Chacina em Saudades: relembre os fatos e fotos do crime que chocou o país 1w1nq

O autor da chacina foi condenado em juri que encerrou na noite desta quinta-feira (10) em Pinhalzinho, no Oeste de SC 1a4zn

O anseio por justiça das famílias e da comunidade de Saudades, no Oeste de Santa Catarina, foi cumprido na noite desta quinta-feira (10) após a condenação do autor da chacina na creche Pró-Infância Aquarela, em maio de 2021.

chacina em creche de saudadesCidade ficou em choque com a chacina. – Foto: Willian Ricardo/NDMais

Foram mais de dois anos de espera pelo julgamento que aconteceu nesta quarta e quinta-feira (09 e 10) em Pinhalzinho. A sentença foi lida pelo juiz da Comarca Única de Pinhalzinho, Caio Lemgruber Taborda.

O jovem, na época com 18 anos, invadiu a creche às 9h50 de 4 de maio de 2021, com a intenção de matar o maior número de pessoas. Armado com uma adaga, o jovem, até então sem histórico criminal, dirigiu-se até o local e atacou bebês, professoras e demais funcionárias da creche que atende alunos de 6 meses a 2 anos.

Três crianças, uma professora e uma funcionária morreram no massacre. O caso teve repercussão internacional. A Polícia Civil revelou, na época da chacina, que o autor dirigiu-se de bicicleta à creche. Ao entrar no local, começou por atacar uma professora de 30 anos que, embora ferida, correu para uma sala onde estavam quatro crianças e uma funcionária da escola, na tentativa de alertar sobre o perigo.

Ele atacou então as crianças que estavam na sala e a funcionária. Duas meninas de menos de dois anos e a professora que sofreu o ataque inicial morreram no local. Outra criança e a funcionária morreram depois no hospital.

O autor foi preso no local e levado em estado grave a um hospital da cidade vizinha de Pinhalzinho, após tentar cometer suicídio desferindo golpes da espada contra si.

O delegado Jerônimo Marçal Ferreira, responsável pelo caso, informou que o autor confessou o crime. Ferreira ainda disse que a professora e a agente de educação foram heroínas ao impedir que o jovem fosse para outras salas, conseguindo com êxito, mesmo que feridas, evitar o pior.

Ele tentou entrar em todas as salas e não conseguiu. Aquelas mulheres conseguiram evitar que um mal maior acontecesse, foram muito valentes”, disse o delegado na época da chacina.

A secretária de Educação, Gisela Hermann, foi até a escola assim que recebeu a informação sobre o crime e descreveu o que viu. “Uma cena de terror. Consegui entrar na escola. Tinha um cara deitado no chão, mas ainda vivo, uma professora morta, uma criança morta também. A sala estava fechada, não deixaram a gente entrar”, contou.

Uma das vizinhas da escola, resgatou uma das crianças, um menino. Ao ouvir a confusão, ela entrou na escola enquanto o agressor ainda estava no local, retirou a criança, entrou em um carro e a levou para o hospital. “Nunca esquecerei o olhar dessa criança para mim, como uma forma de pedir socorro”, disse. O bebê, que tinha 1 ano e 8 meses, precisou ar por uma cirurgia, mas teve alta poucos dias depois.

