Velejador catarinense encara nova quarentena de prevenção ao coronavírus em Florianópolis

Bruno Fontes já ficou enclausurado por 45 dias em Centro de Treinamento da equipe chinesa de vela e agora está ao apartamento da família no bairro Itacorubi

Se enfrentar os primeiros dias de quarentena não têm sido fáceis para a maioria dos brasileiros, imagina encarar o período de isolamento pela segunda vez em três meses. Pois essa é a situação do velejador olímpico Bruno Fontes, técnico da equipe de Vela da China, que publicou um vídeo para falar sobre o assunto com seus fãs e seguidores das redes sociais.

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Fontes iniciou o ano de 2020 na expectativa de finalizar os treinamentos com a equipe chinesa da classe Laser na Ilha de Hainan, Sul da China, que se preparava para disputar o Mundial na Austrália e, na sequência, a Olimpíada de Tóquio 2020. Mas a participação da equipe chinesa no Mundial da Austrália foi cancelada devido ao início da pandemia na China, o que obrigou Bruno a ficar enclausurado por 45 dias no Centro de Treinamento da equipe chinesa, na primeira quarentena.

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O velejador retornou ao Brasil no último dia 28 de fevereiro e depois de duas semanas de “liberdade”, voltou a ficar em quarentena, desta vez com a mulher Paola e a filha Clara, no apartamento da família no bairro do Itacorubi. Segundo Fontes, as duas quarentenas têm sido períodos completamente diferentes. “Lá, apesar de eu liderar o processo, a conexão interpessoal é totalmente diferente. Nessas condições, a relação interpessoal muda tudo”, explica Fontes, que ava o tempo com treinos práticos e sessões de levantamento de peso na academia do Centro de Treinamento.

Bruno com a filha Clara e a mulher Paola em Florianópolis. Foto: Reprodução Instagram @brunofontesoficialBruno com a filha Clara e a mulher Paola em Florianópolis. Foto: Reprodução Instagram @brunofontesoficial

Outra diferença é a comida. Na China, as refeições já chegavam prontas. Fontes costumava mostrar a bandeja preparada para todos os “moradores” do Centro de Treinamento acompanhada da hashtag “StayStrong” (Seja Forte) ou “NoMimimi” (Sem Mimimi!). Em Florianópolis, a situação é oposta. “Aqui a gente precisa se virar. São três pessoas”, relata Fontes. No apartamento, Fontes também precisa entreter a filha, de sete anos, e uma energia inesgotável. São exercícios, apresentações musicais e até receitas para o combate ao coronavírus, tudo compartilhado diariamente nos “stories” do Instagram do velejador.

“Sorte dela que tem um pai atleta, que não para também”, comenta Fontes, que tem pedalado na sacada do apartamento para manter a forma, já que os treinos na raia de Jurerê estão suspensos, assim como a piscina do condomínio. “Lá, eu só podia velejar e tinha momentos em que isso ajudava”, lembra.

Bruno com a equipe chinesa após os 45 dias de quarentena na China. Foto: Instagram @brunofontesoficialBruno com a equipe chinesa após os 45 dias de quarentena na China. Foto: Instagram @brunofontesoficial

Por outro lado, Fontes valoriza o fato de encarar esse período com a família. “Muda todo o astral”, diz Fontes. Esse foi um dos fatores que ajudou o velejador a tomar a decisão de não retornar à China para dar continuidade aos treinos. A viagem estava prevista para esta segunda-feira (23), mas o velejador teria que encarar mais 14 dias de isolamento na China, antes de se juntar à equipe, que treina para a Olimpíada de Tóquio.

“A viagem teria paradas em São Paulo, Africa do Sul e Hong Kong até chegar no meu destino na China. Eles estavam pressionando, mas vamos aguardar a decisão sobre a Olimpíada que deve sair nas próximas semanas”, justificou Fontes, que também alegou a situação do Brasil e a necessidade de ficar perto da família para adiar a viagem.

Bruno Fontes encara a segunda quarentena. Foto: Instagram @brunofontesoficialBruno Fontes encara a segunda quarentena. Foto: Instagram @brunofontesoficial

Com a vivência no período de quarentena na China, Fontes também falou sobre as medidas restritivas adotadas em Santa Catarina para conter o avanço do coronavírus. “As medidas para prevenir a doença foram as mais acertadas possíveis”, avaliou. Por outro lado, Fontes destaca que o Brasil não tem a mesma capacidade de recuperação econômica que a China tem, e que a paralisação da economia pode ter consequências maiores no Brasil. “A China está conseguindo segurar a população por 60 dias porque é um país rico. Torço para que os 14 dias de restrições tenham efeito positivo sobre a doença aqui”, afirmou.

Enquanto estiver em Florianópolis, Fontes também estará de olho nos desdobramentos em relação aos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Para ele, o adiamento do evento deve ganhar força nos próximos dias. “Quem vai decidir isso é os EUA e a rede de televisão que comprou os direitos de transmissão. Lógico que os comitês olímpicos farão pressão a partir de agora. Vamos aguardar”, completou.

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