Vacinas contra a varíola dos macacos (também conhecida como mpox ou monkeypox) podem vencer em Florianópolis por conta da baixa procura. O caso foi apurado com exclusividade pelo portal ND+ nesta segunda-feira (7) e mostra que o público-alvo da vacinação, que são as pessoas vivendo com HIV, não tem buscado o imunizante.

A informação confirmada pela Secretaria de Saúde do Município mostra um cenário preocupante, segundo a médica epidemiologista Ana Cristina Vidor.
De acordo com a médica, pessoas vivendo com HIV podem ter reações sérias à doença.
“Mpox pode provocar complicações e ter manifestações mais graves em quem tem HIV. Por isso, é muito importante que as pessoas portadoras do vírus recebam a vacina, que está disponível gratuitamente na rede pública de saúde. A vacina diminui as chances de infecção e de complicações, reduzindo o impacto da infecção nesta população”, diz.
Segundo a prefeitura, o público prioritário que, neste momento, consiste em pessoas que vivem com HIV/Aids, é de cerca de 7 mil pessoas. Mas até o momento, foram imunizadas apenas cerca de 120 pessoas em Florianópolis.
A preocupação 471m5t
Segundo a prefeitura, das vacinas recebidas, que são solicitadas aos poucos ao governo do Estado, 70 delas venceriam agora em setembro, mas por conta de nova orientação federal, am a vencer ainda em agosto.
Médicos da prefeitura ouvidos em anonimato pelo portal ND+ confirmam que há mais imunizantes perto de vencer. No entanto, a Secretaria de Saúde não confirmou a informação.
A pasta explica ao portal ND+ que a remessa de doses vem a depender da demanda dos municípios.
“Essas doses são congeladas e, ao serem descongeladas, elas têm um período de 8 semanas de validade. No entanto, o Ministério da Saúde atualizou a orientação, definindo apenas quatro semanas de validade. Neste sentido, os imunizantes que, anteriormente, possuíam validade para setembro, têm validade até dia 22 de agosto. Se precisarmos de mais, conforme demanda, serão disponibilizadas novas doses, com novos períodos de vencimento”, diz a pasta.
Preocupados com a situação, profissionais de saúde estão compartilhando informações no WhatsApp para chamar pacientes para a vacinação, pois a doença pode ser ainda mais grave em quem vive com HIV.
Segundo a prefeitura, há planos para disponibilizar os imunizantes para outros públicos. Confira a nota:
A Prefeitura de Florianópolis, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, informa que a vacinação contra Mpox é direcionada para o público prioritário que, neste momento, consiste em pessoas que vivem com HIV/aids e que sejam homens cis, travestis e mulheres transsexuais com 18 anos ou mais – cerca de 7 mil pessoas. Até o momento, foram imunizadas cerca de 120 pessoas pertencentes ao público-alvo em Florianópolis.
Com relação ao estoque de imunizantes, a Secretaria de Saúde informa que possui, neste momento, 187 doses. Inicialmente, o Ministério da Saúde orientou que os municípios seguissem o período de oito semanas para a validade dos imunizantes após descongelamento. No entanto, a entidade atualizou a orientação, definindo apenas quatro semanas de validade. Neste sentido, os imunizantes que, anteriormente, possuíam validade para setembro, têm validade até dia 22 de agosto.
A Secretaria de Saúde informa que, por conta da baixa procura por parte do público-alvo e da mudança no período de validade dos imunizantes, tem realizado um serviço de busca ativa às pessoas que compõem o grupo prioritário, a fim de não perder os imunizantes em estoque. O serviço tem sido realizado por meio de WhatsApp, com os profissionais entrando em contato com as pessoas e informando sobre a necessidade de vacinação.
A pasta explica que as doses do imunizante são readas do Ministério da Saúde para o Governo do Estado que, por sua vez, rea aos municípios a partir da demanda. Após finalizar o estoque atual, o município aguarda novo ree de doses do imunizante para dar continuidade à vacinação, como ocorre habitualmente com as demais campanhas vacinais.
Conforme prevê o Ministério da Saúde, havendo doses suficientes para pessoas que vivem com HIV, o próximo público-alvo será composto por pessoas que fazem uso da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) ao HIV.
A Secretaria de Saúde aproveita para relembrar que a vacinação pode ser realizada no Espaço Imuniza Floripa, na Policlínica da Mulher e da Criança (Rua Esteves Júnior, 89 – Centro), com agendamento prévio pelo WhatsApp (48) 99210-8708.
O que é a varíola dos macacos? k6l1y
De acordo com a OPAS (Organização Pan-americana de Saúde), a doença é uma zoonose causada pelo vírus monkeypox, do gênero Orthopoxvirus, pertencente à família Poxviridae. A essa família, também pertencem os vírus da varíola e o vírus Vaccínia, a partir do qual a vacina contra varíola foi desenvolvida.

Há duas cepas geneticamente distintas do vírus: a cepa da Bacia do Congo (África Central) e a cepa da África Ocidental. As infecções humanas com a cepa da África Ocidental parecem causar doença menos grave em comparação com a cepa da bacia do Congo.
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Sintomas 1c2gw
Segundo o Ministério da Saúde, os sinais e sintomas, em geral, incluem:
- Erupções cutânea ou lesões de pele;
- Ínguas;
- Febre;
- Dores no corpo;
- Dor de cabeça;
- Calafrio;
- Fraqueza.
O intervalo de tempo entre o primeiro contato com o vírus até o início dos sinais e sintomas da Mpox (período de incubação) é tipicamente de 3 a 16 dias, mas pode chegar a 21 dias.
“Após a manifestação de sintomas como erupções na pele, o período em que as crostas desaparecem, a pessoa doente deixa de transmitir o vírus a outras pessoas. As erupções na pele geralmente começam dentro de um a três dias após o início da febre, mas às vezes, podem aparecer antes da febre”, explica o site oficial do Ministério.
As lesões podem ser planas ou levemente elevadas, preenchidas com líquido claro ou amarelado, podendo formar crostas, que secam e caem. O número de lesões em uma pessoa pode variar de algumas a milhares de lesões. As erupções tendem a se concentrar no rosto, na palma das mãos e planta dos pés, mas podem ocorrer em qualquer parte do corpo, inclusive na boca, olhos, órgãos genitais e no ânus.
A pasta faz o alerta: se você achar que tem sintomas compatíveis de Mpox, procure uma unidade de saúde para avaliação e informe se você teve contato próximo com alguém com suspeita ou confirmação da doença. Se possível, isole-se e evite contato próximo com outras pessoas. Higienize as mãos regularmente e siga as orientações para proteger outras pessoas da infecção.
Transmissão 3w5dl
Tradicionalmente, a varíola dos macacos é transmitida principalmente por contato direto ou indireto com sangue, fluidos corporais, lesões na pele ou mucosas de animais infectados. A transmissão secundária ou de pessoa a pessoa pode acontecer por contato próximo com secreções infectadas das vias respiratórias ou lesões na pele de uma pessoa infectada, ou com objetos contaminados recentemente com fluidos do paciente ou materiais da lesão.
Segundo a Opas, a transmissão ocorre principalmente por gotículas respiratórias. Esta enfermidade também é transmitida por inoculação ou através da placenta, ando de mãe para filho na hora do parto. Não há evidência de que o vírus seja transmitido por via sexual.
Tratamento 601072
De acordo com a Opas, não há tratamentos específicos para a infecção pelo vírus da mpox. Os sintomas costumam desaparecer espontaneamente, sem necessidade de tratamento.