Desde 24 de abril, a Grande Florianópolis era quase sempre a única região pintada de laranja (grave) nos mapas de risco da Covid-19 divulgados aos sábados pela SES (Secretaria Estadual de Saúde). A situação não era confortável, mas destoava do resto de Santa Catarina, em vermelho.
Entretanto a situação mudou neste sábado (12). A região voltou a ser classificada no nível gravíssimo da pandemia, após sete atualizações. A alteração fica por conta da transmissibilidade: a Covid-19 está circulando mais na Grande Florianópolis.

A categoria é a única alteração do mapa anterior, publicado no dia 5 de junho. A transmissibilidade saltou de 2,5 para o nível 4, o mais alto. Ela indica maior concentração de pessoas capazes de transmitir o vírus e crescimento na variação de casos semanais.
O cálculo considera o número de infectantes a cada 100 mil habitantes. De 10 a 25, o indicador aponta transmissibilidade grave [categoria registrada nas últimas semanas]. Quando o valor é maior que 50, é categorizado em gravíssimo, situação de então.
Infecções ativas crescem 3h2cd
Um dos fatores que contribuiu é o fato da Grande Florianópolis voltar a registrar crescimento gradual dos casos ativos. Na semana do dia 11 de junho foi registrado um aumento de 3% nas infecções ativas, e um total de 1680 casos – o número não era tão grande desde a semana do dia 28 de abril, quando foram computados 2063 casos.
Os dados são do último boletim do Necat (Núcleo de Estudos de Economia Catarinense), que analisa a situação da pandemia da Covid-19 no Estado. Três municípios da Grande Florianópolis estão entre as dez cidades com o maior número de casos no Estado.

Na última semana, a Capital registrou 723 casos ativos – número maior aquele registrado nas semanas de maio, e 23% maior que semana do dia 4. São José, após ter melhorado na semana anterior, voltou a registrar aumento de 9%, contando com 301 casos ativos. O outro município é Palhoça, com queda nos registros.
UTIs lotadas 163945
Os outros aspectos observados pelo mapa permanecem constantes com a matriz anterior – ou seja, em estado alarmante. O número de mortes a cada 100 mil habitantes (evento sentinela) permanece grave e o percentual de exames com resultado positivo segue alto.
Outro fator em vermelho é a capacidade de atenção. O dado refere-se às UTIs (Unidade de Terapia Intensiva), que estão lotadas. Na tarde desta terça-feira (15), 87,2% dos leitos de UTI Covid-19 estavam ocupados na Grande Florianópolis.
Terceira onda? 5i6t2c
O agravamento é sentido em toda Santa Catarina. A média móvel de novos casos desta semana subiu cerca de 9 a 10% em relação ao fim de maio. Eram 2.850 casos por dia, e na última sexta-feira foram 3.113 novas infecções em todo o Estado.

Todas as 16 regiões de Santa Catarina estão classificadas no pior índice na matriz de risco deste sábado (11). Especialistas consultados nesta segunda-feira (14) pelo repórter Ian Sell , do ND+, destacaram uma série de aspectos que contribuem para este cenário.
Dentre eles, as baixas taxas de imunização, os hospitais cheios, a entrada de novas cepas no país, além de uma falsa sensação de segurança em decorrência da aplicação da primeira dose – os estudos garantem imunização apenas quando tomado o reforço vacinal.
Cerca de 30% dos moradores já tomaram a primeira dose da vacina até esta terça-feira (15), enquanto apenas 10,58% tomaram a segunda dose. Ao todo, 16.082 moradores já perderam a vida para a Covid-19 em Santa Catarina.