Na fila do SUS para realizar um transplante de coração, o apresentador Faustão, de 73 anos, trata uma insuficiência cardíaca desde 2020. Internado desde o início do mês no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, Fausto Silva teve um agravamento no quadro, quando o tratamento somente com medicação ou a não ser mais suficiente.
Para entender o que é essa doença, o ND+ conversou com o cirurgião cardiovascular do Imperial Hospital de Caridade, Lindolfo Moratelli Filho.

O que é a insuficiência cardíaca 2f1e2q
De acordo com o médico, a doença impede que o coração cumpra a função de “bomba”.
“Os batimentos se tornam ineficazes para levar sangue para o resto do corpo. Com a dificuldade de realizar a ejeção do sangue de forma eficaz, iniciam os sintomas como o acúmulo de líquido nos pulmões e pernas, além da falta de ar”, explica.
Ainda, segundo Moratelli Filho, em casos mais avançados, os pacientes podem ter dificuldades de realizar até mesmo pequenos esforços, como ir ao banheiro sem ajuda.
Em casos de insuficiência cardíaca grave, mesmo em repouso, o paciente apresenta falta de ar, sendo necessária a hospitalização, como no caso de Faustão, que trata a doença desde 2020.
Exames como o ecocardiograma ou a ressonância magnética do coração são fundamentais para chegar ao diagnóstico de insuficiência cardíaca.
Hábitos saudáveis ajudam na prevenção 4c5gr
O infarto agudo do miocárdio, por exemplo, que pode levar à insuficiência cardíaca, pode ser evitado com hábitos de vida saudáveis e a intervenção precoce da doença.
Pacientes que já tiveram infarto do miocárdio e doenças nas válvulas cardíacas apresentam maior chance de desenvolver a insuficiência cardíaca. Cardiopatias congênitas também podem estar associadas à insuficiência cardíaca e doença de Chagas, sendo causas comuns no norte e nordeste do país.
No entanto, as doenças valvares e as cardiopatias congênitas, quando diagnosticadas precocemente, e com tratamento efetivo, também previnem o desenvolvimento da insuficiência cardíaca.
“O tratamento medicamentoso seria o tratamento inicial. Para casos onde o tratamento medicamentoso já se torna pouco efetivo, o uso de marca-o do tipo ressincronizador cardíaco tem ajudado muitos os pacientes, terapia que já tirou muitos pacientes da fila de espera para o transplante de coração”, ressalta Lindolfo Moratelli Filho.
Transplante de coração é a cura 5t594y
Hoje, no Brasil, 386 pessoas estão à espera de um transplante de coração, segundo dados do Sistema Nacional de Transplantes. Enquanto isso, outros milhares de brasileiros convivem com a insuficiência cardíaca.
Apesar de ser a cura da doença, os resultados ainda são desafiadores e há inúmeros fatores que tornam o transplante de difícil o, como encontrar doadores compatíveis, logística para manuseio do órgão em tempo hábil e tratamento das complicações pós-transplante.
“Atualmente, existem equipamentos que funcionam como corações artificiais, que podem ficar no paciente por semanas ou meses, e funcionam como ‘pontes’ para a espera do transplante em casos mais severos”, explica o médico.