Pesquisadores constataram altas concentrações de metais em peixes da Lagoa da Conceição, em Florianópolis. O estudo foi conduzido pelo laboratório Ecoando Sustentabilidade, da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), sendo publicado no dia 1º de setembro. Outros seis laboratórios am a nota técnica.
Em alguns indivíduos, a concentração de seis metais era maior do que a permitida pela legislação brasileira. Podendo provocar até mesmo câncer, os pesquisadores pedem que os pescados sejam monitorados de forma sistemática e que seja investigada as fontes de contaminação.

As conclusões preocupam, segundo o Ecoando Sustentabilidade, pois altas taxas de metais podem apresentar risco para a saúde de quem consome. Eles listam lesões ao sistema nervoso central, disfunção renal, pulmonar e cardiovascular, cólica e ulceração gastrointestinal, dano hepático e hepatotoxicidade, anemia, doenças ósseas e dérmicas e câncer.
Os peixes analisados foram colhidos entre os meses de março e maio de 2021 – dois meses após o desastre ambiental com o rompimento da adutora. Foram 14 indivíduos coletados: quatro carapebas e nove linguados. O estudo analisou a incidência de 11 metais. Destes, oito contam com limites de concentração definidos por lei.
Caso um manezinho consumisse todos indivíduos dessas duas espécies, estaria ingerindo quantidades proibidas de arsênio, mercúrio, cádmio, chumbo, zinco e cromo. Está última foi identificada em concentrações altíssimas no índice que calcula risco de câncer – levando em conta peso médio de 70,75kg e consumo de quase e 22,55 Kg de peixe em um ano.
Apenas as concentrações de cobre e níquel estiveram abaixo dos limites máximos de concentração permitidos, em todas as análises. A reportagem procurou a Floram (Fundação Municipal do Meio Ambiente), que informou estar “avaliando as informações divulgadas pelos especialistas vinculados à UFSC”.
Monitoramento 6hu3g
“É urgente a realização de um diagnóstico amplo da situação do pescado da Lagoa da Conceição, das possíveis fontes de contaminação e da saúde de seus moradores. O PES recomenda fortemente que seja iniciado um monitoramento sistematizado e permanente do pescado da Lagoa da Conceição e das possíveis fontes de contaminação”, pedem os pesquisadores.
A vigilância deve selecionar algumas espécies como alvo, realizar amostras em diferentes regiões da Lagoa da Conceição e de forma periódica, sugerem. Além disso, devem acompanhar as possíveis fontes de contaminação. Os pesquisadores anexaram uma proposta de monitoramento no estudo, que pode ser conferida neste link.
Assinam a nota pesquisadores dos laboratórios Nemar (Núcleo de Estudos do Mar), Lafic (Laboratório de Ficologia) LabCost (Laboratório de Biodiversidade Costeira), Loqui (Laboratório de Biogeoquímica Marinha) e dos laboratórios de Ecologia (Udesc) e Determinações II (IB/Furg)