Dois moradores de Balneário Arroio do Silva, no Sul catarinense, apresentaram intoxicação alimentar, após consumir mariscos coletados por eles mesmo à beira-mar. Os casos foram registrados por uma unidade de saúde do município.

Diante da situação, a Secretaria Municipal de Saúde emitiu uma nota pedindo à população para que não consuma mariscos coletados à beira da praia. A pasta também encaminhou os frutos do mar coletados pelos moradores para o Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública de Santa Catarina), onde o caso será apurado.
A suspeita é de “maré vermelha”, um fenômeno natural causado pela presença e proliferação de algas tóxicas, com reflexos ambientais e risco à saúde humana, que acontece principalmente durante as altas temperaturas. O nome do fenômeno se dá por causa da coloração na água deixada pelas algas.
Segundo secretário de Saúde do município, Rogério Ferreira da Costa Júnior, as pessoas intoxicadas na cidade, com esse suposto fenômeno, relataram vômito, diarreia e fraqueza. Ele também informou que até o momento não houve relatos de intoxicação com mariscos consumidos em restaurantes do município.
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Em nota técnica, a Cidasc (Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina) e Secretaria de Saúde do Estado informaram que, por conta do fenômeno “maré vermelha”, foi suspensa a retirada, comercialização e consumo de moluscos, como ostras, vieiras, mexilhões eberbigões, em algumas localidades do Estado.
São elas: as praias da Ponta do Papagaio, em Palhoça, da Caieira da Barra do Sul, em Florianópolis, e do Zimbros e do Canto Grande, em Bombinhas. A medida foi tomada para evitar a contaminação da população.
Conforme os órgãos, ainda em 18 de fevereiro foi detectada, por meio de exame laboratorial, a presença da toxina ácido ocadaico em cultivos de mexilhões na localidade Ponta do Papagaio, em Palhoça. A área precisou ser imediatamente interditada.
Essa toxina é produzida por microalgas, durante a “maré vermelha”, e os moluscos ao se alimentarem delas, acabam acumulando a substancia nas suas glândulas digestivas. Vale ressaltar que neles isso não causa nenhum dano, no entanto, aos seres humanos pode provocar náuseas, dores abdominais, vômitos e diarreia.

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No dia 24, a Cidasc também foi informada pela Dive (Diretoria de Vigilância Sanitária de Santa Catarina) que pessoas apresentaram quadros de intoxicação alimentar, após consumir moluscos na Praia da Teresa, em Laguna, na Ilha do Xavier, em Florianópolis e em Balneário Arroio do Silva.
Na época, amostras de dois desses pontos, que não compõe a área monitoramento oficial, foram encaminhadas para análise e tiveram resultados acima do limite permitido pela legislação vigente. A Ilha do Xavier acabou não sendo analisada por falta de material para envio.
Outra análise também detectou a presença da toxina ácido ocadaico em amostras de cultivos de mexilhões nas localidades Ponta do Papagaio, Caieira da Barra do Sul, Zimbros e Canto Grande. Elas também foram imediatamente interditadas.
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Os órgãos estaduais também informaram que novas coletas serão realizadas para monitoramento das áreas de produção de moluscos bivalves. Conforme os resultados, será definida a liberação ou a manutenção da interdição das áreas afetadas.
Além disso, afirmaram que as instituições públicas responsáveis pela fiscalização sanitária do comércio, inspeção de produtos de origem animal, pesquisa e extensão e diagnóstico foram comunicadas para que tomem as providências pertinentes às áreas de atuação de cada uma delas.
Também orientaram restaurantes e consumidores de frutos do mar a estarem atentos e adquirirem apenas produtos com procedência e garantia sanitária, ou seja, com Serviço de Inspeção Oficial (SIM, SIE, SIF).