Um homem de 72 anos se tornou um caso intrigante para os cientistas após permanecer infectado com o vírus SARS-CoV-2, causador da Covid-19, até morrer da doença.

Pesquisadores do Centro de Medicina Experimental e Molecular da Universidade de Amsterdã, nos Países Baixos, revelaram que o paciente, cuja identidade não foi revelada, teve seu primeiro teste positivo em fevereiro de 2022 e morreu apenas em outubro de 2023, ainda portando o vírus.
De acordo com a revista norte-americana Time, o paciente sofria de uma doença sanguínea que o impedia de produzir anticorpos em quantidade suficiente para combater o vírus.
Mesmo depois de receber várias doses da vacina, ele acabou sendo infectado pela variante Ómicron.
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Após testes, os cientistas descobriram que o vírus desenvolveu no corpo do idoso resistência ao Sotrovimabe, um tratamento com anticorpos para a Covid-19.
Ao longo do tempo, o vírus adquiriu mais de 50 mutações, algumas das quais sugerem uma maior capacidade de escapar do sistema imunológico.
Os pesquisadores enfatizaram o risco de infecções persistentes por SARS-CoV-2 em indivíduos imunocomprometidos. Destacaram ainda a importância da vigilância genômica contínua da evolução do vírus nesses pacientes.
Embora essa seja a infecção por SARS-CoV-2 mais longa já registrada, não houve transmissão documentada da variante altamente mutante para outros casos na comunidade.
Os detalhes desse caso serão apresentados na próxima semana no Congresso da Sociedade Europeia de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas, em Barcelona, Espanha.