Crime deixou a comunidade de Saudades perplexa. - Willian Ricardo/ND
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Crime deixou a comunidade de Saudades perplexa. - Willian Ricardo/ND
Réu foi denunciado pelo Ministério Público de Santa Catarina por matar duas professoras e três bebês, além de atentar contra a vida de mais 14 vítimas. Crime ocorreu em maio de 2021. - Willian Ricardo/ND
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Réu foi denunciado pelo Ministério Público de Santa Catarina por matar duas professoras e três bebês, além de atentar contra a vida de mais 14 vítimas. Crime ocorreu em maio de 2021. - Willian Ricardo/ND
Arma utilizada ará por perícia. - Willian Ricardo/NDMais
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Arma utilizada ará por perícia. - Willian Ricardo/NDMais
Cinco pessoas morreram no ataque. Entre elas, estão três crianças, todos bebês com menos de 2 anos, a professora Keli Adriane Anieceviski, de 30 anos, e a agente educativa, Mirla Renner, de 20 anos. Fotos das vítimas foram colocadas no portão da escola junto com mensagens:
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Cinco pessoas morreram no ataque. Entre elas, estão três crianças, todos bebês com menos de 2 anos, a professora Keli Adriane Anieceviski, de 30 anos, e a agente educativa, Mirla Renner, de 20 anos. Fotos das vítimas foram colocadas no portão da escola junto com mensagens: "Nossos anjos". - Willian Ricardo NDMais (10)
Centenas de pessoas acompanharam o enterro das vítimas do ataque em creche nesta manhã de quarta-feira (5) - Willian Ricardo/ND
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Centenas de pessoas acompanharam o enterro das vítimas do ataque em creche nesta manhã de quarta-feira (5) - Willian Ricardo/ND
A escola infantil Pró-Infância Aquarela foi alvo do ataque brutal de um jovem de 18 anos. - Willian Ricardo/NDMais
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A escola infantil Pró-Infância Aquarela foi alvo do ataque brutal de um jovem de 18 anos. - Willian Ricardo/NDMais
Comovidos com a tragédia, população continua homenageando as vítimas em frente a creche. - Willian Ricardo/ND
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Comovidos com a tragédia, população continua homenageando as vítimas em frente a creche. - Willian Ricardo/ND
Réu chegou no local por volta das 12h15 desta terça-feira (24) - Caroline Figueiredo/ND
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Réu chegou no local por volta das 12h15 desta terça-feira (24) - Caroline Figueiredo/ND
Coletiva da Polícia Civil sobre a conclusão do inquérito do ataque a creche no município de Saudades - Foto: Julio Cavalheiro/Secom/ND
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Coletiva da Polícia Civil sobre a conclusão do inquérito do ataque a creche no município de Saudades - Foto: Julio Cavalheiro/Secom/ND
Júri do acusado pela chacina na creche em Saudades iniciou na manhã desta quarta-feira (9), em Pinhalzinho. - Valéria Cenci/NDMais
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Júri do acusado pela chacina na creche em Saudades iniciou na manhã desta quarta-feira (9), em Pinhalzinho. - Valéria Cenci/NDMais
Promotor de Justiça Bruno Poerschke Vieira reforçou a tese do Ministério Público pela condenação do acusado. - MPSC/Divulgação/ND
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Promotor de Justiça Bruno Poerschke Vieira reforçou a tese do Ministério Público pela condenação do acusado. - MPSC/Divulgação/ND

Prisão, investigação e denúncia 5w3i46

Durante a investigação, que contou até com o apoio da Embaixada dos Estados Unidos, mais de 20 pessoas foram ouvidas, tendo o próprio autor prestado depoimento no dia 10 de maio, enquanto ainda estava internado, sob custódia policial, no Hospital Regional do Oeste, em Chapecó.

A polícia também apreendeu aparelhos eletrônicos e dispositivos pertencentes ao jovem. Ele recebeu alta no dia 12 de maio e foi levado direto para a prisão, já com o uniforme penitenciário de cor laranja e algemas.

No dia 14 de maio, os delegados realizaram uma coletiva de imprensa após o fim do inquérito, detalhando, entre outras coisas, que o autor da chacina teria escolhido a creche pela fragilidade das vítimas, que tinha plena consciência do que fez e que foi um crime premeditado durante 10 meses.

O delegado Ferreira também disse que ele tinha dificuldades de relacionamento em um nível muito acima do normal.

“Nos últimos tempos, ele cada vez mais foi se isolando no mundo” e que o jovem “tinha o a muito conteúdo inapropriado e contato com pessoas que pensavam como ele. Começou a alimentar esse ódio a ponto de querer descarregar em alguém. Não era alguém específico, era um ódio generalizado”.

Os relatórios dos dados e das informações encontradas nos aparelhos eletrônicos do autor demonstram que, durante o período em que planejou o ataque, ele participou de fóruns de discussão na internet sobre crimes violentos e pesquisou serial killers.

No dia 21 de maio, o Ministério Público de Santa Catarina denunciou o rapaz por cinco homicídios qualificados. Ele responde por 14 tentativas de homicídio, contra outros funcionários e crianças que estavam na creche no dia do ataque.

O acusado foi condenado pelos jurados. – Foto: TJSC/Divulgação/NDO acusado foi condenado pelos jurados. – Foto: TJSC/Divulgação/ND

Exame de insanidade mental foi negado 6j3u1l

A defesa do acusado pediu exame de insanidade mental, mas a Justiça negou três pedidos nos dias 25 de maio, 23 de junho e 7 de julho de 2021.

No dia 5 de agosto, durante uma audiência online, o juiz decidiu ouvir o jovem presencialmente. No dia 24 do mesmo mês, durante a oitiva do acusado, o advogado de defesa apresentou um laudo particular e o juiz deferiu o pedido para a realização do exame de insanidade mental, o qual foi realizado pela Polícia Científica de Blumenau.

O laudo foi concluído no dia 19 de outubro de 2021 e o juiz solicitou mais detalhes ao perito. A partir disso, o juiz decidiu no dia 2 de fevereiro de 2022 que a questão da insanidade mental será definida no júri.

No dia 7 de fevereiro a defesa questionou em primeira instância a decisão e pediu um novo exame de insanidade mental. O pedido foi negado. Em 1º de maio a defesa entrou com novo recurso pedindo um novo laudo, a Justiça negou a solicitação no dia 28 de junho.

No dia 11 de outubro, o juiz decidiu que o caso iria para juro popular no dia 9 de agosto.

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