e nos atendimento clínicos, recebo muitos pais, mães, avós, professores, psicólogos, outros profissionais da saúde, da educação e do direito que querem saber como responder às crianças e adolescentes de forma adequada e científica, e como lidar com as suas próprias dificuldades em responder.

Você não precisa necessariamente entrar em um processo psicoterapêutico e nem ser “especialista” em sexualidade humana, pode ter orientações em educação para a sexualidade de forma pontual e direcionada.

É importante saber que as conversas devem acontecer na rotina e desde muito cedo. Já no banho da criança recém-nascida você pode, por exemplo, afetuosamente nomear as partes do corpo enquanto ensaboa a criança.

A shantala (massagem que pode ser feita pelo adulto responsável para criar vínculos, auxiliar no sono e diminuir cólicas nos bebês) com os toques de afeto e os momentos de higienização das partes íntimas são bons momentos para falar a respeito.

Sobre dar nomes às partes íntimas  como “piu piu” e “pepeca”, por exemplo, não há problema, desde que não seja feito de forma pejorativa nem ofensiva. E na medida em que a criança for crescendo é importante dizer também os nomes científicos (pênis, vulva, ânus) para ela ter ciência.

Informação e conhecimento são preventivos de violências sexuais. Atente-se sempre à linguagem e ao conteúdo de acordo com a idade e a fase de desenvolvimento da criança ou adolescente.

Se você está esperando o momento certo, saiba que simplesmente não existe. Não há idade ideal para começar a falar sobre sexualidade e sexo com as crianças. O importante é dar as respostas “certas” a cada faixa etária pois a sexualidade faz parte do desenvolvimento psicossexual de todas as pessoas, incluindo as crianças e adolescentes.

Você pode abordar o tema em situações cotidianas, usar exemplos de desenhos e filmes e até mesmo puxar conversa sobre algo. Não é sobre o “senta aqui e vamos conversar sobre sexo”, e sim sobre conversas que precisam acontecer, mesmo sendo difíceis para algumas pessoas.

Deixar para falar apenas na puberdade e na adolescência pode ser tarde e não deve ser apenas à prevenção de gravidez e infecções sexualmente transmissíveis, as IST’s. Saiba que uma conversa superficial e genérica sobre sexo não é eficaz. É preciso falar sobre prazer, autocuidado e consentimento.

É preciso também desmistificar que a educação sexual erotiza, incentiva a iniciação sexual precoce ou define orientação afetivo-sexual e identidade de gênero. A educação para a sexualidade contribui para que crianças e adolescentes tornem-se mais conscientes e responsáveis ao terem conhecimento sobre seus corpos e os direitos sexuais.

Toda criança tem direito à informação de qualidade e proteção. E criança bem informada é criança protegida! Como então falar sobre sexualidade com as crianças?

Para você lidar com as curiosidades infantis é importante saber por que e de onde vem a pergunta, responder com honestidade, restringir-se à pergunta feita sem se estender, progredir com base no que a criança já conhece, fornecer explicações em linguagem simples e familiar e, sempre que possível, corresponder no momento em que a criança solicita. Por fim, repetir sempre que necessário.

Lembre-se de levar em conta as necessidades da criança e de responder com clareza e simplicidade. Tenha em mente que a sexualidade infantil é diferente da sexualidade do adulto, que criança não é adulto em miniatura. A responsabilidade é sua, é minha, é nossa!

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