Há um mês a família Ouriques Maia chora a morte de Karine. Servidora pública estadual, ela não resistiu às complicações da Covid-19 e morreu aos 32 anos. Sua partida deixou órfão o filho Enzo de apenas seis anos.

Apaixonada pelo mar, Karine é lembrada pela amiga Tatiana Quadra e Silva Capistrano, 32 anos, com carinho. As duas se conheceram ainda na infância, num dos verões na praia da Armação, no Sul da Ilha. A amizade permaneceu na adolescência e na vida adulta. Estavam sempres nos aniversários, casamentos e formaturas uma da outra.
Quando a amiga de longa data contraiu a doença, Tatiana ou noticias da amiga por meio de mensagens. Foi por meio delas que soube que Karine precisou ser levada à UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e entubada.
Karine é uma das 100 vítimas da Covid-19 em Florianópolis. A Capital, que já chegou ficar 32 dias sem nenhum óbito pela doença, viu o número de infectados e pacientes graves subir nos últimos dois meses.
As 100 mortes em Florianópolis foram confirmadas no boletim divulgado pela SES (Secretaria de Estado da Saúde) nesta quarta-feira (19). O número ainda não foi atualizado nas plataformas de monitoramento da Covid-19 da prefeitura da Capital. No Covidômetro, que foi atualizado na manhã desta quarta, ainda aparecem 99 óbitos.
No dia 2 de abril, por meio de uma rede social, o prefeito Gean Loureiro (DEM) lamentou a morte daquela que seria a primeira vítima da Covid-19 no município. A senhora de 87 anos faleceu após ficar internada em um hospital particular em São José.
Nos dias seguintes, a pandemia do novo coronavírus matou mais florianopolitanos, até que no dia 4 de maio, a Capital contabilizava sete mortes.
Capital ficou 32 dias sem mortes 215q2a
Foi no mês de maio que Florianópolis ganhou notoriedade nacional por ficar 32 dias seguidos sem registrar óbitos pela Covid-19.
No último dia daquele mês, segundo dados da Sala de Situação da Diretoria de Vigilância Epidemiológica, a Capital tinha 858 casos confirmados da doença e apenas dois pacientes internados.
O resultado positivo, no entanto, foi interrompido pelo avanço dos casos nos meses de junho e julho, com 36 e 88 mortes respectivamente. Em 19 dias de agosto mais 11 óbitos foram registrados.
Maioria dos mortos tinha comorbidades 625m1q
A Sala de Situação da Vigilância Epidemiológica de Florianópolis também segue registrando 99 mortes pela Covid-19. Na plataforma é possível ar dados sobre as vítimas, como idade, sexo e se elas possuíam alguma comorbidade.
Dos 99 mortos, 72 tinham alguma doença considerada comorbidade para o novo coronavírus. Tinham problemas cardíacos (35), diabetes (15), doenças respiratórios (10), imunossupressão (9), cromossômicos (2) e renal (1).
A faixa etária com maior número de mortes é a de 80 e 89 anos, seguida pelo dos 70 aos 79. Entre os indivíduos mais jovens, de 20 a 29 anos, apenas uma morte foi notificada. É a de um homem de 28 anos que doença reumatológica e ficou internado no Hospital Universitário Polydoro Ernani de São Thiago.