Um adolescente é alvo de investigações da Polícia Civil em Anchieta, no Extremo-Oeste de Santa Catarina. Conforme investigação, o garoto fez montagens de fotografias incluindo outras adolescentes em cena de nudez, ou seja, pornográficas, o que caracteriza infração criminal.

A busca aconteceu na tarde da segunda-feira (26). Segundo a Polícia Civil, na casa do adolescente foram apreendidos celulares e outros eletrônicos que serão analisados. O auto de apuração de ato infracional instaurado deve ser encaminhado ao Ministério Público nos próximos dias.
Aplicativos que tiram roupas de mulheres e os perigos 64436e
Em meio a casos de nudez na internet, um aplicativo que tem dado o que falar: o Deep Nude. Ele é capaz de recriar partes íntimas do corpo das mulheres em fotos e, assim, expor uma falsa nudez.
A Polícia Civil não informou nenhuma relação do caso do adolescente de Anchieta com o aplicativo, mas vale o alerta sobre casos semelhantes.
O site MotherBoard tem investigado essa ferramenta desde que apareceu, em 2019. Na época, o desenvolvedor da ferramenta, que não foi identificado, decidiu parar de vendê-lo sob o argumento de que “o mundo não estava preparado para tal tecnologia”.
Mesmo assim, após ter sido apagado, o jornal espanhol El País apontou que desde então surgiram outros 96 aplicativos similares prometendo “nudes convincentes”.
Além disso, o aplicativo só funciona de “forma convincente” se utilizado em fotografias de mulheres. Se o usuário carregar a fotografia de um homem, o aplicativo automaticamente recria seios femininos e vulva, logo, a farsa e desmascarada.
Assim, a preocupação gira em torno da criação de imagens sem prévio consentimento, do vazamento de fotos falsas e da disseminação de conteúdos pornográficos.
Deep Nude e ações criminosas 4w1j4r
Segundo Patrícia Zimmermann, coordenadora das DPCAMIs (Delegacias de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso), ainda não existe nenhum caso de montagem fake de imagens denunciado em Santa Catarina.
De acordo com o Código Penal, quem realiza montagens em fotos, vídeos, áudios ou qualquer outro registro com o objetivo de colocar uma pessoa em cena de nudez ou ato sexual pode ser submetido à pena de seis meses a um ano de prisão, além de multa.
No Brasil, o artigo 1º da Lei Maria da Penha tipifica o crime como violência doméstica e familiar, além de violência psicológica, por violar a intimidade das mulheres. É importante que as vítimas denunciem nas delegacias especializadas em crimes digitais ou em ocorrências cometidas contra mulheres.
*Com informações da reportagem de Lídia Gabriela