O novo delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel, afirmou em entrevista exclusiva ao Grupo ND que irá priorizar a contratação de efetivo e investimentos em tecnologia no Estado, além de reavaliar a questão orçamentária.

“Temos 3.350 policiais em atividade, desses 30% estão aptos a se aposentar. Então a polícia catarinense chegaria a 1/3 com essas aposentadorias, sendo que o efetivo previsto em lei é de praticamente 6 mil policiais”, afirma o delegado-geral.
Ulisses Gabriel, que é delegado desde 2007, defende que o aumento do número de policiais é uma preocupação de momento inicial, mas também a médio e a longo prazoa, a fim de realizar planejamento de recomposição para evitar que a polícia “entre em colapso”.
Ele lembra que o último concurso para delegado foi realizado em 2014 e para psicólogo policial foi em 2010. “Estamos há 12 anos sem concurso para psicólogos que atendem vitimas de violência doméstica e sexual, que são pessoas essenciais no trabalho da Policial Cvil, sem contar os delegados, já que há 40 delegacias no Estado sem delegado.”
Orçamento e motivação j4y2i
O segundo problema a ser combatido, segundo Gabriel, é a diminuição do orçamento, que impacta a estrutura da organização.
“Orçamento ficou muito curto nos anos anteriores e isso impacta diretamente dos prédios e estruturas de Polícia Civil. Somos a segunda instituição catarinense que tem mais prédios, precisamos ter planos de manutenção. Há unidades com cheiro de mofo parte inável. Isso impacta diretamente quem trabalha e o cidadão que vai lá para ser atendido”, destaca.
A reforma previdenciária que aconteceu em 2021 também é outro ponto a ser analisado. Segundo o delegado-geral, o episódio diferenciou os policiais civis dos policiais militares, o que causou uma desmotivação.
“Vamos buscar mecanismos de motivação: uma rediscussão pontual a respeito dessa temática, mas dentro da nossa gestão de pessoas, nós temos vários projetos que visam o atendimento do policial civil no endomarketing”.
Além disso, haverá um movimento para que a corregedoria não seja apenas punitiva, mas preventiva, por meio de análise de clima e saúde do policial.
Investimento em tecnologia 506r73
“Vamos investir em tecnologias, mas com o testio da questão do efetivo, porque posso ter cada vez mais tecnologia, mas precisamos de pessoas para operá-las”, garante Ulisses Gabriel.
Uma das ações, que foi lançada neste mês, é a emissão de certidão negativa de antecedentes pela internet, para diminuir o número de policiais empenhados nesta questão e facilitar o direcionamento do agente para a investigação criminal.
O pagamento de fiança por Pix, sistema de transferências instantâneas, que é um projeto em execução apenas e Minas Gerais, também deve ser implementado em Santa Catarina.
O delegado-geral pretende também criar o SOS PET, um serviço para animais domésticos desaparecidos. A intenção é integrar ao serviço de pessoas desaparecidas, para que mais pessoas possam identificar possíveis desaparecidos do momento do comunicado.
Combate ao feminicídio 6oo3t
A prevenção do feminicídio é um dos objetivos da Polícia Civil neste ano. Entre os projetos que estão em vigor e devem ser ampliados são as Salas Lilás humanizadas, que acolhem vítimas de violência, as rodas de conversa entre as vítimas, focada na prevenção do feminicídio.
A ideia é também criar um projeto pautado para o agressor, o Papo de Homem, para impactar diretamente os autores de violência doméstica.
Outro projeto é o Minha Voz tem Vez, voltado para crianças com o acompanhamento de psicólogas.
“Vão ensinar com todo o cuidado possível a identificar a prática de um crime sexual, para diferenciar o que é um toque de cunho sexual ou não”, afirma o delegado-geral.