Parto de gêmeos é adiado por falta de leitos de UTI neonatal em Chapecó: ‘estamos padecendo’ 4l5x1r

Luciane e Moacir aguardam o nascimento dos filhos Miguel e Mabel, mas a mãe precisará ser transferida para outro hospital no Estado 4f6ox

A doce espera de Luciane Cardoso e Moacir Agustini pelos gêmeos Miguel e Mabel se tornou um misto de ansiedade e incertezas. O parto, que era para acontecer neste domingo (19), foi adiado pela falta de leitos de UTI neonatal no HRO (Hospital Regional do Oeste) em Chapecó, no Oeste de Santa Catarina, e ainda não tem uma nova data.

Luciane e Moacir estão no HRO onde aguardam uma decisão sobre a transferência. – Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação/NDLuciane e Moacir estão no HRO onde aguardam uma decisão sobre a transferência. – Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação/ND

O casal mora no interior do município, na Linha Marcon, e aguarda uma decisão da equipe médica para saber quando e onde os gêmeos vão nascer. Isso porque, segundo Moacir, a esposa precisará ser transferida para outro hospital do Estado em que existam dois leitos de UTI neonatal. “Ainda não sabemos quando e nem para onde ela será transferida, é uma espera angustiante”, comenta.

Luciane está no nono mês de gestação e no último mês descobriu que a filha Mabel está com um cisto e com a artéria do cordão umbilical no limite, o que faz com que seja necessário o parto quanto antes.

Luciane e Moacir aguardam a chegada dos gêmeos. – Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação/NDLuciane e Moacir aguardam a chegada dos gêmeos. – Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação/ND

Assim como Luciane e Moacir, outros pais enfrentam a mesma angústia no HRO. São cinco vagas de UTI pediátrica e 10 vagas na UTI neonatal, todas elas ocupadas.

Quatro bebês aguardam leitos de UTI neonatal nesta segunda-feira, de acordo com dados do hospital. Foram instalados leitos improvisados para atender os casos menos graves. Já os mais graves são direcionados para vagas disponíveis em outras cidades.

“É uma situação preocupante. O hospital está abandonado pelo Estado. Estamos padecendo. Não é só a minha família, são várias nessa mesma situação. Ficamos revoltados. Tem vários pais e mães perdidos no hospital, sem saber o que fazer. São bebês recém-nascidos, necessitam de atenção”, desabafa o pai.

Moacir ressalta que o trabalho da equipe médica e de enfermagem está sendo excelente, mas eles trabalham com pouca “munição”, já que a dificuldade é a falta de leitos. “Eles estão fazendo o melhor nas condições possíveis. Somos muito gratos pelo excelente atendimento prestado por esses profissionais, mas nos sentimos inseguros sem saber o que acontecerá. Esperamos uma solução do governador”.

Quarto de Miguel e Mabel está pronto aguardando a chegada dos pequenos. - Arquivo Pessoal/Divulgação/ND
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Quarto de Miguel e Mabel está pronto aguardando a chegada dos pequenos. - Arquivo Pessoal/Divulgação/ND
Tudo na casa está pronto para os pequenos. - Arquivo Pessoal/Divulgação/ND
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Tudo na casa está pronto para os pequenos. - Arquivo Pessoal/Divulgação/ND

O pai ainda cita a preocupação dos filhos nascerem em outra cidade, longe de casa. Segundo ele, a transferência causa transtornos e aumenta a insegurança por não saber como serão as coisas. “O médico ficou de nos dar uma posição ainda hoje, espero que a situação seja resolvida e que meus filhos nasçam em segurança”.

De acordo com a médica Kelly Patrícia Führ, coordenadora do UTI Neonatal do HRO, todas as gestantes que precisam ter o parto com chance do bebê precisar de UTI neonatal então sendo reguladas para fora de Chapecó. “Se a mãe tiver condições, estiver bem e tiver a vaga é encaminhado para transferência.”

Situação dos leitos no Estado 3u4o29

A tabela de leitos de UTI do SUS, divulgada pelo Governo de Santa Catarina, mostra que dos 176 leitos de UTI Neonatal ativos no Estado, apenas seis estão vagos, sendo um na região do Meio-Oeste e Serra, três no Planalto Norte e Nordeste e dois no Sul. As demais regiões estão com 100% de ocupação dos leitos.

  • Foz do Rio Itajaí: 15 leitos (100% de ocupação);
  • Grande Florianópolis: 36 leitos (100% de ocupação);
  • Grande Oeste: 18 leitos (10% de ocupação);
  • Meio-Oeste e Serra Catarinense: 25 leitos (96% de ocupação);
  • Planalto Norte e Nordeste: 47 leitos (93,62% de ocupação);
  • Sul: 19 leitos (89,47% de ocupação);
  • Vale do Itajaí: 16 leitos (100% de ocupação).

Ministério Público entra com ação 1g624x

O Ministério Público Estadual entrou com uma ação civil pública contra o governo estadual para garantir leitos de UTI. O processo foi ajuizado ainda na tarde da última sexta-feira (17), por meio da 3ª Promotoria de Justiça da Comarca de Chapecó.

Ministério Público busca forçar o Estado a comprar, sempre que necessário, vagas em leitos de UTI neonatal e pediátrica, nas unidades de atendimento privado da região ou do estado, até que surjam vagas em leitos de cobertura pelo SUS (Sistema Único de Saúde), com atendimento no próprio Hospital Regional do Oeste ou com deslocamento seguro a uma unidade regional próxima.

Um dos problemas enfrentados pelo HRO e Hospital da Criança, além da falta de leitos, é a falta de profissionais. As vagas estão abertas, porém, não há nenhum candidato inscrito. Entre as dificuldades relatadas pela assessoria do hospital está a concorrência com as vagas para os profissionais no setor privado. Relatos de salários atrasados também são citados como empecilho.

O que diz o Governo do Estado? 3s3t3x

A Secretaria de Estado da Saúde informou em nota, no último sábado (18), que todos os pacientes que aguardam por transferência para um leito de UTI estão sendo plenamente assistidos, assim como os pacientes internados em leitos intermediários e de enfermaria.

O texto diz ainda que na Região Oeste, a Secretaria está conversando diretamente com as unidades prestadoras de serviços de saúde, que relataram dificuldade de ampliação por conta da falta de profissionais especializados na região.

“Foram abertos recentemente leitos de UTI neonatal em Curitibanos. Com isso, é importante frisar que, diferente da rede privada, os hospitais da rede pública possuem um sistema capilarizado, que permite que a distribuição dos leitos seja feita em todo o Estado conforme a necessidade de cada paciente”.

E continua: “Necessário ressaltar também que a situação enfrentada pelas unidades hospitalares públicas e privadas, que levou inclusive o governo do Estado a decretar situação de emergência no início do mês, é reflexo da baixa cobertura vacinal de diferentes enfermidades, em especial da gripe (Influenza) e Covid-19. Por conta disso, a SES faz um apelo para que a vacinação, principalmente de crianças e idosos, que são mais vulneráveis, seja atualizada, respeitando o protocolo vacinal do país.”

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