O dia mundial de combate ao HIV/Aids é comemorado nesta quinta-feira (1°). A data marca o início do mês intitulado de “dezembro vermelho” e traz a temática para a população discutir a importância deste tema.
Para se ter uma ideia, segundo dados atualizados da Dive/SC (Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina) somente até novembro de 2022 foram notificados 2.055 novos casos. No ano ado foram 3.095 e em 2020 2.972.
A infecção sexualmente transmissível afeta o sistema imunológico, mas que se tratado adequadamente não evolui para a Aids. Ou seja, quem tem HIV, não necessariamente tem Aids, o HIV é o vírus e Aids a doença. Atualmente, existem diversas formas de evitar a infecção e a transmissão do HIV, a chamada prevenção combinada.

“A prevenção combinada é a melhor ferramenta que temos hoje para evitar novos casos ou o adoecimento de pessoas com o vírus. Ela consiste em diferentes abordagens que vão desde as mais simples, como o uso de preservativos em todas as relações sexuais, mas também engloba outros métodos como as Profilaxias Pós e Pré-Exposição ao vírus, que consistem na ingestão de medicamentos; a testagem regular; e vão até a adesão e a realizaçao adequadada do tratamento. É uma gama de possibilidades que temos hoje ao nosso alcance para o controle da infecção”, esclarece a médica infectologista e gerente de IST, HIV/Aids e doenças infecciosas crônicas da DIVE/SC, Regina Valim.
Nessa gama de possibilidades também está o diagnóstico precoce, um dos melhores métodos para tratar e fazer prevenção do HIV. “Há uma diferença entre a pessoa ser infectada pelo HIV e ter Aids. Na infecção pelo HIV, a pessoa não tem nenhum sinal, nenhum sintoma de doença. Esse é o melhor momento para se fazer diagnóstico e iniciar o tratamento. A pessoa diagnosticada tardiamente já tem Aids, já está doente, e pode, sem saber da sua infecção, ter transmitido o vírus para outras pessoas durante um longo período de tempo”, explica Valim.
O SUS (Sistema Único de Saúde) oferece gratuitamente todos os métodos preventivos disponíveis, além da testagem e do tratamento. A pessoa que faz o diagnóstico do HIV pode começar a receber a medicação no mesmo dia e ter um aumento na expectativa de vida, além de quebrar a cadeia de transmissão do vírus.

Sabia que é possível não transmitir mais o vírus? 221b63
Hoje, existem testes rápidos que são realizados sem a necessidade de estrutura laboratorial. Eles são práticos, feitos com uma gota de sangue e o resultado sai em, no máximo, 30 minutos. Com o resultado do teste em mãos, caso a pessoa esteja infectada, o tratamento é iniciado imediatamente, sem custo algum para o paciente. Pessoas que aderem e realizam o tratamento adequadamente mantêm a carga viral indetectável e, após seis meses, não transmitem mais o vírus por via sexual.
A camisinha ainda é o método mais ível e eficaz para a prevenção do HIV e deve ser utilizada em todas as relações sexuais. Camisinhas femininas e masculinas estão disponíveis gratuitamente nos serviços de saúde para toda a população.
Além desse método, outros dois também podem ser utilizados na prevenção à infecção: a Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP); e a Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PEP). A PrEP é indicada para aquelas pessoas com parceiros soropositivos e/ou que apresentem uma maior vulnerabilidade de adquirir o HIV e consiste na ingestão diária de um comprimido que impede que o HIV infecte o organismo, antes mesmo da pessoa ter contato com o vírus.
A PEP é indicada para pessoas que aram por uma situação de risco, como ter feito sexo sem camisinha, por exemplo, e consiste no uso de medicamento em até 72 horas após a exposição, devendo ser continuado por 28 dias.
Este ano, o Ministério da Saúde autorizou a realização da PrEP por adolescentes a partir dos 15 anos sexualmente ativos e que apresentem contextos de risco aumentado de aquisição da infecção pelo HIV, considerando um aumento importante da incidência da infecção neste grupo.
Podcast aDiversa comenta o assunto 6325x
O podcast aDiversa abre espaço para temas do dia a dia das mulheres catarinenses, com leveza, descontração e polêmica. O tema desta sexta-feira (2) foi justamente as mulheres vivendo com HIV. Os episódios apresentados por Luciana Barros vão ao ar todas as sextas-feiras, às 7h, na página da editoria Diversa+.
Participam do episódio a médica infectologista Caroline Aquaro, a jornalista, youtuber e pesquisadora de soroativismo e gordoativismo pela UFSC, e que convive com o HIV, Letícia de Assis. A apresentadora convidada é a repórter do ND+ Ana Schoeller.
Trazendo outra perspectiva para o bate-papo, a cota masculina é Marcelo Pacheco, membro da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e AIDS em Santa Catarina e da Aliança Nacional LGBTQIA+ pelo Estado.