A equipe de cirurgia do Hospital de Caridade e o Grupo Baía Sul realizaram, desde agosto de 2022, cinco cirurgias de endometriose por robótica. A doença acomete uma a cada dez mulheres em idade reprodutiva, sendo mais frequentemente diagnosticada entre os 25 e 35 anos.
A primeira cirurgia de endometriose por robótica na Capital do Estado foi realizada no dia 26 de agosto de 2022 – Foto: Pixabay/Reprodução/ND
Março amarelo é o termo dado ao mês de conscientização da endometriose. Para o ginecologista Dr. Esdras Camargos, é uma data muito importante, pois contribui para o conhecimento da população sobre a doença.
Segundo ele, a endometriose é uma doença na qual o tecido que recobre o útero internamente espalha-se por locais onde normalmente não deveria ser encontrado, levando a inflamação, formação de aderências e, principalmente, a dor pélvica (cólicas), especialmente antes e durante o período menstrual.
“Mas a dor também pode também estar presente nas relações sexuais ou no simples ato de urinar, ou evacuar. Algumas vezes, no entanto, a mulher pode não apresentar sintomas, e a suspeita da doença se dá pela dificuldade em engravidar”, acrescenta o médico.
É o caso da Tuany Mexko, 27 anos, paciente que realizou a quarta cirurgia por robótica neste ano. Assintomática, descobriu a doença ao investigar causas para a sua infertilidade.
“Eu não tinha aquelas dores horríveis que normalmente as mulheres têm. Acabei descobrindo ao fazer o ultrassom com preparo intestinal, com um médico especialista no diagnóstico de endometriose”, conta.
Tuany, optou pela cirurgia de endometriose porque foi avaliada pelos médicos especialistas como a melhor opção para ela que deseja engravidar.
A cirurgia robótica foi uma escolha da paciente por ser uma opção minimamente invasiva, fornecer maior segurança e precisão.
“Agora, a minha expectativa é engravidar. Também estou feliz com o procedimento, porque a endometriose tem tendência a piorar ao longo do tempo, e como descobri cedo e fiz a cirurgia, tendo os possíveis cuidados para dificultar o retorno dela, acredito que terei mais qualidade de vida, evitando que surjam aquelas dores típicas da endometriose”, diz Tuany.
Há cura para endometriose? 4i471
A endometriose é considerada uma doença inflamatória crônica e uma vez que você tenha sido diagnosticada, o acompanhamento profissional especializado deve ser contínuo.
Segundo o médico, para curar completamente a doença seria “somente com o tratamento radical, que consiste na retirada do útero e dos ovários. Com esta abordagem, você teria uma maior chance de ficar livre da endometriose”.
Entretanto, além dos riscos da cirurgia e da impossibilidade de ter filhos, o médico alerta que seria estabelecida uma menopausa precoce com sintomas que também podem ser “bastante desagradáveis, além de aumentar o risco de doença cardíaca e osteoporose”.
Além disso, o tratamento cirúrgico é recomendando somente quando as medidas comportamentais e o uso de medicamentos não surtirem efeito ou não puderem ser utilizados.
Outras situações são aquelas em que mesmo sem sintomas, há acometimento de órgãos, como as vias urinárias, o apêndice ou o intestino delgado.
