Hello, Leitores! A matéria de hoje foi escrita por mulheres e destinada a mulheres. Realizei uma entrevista com Paula Gomes, fisioterapeuta com especialidade em fisioterapia pélvica, assunto que está super em alta hoje em dia.

Uma descrição sobre você! Conta pra gente quem é a Paula?
“Me chamo Paula e tenho 29 anos. Me formei na Udesc (Universidade do Estado de Santa Catarina) em Fisioterapia. Sou pós-graduada em Fisioterapia Pélvica pela faculdade Inspirar. Sempre gostei da área da saúde e principalmente da área da saúde da mulher. Ainda nas primeiras fases da faculdade comecei a participar de projetos de pesquisa na área e a ter mais contado e foi aí que me apaixonei de vez pela fisioterapia pélvica.”
A fisioterapia pélvica é uma especialidade que vejo que está super em alta hoje em dia. Quero saber um pouco mais sobre elas e os seus benefícios.
“A fisioterapia pélvica é maravilhosa! Além de prevenir o aparecimento de disfunções relacionadas ao assoalho pélvico (musculatura íntima), ela reabilita e melhora a qualidade de vida das mulheres.
Existem três pilares na fisioterapia pélvica que são trabalhados em conjunto: a saúde sexual, saúde urinária e saúde evacuatória. E os benefícios são inúmeros, com ela prevenimos/reabilitamos disfunções sexuais como nos casos de dor ou desconforto durante a relação sexual, falta de lubrificação, dificuldade em chegar ao orgasmo, incontinências urinárias (escapes de xixi), urgência miccional, prolapsos (queda) de órgãos pélvicos, sintomas da menopausa, sintomas da endometriose, constipação, além de participar do preparo do corpo da mulher durante a gestação e no pós parto”, contou a especialista.
E como são os atendimentos de fisioterapia pélvica? Existe alguma barreira das mulheres para iniciar os atendimentos?
“Muita gente acha que a fisioterapia pélvica é igual ao pompoarismo ou é só contrai e relaxa. Mas vai muito além disso. Durante os atendimentos trabalhamos a educação em saúde íntima, mobilidade pélvica, exercícios respiratórios, liberamos pontos de tensão da região íntima, e claro, exercícios voltados para o fortalecimento e relaxamento da musculatura íntima (sim, são treinos para a região) sempre individualizados para cada caso. Acho que a maior barreira em relação aos atendimentos, mesmo nos dias de hoje, é a falta de informação sobre a área que pouco é falada ainda e o tabu das pessoas para falar sobre a região íntima e cuidar dela”, afirma Paula.
Qual a faixa etária dos teus pacientes? E com qual frequência é ideal realizar as sessões?
“A faixa etária das minhas pacientes varia entre 18 a 90 anos. Fisioterapia pélvica não tem idade. Todas mulheres, independente da idade, deveriam ar por uma avaliação fisioterapêutica.
A frequência de consultas geralmente é de 1 a 2 vezes por semana, depende de cada caso e em todas as consultas a paciente sai com prescrições de exercícios para casa.”

Durante a pandemia, como você fez para atender seus pacientes?
Paula se formou algumas semanas antes de começar a pandemia e estava com viagem marcada para a Califórnia para visitar a irmã, que tinha acabado de ganhar gêmeas.
“Foi aí que começou a pandemia e acabei ficando presa por lá e aproveitei a oportunidade pra morar um ano fora.
Durante esse ano aproveitei e foquei nos estudos na área da fisioterapia pélvica e fiz alguns cursos para agregar aos meus atendimentos quando eu retornasse ao Brasil. Além disso, criei o meu perfil profissional no Instagram com uma amiga de profissão, para divulgar o que é a fisioterapia pélvica e compartilhar informações sobre a saúde íntima de uma forma mais descomplicada.”
Aquela perguntinha que não poderia faltar aqui no Mundo Maria, qual o seu hobby?
“Eu amo aproveitar o dia na praia, caminhar, fazer trilhas, viajar… E tudo o que envolva estar com os meus amigos e família.”

E para finalizarmos essa entrevista, qual a mensagem que gostarias de deixar para os leitores do Blog?
“Se eu pudesse dar uma dica de ouro para todas as mulheres seria: procure uma fisio pélvica para avaliar como anda a função do seu assoalho pélvico. Mesmo que não tenha nenhuma queixa, todas as mulheres deveriam se avaliar anualmente. Cuidar da saúde íntima e realizar de forma correta e orientada os exercícios para a musculatura íntima é sucesso pra uma melhor qualidade de vida. Muita coisa que é comum não é normal. As mulheres não deveriam deixar aparecer uma disfunção para ir atrás de tratamento e sim prevenir o aparecimento delas.”
O meu intuito com essa entrevista, quando fui ao consultório de Paula, era quebrar tabus existentes quando se fala sobre a sexualidade e questões intimas femininas. Espero que todos gostem!